“Mediterrâneo, Ambiente e Tradição” de Orlando Ribeiro
3.ª edição, revista e aumentada
O livro «Mediterrâneo, Ambiente e Tradição», do geógrafo Orlando Ribeiro (1911-1997), acaba de ser reeditado pela Fundação Calouste Gulbenkian (FCG), 43 anos depois de ter sido publicado pela primeira vez.
Esta obra, na qual o geógrafo “retratou, há meio século, o ‘Mundo Mediterrâneo’, foi concebida de modo original, reflexo direto da sua personalidade portuguesa”, afirma na introdução do livro a viúva do autor, a também geógrafa Suzanne Daveau. O livro, afirma, “mantém todo o interesse, ao lembrar quais são as raízes fundas e sólidas de que surtos de renovo voltam, sucessiva e inesperadamente, a brotar”.
Suzanne Daveau descreve o texto como “sintético, elegante, elaborado numa linguagem ao mesmo tempo simples e precisa, insere-se solidamente na vasta obra do autor, por estar alicerçado em muito trabalho de campo, em numerosas viagens e em vastas leituras e trocas de ideias com colegas de diversas especialidades e países”.
A nova edição de «Mediterrâneo, Ambiente e Tradição», segundo nota da FCG, “segue o texto da segunda edição, de 1987, mas apresenta uma ilustração fotográfica refeita que permite mostrar o esplendor natural e humano do mundo mediterrânico, aproveitando as potencialidades do arquivo de imagens do Centro de Estudos Geográficos de Lisboa, alimentado desde a sua criação pelas coleções de fotografias recolhidas por Orlando Ribeiro e seus colaboradores”.
Orlando Ribeiro escreveu o livro “com base em muito trabalho de campo, em numerosas viagens e em vastas leituras e trocas de ideias com colegas de diversas especialidades e nacionalidades, numa altura em que os países que enquadravam o Mar Mediterrâneo sofriam profundas transformações”.
Suzanne Daveau considera que “longamente amadurecido, o ‘Mediterrâneo’ resulta, como a maior parte das obras do autor, da estreita ligação que ele sempre manteve entre ensino e investigação. ‘Por duas vezes, indicou ele, o conteúdo deste livro serviu de matéria de ensino’ nos cursos, livremente concebidos, que teve o prazer de poder ministrar fora de Portugal”.
Orlando Ribeiro defendia que “Portugal não se podia compreender fora do seu ‘quadro mediterrânico’ – para espanto incrédulo de alguns colegas de países vizinhos que não marginam, como Portugal, o desmedido Atlântico mas que o Mar Interior rodeia”, escreve a viúva.
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