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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

O poeta na cidade


“O Poeta Na Cidade” de Tiago Patrício

O livro retrata a experiência da personagem principal, na cidade em que viveu e se licenciou em Engenharia Informática, Vila Nova de Gaia. Está dividido em vinte e quatro momentos, entre eles “A Apresentação do Autor”, “O Informático”, “O Desempregado e o Empresário falido”, “Os Primos”, “A Explicação do Poeta” e outros acontecimentos vividos pela personagem principal.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponíveis as seguintes obras do autor: “Cartas de Praga | Letters from Prague”, "A Memória das Aves", “Retratinhos vol. 1” com Jorge Palinhos e Alexandre Sarrazola, “O Direito à Revolta (português) | The Right to Revolution (english) | El Dret a la Revolta (català)”, “Turismo de Guerra”, “Checoslováquia”; “Moby-Dick” em três horas e quarenta e cinco minutos, a partir de Herman Melville, adaptado por Tiago Patrício, em colaboração com Pedro Alves; “As Portas da Cidade”, “Pavilhão K | Terminal C”, “Cantina Velha”, “O Livro das Aves”, “Trás-os-Montes”, “O Estado de Nova Iorque”, “Mil Novecentos e Setenta e Cinco”, “O Princípio da Noite”, “A Memória das Aves”]

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

A Memória das Aves


“A Memória das Aves” de Tiago Patrício

Os Pavões da Biblioteca Central de Lisboa

O homem que alimenta os pavões no jardim
do antigo Palácio das Galveias
tem um macho à perna de canto feroz
que debica os caixilhos na duplicação do reflexo
e assusta os leitores a dormitar à janela
do grande dormitório dos livros


O jardim repintado de rosa e verde
tem a protecção de altos muros
e cadeiras de ferro desalojadas
onde se sente o apelo suave das dinastias
ao longo da antiga propriedade


Mas a meio da tarde os pavões indignam-se
num grasnar imprevisível contra a república
e esvoaçam até à Avenida Homófona
para repousar nas varandas dos prédios
ou sobre os velhos candeeiros nos passeios


Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponíveis as seguintes obras do autor: “Cartas de Praga | Letters from Prague”, "A Memória das Aves", “Retratinhos vol. 1” com Jorge Palinhos e Alexandre Sarrazola, “O Direito à Revolta (português) | The Right to Revolution (english) | El Dret a la Revolta (català)”, “Turismo de Guerra”, “Checoslováquia”; “Moby-Dick” em três horas e quarenta e cinco minutos, a partir de Herman Melville, adaptado por Tiago Patrício, em colaboração com Pedro Alves; “As Portas da Cidade”, “Pavilhão K | Terminal C”, “Cantina Velha”, “O Livro das Aves”, “Trás-os-Montes”, “O Estado de Nova Iorque”, “Mil Novecentos e Setenta e Cinco”, “O Princípio da Noite”, "O Poeta Na Cidade"]

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

poesia dispersa de Tiago Patrício


“As Portas da Cidade” de Tiago Patrício

poesia dispersa

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponíveis as seguintes obras do autor: “Cartas de Praga | Letters from Prague”, "A Memória das Aves", “Retratinhos vol. 1” com Jorge Palinhos e Alexandre Sarrazola, “O Direito à Revolta (português) | The Right to Revolution (english) | El Dret a la Revolta (català)”, “Turismo de Guerra”, “Checoslováquia”; “Moby-Dick” em três horas e quarenta e cinco minutos, a partir de Herman Melville, adaptado por Tiago Patrício, em colaboração com Pedro Alves, “Pavilhão K | Terminal C”, “Cantina Velha”, “O Livro das Aves”, “Trás-os-Montes”, “O Estado de Nova Iorque”, “Mil Novecentos e Setenta e Cinco”, “O Princípio da Noite”, "O Poeta Na Cidade"]

domingo, 12 de novembro de 2017

duas novelas de Tiago Patrício


“Pavilhão K | Terminal C” de Tiago Patrício

duas novelas

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[também disponíveis as seguintes obras do autor: “Cartas de Praga | Letters from Prague”, "A Memória das Aves", “Retratinhos vol. 1” com Jorge Palinhos e Alexandre Sarrazola, “O Direito à Revolta (português) | The Right to Revolution (english) | El Dret a la Revolta (català)”, “Turismo de Guerra”, “Checoslováquia”; “Moby-Dick” em três horas e quarenta e cinco minutos, a partir de Herman Melville, adaptado por Tiago Patrício, em colaboração com Pedro Alves, "As Portas da Cidade", “Cantina Velha”, “O Livro das Aves”, “Trás-os-Montes”, “O Estado de Nova Iorque”, “Mil Novecentos e Setenta e Cinco”, “O Princípio da Noite”, "O Poeta Na Cidade"]

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Moby_Dick adaptado para leitura


“Moby-Dick” em três horas e quarenta e cinco minutos
a partir de Herman Melville
adaptado por Tiago Patrício, em colaboração com Pedro Alves

«A BALEIA BRANCA
Narrativa de aventuras para alguns, epopeia metafísica para outros, «Moby-Dick», de Herman Melville, pode ser resumida como a história de uma viagem de caça à baleia, um estudo sobre a obsessão e a vingança e como estes traços dominantes se tornam a ruína do homem. Uma narrativa fragmentada, em certo modo, desordenada, dinâmica, entretecendo diferentes modos literários: conto, sátira, drama, ensaio, enciclopédia, crónica, lírica… Numa primeira fase do texto (e aqui serve-nos tão bem a teoria cíclica da História tal como foi desenhada por Vico!), acompanhamos o narrador Ismael nos preparativos para a viagem. É o tempo dos mitos, dos monstros e em que a luz vai rasgando as trevas primordiais. Naquilo que podemos considerar a segunda parte, um tempo dos heróis, a bordo do navio Pequod, Ismael abandona o papel central da narrativa e o foco é deslocado para Ahab e para a sua perseguição à Baleia Branca. E é tão interessante que os heróis desta grande narrativa fundadora dos EUA sejam marinheiros, arpoadores, ferreiros, cozinheiros, loucos tamborileiros, comandados por um influente capitão monomaníaco! Num terceiro momento, Ahab parece medir forças com o segundo oficial do Pequod, o racional e prudente Starbuck. No entanto, no derradeiro andamento do texto, é já inevitável o confronto destruidor com a Baleia Branca, que terminará de forma caótica, com a morte do Capitão Ahab e de toda a tripulação do Pequod, à exceção de Ismael. Terminada a saga marítima fica esboçada uma nova viagem (il ricorso), em que Ismael, num gesto maneirista ao melhor jeito de Shakespeare, é recuperado como narrador.

A Baleia, indefinida, secreta, ilimitada, mistério e vertigem, acaba por constituir a analogia da própria obra literária de Melville – e, talvez, também do nosso próprio espetáculo. Ahab é descrito como uma personagem monomaníaca, figura satânica, guiada por um único objetivo, capaz de vergar tudo e todos pela paixão que lhe arde no peito, a sede de vingança, a vontade de destruir Moby-Dick. Ahab é um ser atuante, narcisista, por oposição a Ismael, face a Moby-Dick (objeto-texto-fantasma). Não pensa, apenas sente, tal como o próprio afirma no início do seu último dia de caça à Baleia. Enquanto Ahab persegue ébrio de paixão, o fantasma do seu próprio espírito, Ismael segue-o, distanciado, permitindo que este (o fantasma-baleia) se revele em toda a sua plenitude. Se para Ahab o mar é a onda que o transporta para o confronto com Moby-Dick, para Ismael o mar representa as ilimitadas ressonâncias/ cogitações de que a Baleia se faz eco. Ismael é um narrador consciente do seu papel e, ao contrário de Ahab, faz uma viagem não contemplativa ou fantasista ao encontro do absoluto (Moby-Dick), para logo o perder, porque nunca o atinge. Ahab, Ismael e até mesmo Starbuck não são homens sozinhos. Dependem das relações que estabelecem uns com os outros. O navio Pequod (outra personagem?), à semelhança do Bellipotent em «Billy Bud» ou o San Dominick em «Benito Cereno», acaba assim por funcionar como pequena «ilha» de homens perturbados, uma imagem microscópica do mundo como «navio [como palco] numa viagem sem regresso».

MOBY-DICK
A narrative of adventures for some and a metaphysical epic for others, Melville’s ‘Moby-Dick’ may be summarized as the story of a whaling trip, a study on obsession and revenge and how these dominant human traits become the man’s bane. A fragmented but, at the same time, disorderly and dynamic narrative, it assumes different literary modes: satire, drama, essay, encyclopedia, chronicle, lyrical.


The performance premiered on 19th November 2013 at Casa de Teatro de Sintra (in Sintra, Portugal). Since then it has been presented all over Portugal and in the USA, at the Access Theater (in New York) and at the New Bedford Whaling Museum.

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[também disponíveis as seguintes obras do autor: “Cartas de Praga | Letters from Prague”, "A Memória das Aves", “Retratinhos vol. 1” com Jorge Palinhos e Alexandre Sarrazola, “O Direito à Revolta (português) | The Right to Revolution (english) | El Dret a la Revolta (català)”, “Turismo de Guerra”, “Checoslováquia”, "Pavilhão K Terminal C", "As Portas da Cidade", “Cantina Velha”, “O Livro das Aves”, “Trás-os-Montes”, “O Estado de Nova Iorque”, “Mil Novecentos e Setenta e Cinco”, “O Princípio da Noite”, "O Poeta Na Cidade"]

quinta-feira, 14 de setembro de 2017

O Livro das Aves


“O Livro das Aves” de Tiago Patrício
Prémio Daniel Faria 2009

"Papagaio de papel"

Uma flor mineral
sobreposta ao Sol

Um rio de papel
desagua no vento

Uma criança lança
um arco-íris ao mar

Uma bandeira
de um país feito de ar




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quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Turismo de Guerra


“Turismo de Guerra” de Tiago Patrício

«CAFÉ SLAVIA (p. 38)

ficava do lado esquerdo do Teatro Nacional
disseram-nos que era o café onde os escritores
se reuniam para falar de literatura e de política

agora está cheio de turistas que repetem nomes
de escritores e bebem cerveja checa
com vista para a ponte das Legiões

a primeira vez que entrámos foi no último dia
na cidade depois de lançarmos alguns poemas
dessa ponte que antes se chamava Primeiro de Maio

mas não foi para falar de poesia nem da mudança do nome
das pontes entre os regimes ou sequer da nossa ignorância
sobre a vida daquele café dourado junto ao Teatro Nacional

éramos quatro viajantes a acariciar chávenas de chá
na palma da mão enquanto por debaixo da mesa se negociavam
os corpos para essa noite na cidade dividida pelo mesmo rio.»


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terça-feira, 11 de julho de 2017

para o público infanto-juvenil


“Retratinhos vol. 1” de Jorge Palinhos, Tiago Patrício e Alexandre Sarrazola

«Entre 2009 e 2011, o teatromosca criou um total de doze “Retratinhos” para o público infanto-juvenil. Publicamos agora três dos textos criados para o projeto, que tiveram como inspirações Fernão Mendes Pinto e Guerra Junqueiro, e a norte-americana Helen Keller.»

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[também disponíveis as seguintes obras do autor: “Cartas de Praga | Letters from Prague”, "A Memória das Aves", "Turismo de Guerra", “O Direito à Revolta (português) | The Right to Revolution (english) | El Dret a la Revolta (català)”, "O Livro das Aves", “Checoslováquia”, "Pavilhão K Terminal C", "As Portas da Cidade", “Cantina Velha”, "Moby-Dick", “Trás-os-Montes”, “O Estado de Nova Iorque”, “Mil Novecentos e Setenta e Cinco”, “O Princípio da Noite”, "O Poeta Na Cidade"]


terça-feira, 20 de junho de 2017

Checoslováquia


“Checoslováquia” de Tiago Patrício

«“Checoslováquia” sugere um ambiente fechado, entre Praga e Bratislava, onde se convoca parte da história do século XX. Podemos não entender bem a língua desse país nem ter a certeza das paisagens, porque nestes tempos de traição elas erguem-se como coros e relembram-nos muros e exércitos que crescem sobre os destroços da Europa.»

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terça-feira, 23 de maio de 2017

Cantina Velho, Lisboa, teatro


“Cantina Velha” de Tiago Patrício

«A peça Cantina Velha foi escrita por Tiago Patrício a partir da sua experiência como utente do refeitório desde 1999, como elemento do Grupo de Teatro de Letras e como observador de um espaço de alimentação, de convívio, de estudo, de debates e que foi um dos palcos principais da crise académica de 1962.»

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sábado, 15 de abril de 2017

O Direito à Revolta | The Right to Revolution | El Dret a la Revolta


“O Direito à Revolta (português) | The Right to Revolution (english) | El Dret a la Revolta (català)” de Tiago Patrício

VIII edicição de l’Obrador d’estiu, Barcelona

Esta peça resultou de uma encomenda da Sala Beckett / Obrador Internacional de Dramatúrgia por ocasião da VIII edição l’Obrador d’estiu, que teve lugar entre os dias 6 e 13 de Julho de 2013 em Barcelona.

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terça-feira, 14 de março de 2017

Cartas de Praga | Letters from Prague


“Cartas de Praga | Letters from Prague” de Tiago Patrício
edição bilingue | bilingual edition: português e inglês | portuguese and english

A ABOLIÇÃO DAS FRONTEIRAS

As fronteiras eram belas
cheias de mulheres fardadas
de cores fortes e madeixas imperativas
que ansiavam por ser atravessadas
Fronteiras solenes quando cobertas de frio
no aperto da multidão
como trincheiras forradas a papel em triplicado
e semeadas de vida em trânsito

Eram fábricas de nacionalidades
com carimbos espalhados pela periferia
em linhas acidentais entre as montanhas
Eram a máxima descentralização de um estado
a exterioridade até às costuras
para conter a implosão do território
Essas mulheres a desfiar um sorriso de vidro
e a ordenar um amor impuro aos expatriados

[in Cartas de Praga, Clube Português de Artes e Ideias, 2012]

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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Desmaterilização


“Parking” de Jorge Palinhos | “Desmaterialização” de Tiago Patrício | esquissos de F. Ribeiro

Estes dois textos da nova dramaturgia portuguesa foram criados no âmbito do Laboratório de Dramaturgia, projecto concebido pelo Teatro Meridional em colaboração com o Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
A 1ª Edição deste Laboratório (Setembro de 2013-Julho de 2014), propôs, como ponto de partida para a escrita, um espaço cénico desenvolvido pelo cenógrafo Fernando Ribeiro. A partir do cenário proposto, os autores elaboraram textos cenicamente muito fortes; o primeiro, de Jorge Palinhos, Parking, apresenta uma família socialmente desajustada em busca da sua viatura num parque de estacionamento subterrâneo de um centro comercial. Tiago Patrício, em Desmaterialização, cria uma fábula sobre o capitalismo contemporâneo, num cenário de uma fábrica em falência.


ADJUNTA Tomei a vacina este ano.
DIRECTORA Não devias ter feito isso sem me consultares. Como é que fazemos se for preciso ficares doente?
ADJUNTA Há outras doenças.
DIRECTORA Mas nenhuma é tão boa como uma gripe.
ADJUNTA Posso fingir-me engripada, quer experimentar?
DIRECTORA Não suporto mentiras. Vai-te embora, preciso de pensar numa solução e depois num problema que combine melhor com ela.
ADJUNTA Se precisar telefone-me.
DIRECTORA Qual é o teu número?
ADJUNTA É o 57 885 161.
DIRECTORA É muito comprido para eu conseguir decorar. Não podias arranjar um mais curto?
ADJUNTA Qual deles é que prefere.
DIRECTORA Não sei, escolhe tu, estou indecisa entre o cinco e o um.
ADJUNTA Pode ficar com os dois.
DIRECTORA Posso? És tão amável. Não, obrigado, não preciso dos teus favores. Fico com o zero.
ADJUNTA O zero é o da telefonista.
DIRECTORA Então peço à telefonista que te passe a chamada.
ADJUNTA Combinado.
DIRECTORA E se ela não te encontrar?
ADJUNTA Despeça-a.
DIRECTORA Boa ideia.
ADJUNTA Mas sem ela dar por isso.
DIRECTORA Que subtileza.
ADJUNTA Mande-a à minha procura.
DIRECTORA Isso mesmo, com um cutelo! E depois?
ADJUNTA Mova-lhe um processo por ausência do posto de trabalho.
(Tiago Patrício, de Desmaterialização)


Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponível de Tiago Patrício: “Trás-os-Montes”, “Mil Novecentos e Setenta e Cinco”, “O Princípio da Noite”]

sábado, 12 de setembro de 2015

à conversa com Tiago Patrício


À conversa com Tiago Patrício – “Trás-os-Montes” e a sua obra
dia 15 de Setembro de 2015, terça-feira, pelas 18h00
organização do stand n.º 66 da livraria Traga-Mundos
no Salão Independente, Biblioteca Municipal Almeida Garrett
Feira do Livro do Porto 2015, Jardins do Palácio de Cristal, no Porto


Nasceu no Funchal em 1979 e viveu em Carviçais (Torre de Moncorvo) até aos 19 anos.
É licenciado em Ciências Farmacêuticas e estuda Literatura e Filosofia na Universidade de Lisboa.
Começou a ser publicado entre 2007 e 2010, nas colectâneas Jovens Escritores, do Clube Português de Artes e Ideias.
Venceu vários prémios em poesia (Daniel Faria, Natércia Freire) e teatro (Luso-Brasileiro) e publicou O Livro das Aves, Cartas de Praga, Checoslováquia.
Escreve para as companhias Estaca Zero e Ponto Teatro (Porto) e para a companhia teatromosca (Sintra).
Alguns dos seus textos estão publicados em França, Egipto, Eslovénia e República Checa. 


A caligrafia das aves

As aves marcam o relevo da maré
e a estenografia das horas
Mudam de estação como de idioma
e ondulam pela areia de uma seara

Emergem de vírgulas interiores
e anunciam uma ortografia madura
entre as linhas de continentes decalcados
a tinta impermanente

Têm uma caligrafia acidental em frente ao mar
e uma forma nasalada de dizer
meu pé, minha mãe, meu pão

Escrevem uma carta com sotaque de despedida,
uma interrogação quando podia ser a travessia

in O Livro das Aves, 2009



O Princípio da Noite, romance, 2015; Turismo de Guerra, poesia, 2014; Mil Novencentos e Setenta e Cinco, romance, 2014; O Estado de Nova Iorque, viagens, 2013; A Memória das Aves, poesia, edição do autor, 2012; Trás-os-Montes, romance, 2012; Checoslováquia, teatro, 2011; Cartas de Praga, poesia (bilingue), 2010; O Livro das Aves, poesia, 2009


António Alberto Alves
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
Rua Miguel Bombarda, 24 – 26 – 28 em Vila Real
2.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª, Sáb. das 10h00 às 20h00 e 4.ª feira das 14h00 às 23h00
259 103 113 | 935 157 323 | traga.mundos1@gmail.com

Próximos eventos:
- de 1 a 30 de Setembro de 2015: exposição de fotografia “Douro” de Miguel Schreck, na Traga-Mundos em Vila Real.
- dia 20 de Setembro de 2015, domingo, pelas 16h00: tertúlia “Trás-os-Montes e Alto Douro e os seus escritores”, com autores convidados, na Feira do Livro do Porto 2015, Jardins do Palácio de Cristal, no Porto.


domingo, 6 de setembro de 2015

Adolescentes no princípio da noite


“O Princípio da Noite” de Tiago Patrício

«É um romance com sete adolescentes, cujo mundo está na iminência de desabar. Sete adolescentes, múltiplos laços. Nem todos perduram. Mesmo as amizades que pareciam inquebráveis se desfazem. As acções das personagens Artur, Vera, Sara, Fran, Cátia, Mónica e Teo são condicionadas pelos pensamentos, palavras, actos e omissões umas das outras. 

Trata-se de uma narrativa que não hesita em ligar-se ao mundo actual, abordando temas de grande actualidade, como o da imigração, sobretudo dos mais desfavorecidos.

O autor segue o registo a que já nos habituou, apresentando um olhar ao mesmo tempo atento e intenso sobre a natureza humana. 

É sobretudo um romance sobre a beleza que pode iluminar o mundo e que atrai o perigo como um precipício na noite. 

«Com o primeiro romance, Tiago Patrício ganhou o prémio Agustina Bessa-Luís e, desde já, um lugar de destaque na nova geração de ficcionistas portugueses.» José Mário Silva, in revista “Ler – Livros e Leitores” Fevereiro 2015

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponível do autor: “Trás-os-Montes”, “Mil Novecentos e Setenta e Cinco”]

terça-feira, 17 de junho de 2014

1975, PREC, Trás-os-Montes



“Mil Novecentos e Setenta e Cinco” de Tiago Patrício

Uma viagem improvável a uma aldeia imaginária do nordeste transmontano no ano de viragem de 1975, representada num romance por várias personagens que tentam recuperar formas de vida que estão a desaparecer, em contraste com um novo mundo que se impõe.

É um romance onde cabe tudo: amores tardios, mortes adiadas, fugas e regressos triunfais, infidelidades descobertas dentro de armários, alfaiates e coveiros desempregados, mulheres que lavam no ribeiro e rapazes que as espreitam, ferroviários, comerciantes e todos os deserdados e perseguidos que tentam subir as escadas dos antigos e dos novos proprietários.

Nesta viagem pelas longas paisagens transmontanas, entrecortadas por desvios súbitos e perigosos, tal como as antigas linhas de via estreita da região, o leitor é conduzido pela mão de personagens que insultam e provocam gargalhadas na mesma frase, com um humor contagiante, que varia entre a temperança e a exaltação.

Leitura imperdível, de um autor que é já reconhecido como voz a um tempo regional e universal, no que à essência humana diz respeito.

Excerto
«Cada vez percebo menos, palavra de honra. Então fez-se a Revolução para quê? Agora vós também vos armais em esquisitas? Uma pessoa aqui a fazer-vos as vontades todas, a tratar-vos bem, a levar-vos nas palminhas, sempre simpáticos, a deixar os nossos afazeres para vos satisfazer, a abrir as portas das nossas casas e a oferecer o melhor vinho e a melhor comida e todas as coisas típicas e agora, na hora da verdade, é assim? É que para ti nem era nada de especial e para mim significava muito. Nem imaginas, desde que te vi ao pé da igreja no primeiro dia que ando aqui cheio de vontade e tu nada. Ouve lá, tu se calhar não gostas de homens? É isso, não é? Ouvi dizer que isso era moda nas cidades. Mas olha que eu trato-te bem, tu sabes que eu sei preparar muito bem uma mulher, é uma coisa natural para mim e nunca tenho pressas. Mas se tu não queres aproveitar, lá se vai a oportunidade, mas olha que acho mal. Até estou a sentir-me desprezado e isso é um sentimento negativo, acho que estás a criar mau ambiente sem necessidade.»

Autor
Nasceu no Funchal em 1979 e foi viver para Carviçais com apenas 9 meses. Estudou na telescola, andou em carroças, conduziu carros sem carta, fez corridas de motorizada sem capacete e aos 19 anos ingressou na Escola Naval. Regressou à vida civil para estudar na Faculdade de Farmácia e em 2007 começou a trabalhar como farmacêutico. No mesmo ano venceu o prémio Jovens Escritores e foi seleccionado pelo Clube Português de Artes e Ideias para uma residência em Praga. Escreveu a peça Checoslováquia e o livro Cartas de Praga, apresentado em Skopje em 2009. Depois disso nunca mais conseguiu largar os livros nem o teatro.
Venceu os prémios Daniel Faria e Natércia Freire em poesia e o Prémio Agustina Bessa-Luís em 2011 com o seu romance “Trás-os-Montes”.
Participou em algumas residências literárias: Turquia, Tunísia, EUA, Repúblicas Bálticas e alguns dos seus textos foram publicados no Egipto, Eslovénia, Espanha e República Checa.

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[também disponível do autor: “Trás-os-Montes”]


quinta-feira, 24 de maio de 2012

Trás-os-Montes por Tiago Patrício


“Trás-os-Montes” de Tiago Patrício eleito Prémio Literário Revelação Agustina-Bessa Luís 2011 com lançamento marcado para o próximo dia 26 de Maio em Lisboa... já disponível na Traga-Mundos, em Vila Real!

 "Em Trás-os-Montes «vivem» quatro crianças, no coração de uma aldeia com duas igrejas, dois cemitérios, duas estações ferroviárias e um comboio a vapor que faz a sua última viagem. Numa zona de fronteira situam-se as hortas, as devesas, os lameiros e os palheiros onde o gado passa a noite. As crianças, com demasiado tempo livre depois das aulas, ficam na rua até ao anoitecer e as sombras ocupam-lhes os pensamentos. Nessa altura, as distracções dos adultos tomam a forma de desejos perigosos. É então que podem ser tentadas a ultrapassar a imitação e pretender consumar actos de adulto, como conduzir um automóvel, fumar um cigarro, aceder à literatura para adultos, atear um incêndio ou realizar um funeral. De leitura apaixonante, este é um romance surpreendente que conjuga de forma magistral a ruralidade, os anseios íntimos e aquilo que de universal existe na alma humana. Uma verdadeira grande revelação."

«Com o romance Trás-os-Montes, um farmacêutico de 32 anos, Tiago Manuel Ribeiro Patrício, sagra-se como o terceiro vencedor do Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís, por unanimidade do Júri, presidido pelo escritor e ensaísta Vasco Graça Moura. O Prémio foi instituído, pela primeira vez, em 2008, pela Estoril Sol, no quadro das comemorações do cinquentenário da Empresa.
Desta vez, o Júri, ao eleger o romance Trás-os-Montes, tomou em consideração “as qualidades de escrita reportadas à dureza de um universo infantil numa aldeia de Trás-os-Montes e à maneira como o estilo narrativo encontra uma sugestiva economia na expressão e comportamentos das personagens “.»

O autor, Tiago Manuel Ribeiro Patrício, nasceu no Funchal, em Janeiro de 1979, mas passou toda a infância e adolescência em Trás-os-Montes. “Durante a infância em Trás-os-Montes, eu era o único que tinha andado de avião, que tinha visto o mar e que tinha nascido fora daqueles 30 Km2 em redor da aldeia. Acho que desenvolvi uma certa obsessão pelo Funchal e pela ilha da Madeira, e, por vezes, usava isso como ponto de fuga e dizia: “Eu nem sequer sou daqui, o meu lugar é numa cidade grande no meio do mar e não aqui no meio dos montes”. Mas apesar de rodeado de terra, Trás-os-Montes foi e é ainda um conjunto de ilhas isoladas”.
[http://www.gradiva.pt/index.php?q=C/NEWSSHOW/6811]

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