«Os Contos dos montes ermos são 11, a saber: o velho; o eucalipto; o comboio; o colégio; a feira; o desertor, a procissão; o desmancho; a banda; a ignorância; o formigueiro. Como o título indica, o cenário desses contos são as terras transmontanas “grosso modo”, adivinhando-se alguns contornos de povoados aqui bem próximos de nós. Tal como o comboio é o da defunta linha do Sabor… Até mesmo a fábula da formiga do último conto, acaba por ganhar, no final, a marca da região: tratava-se de uma “aluda” (confesso que a primeira vez que ouvi esta palavra, era eu um chavalo, foi em Carviçais… - fui ver à Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, e não é que constava lá, com a indicação: "regionalismo, da região de Torre de Moncorvo"?).
Para aguçar o apetite, aqui fica um excerto:
“…dava dó ver os possantes catrapilas desenraizar as centenárias oliveiras e carregá-las para serem vendidas por essa Europa fora, a alindarem algum jardim de alguém endinheirado. Até os muros de pedra solta foram veniaga. Como é possível?..., perguntam-se alguns. Não estou a falar de pedra, não, estou a falar de muros, muros de pedra solta,
muros que contam história,
peças de património,
molduras da paisagem,
Não! O dinheiro tem mais peso… Qual património, qual memória de povo!... As máquinas precisam de entrar à vontade.
Morreu de pasmo, quando os charruões, capazes de arrancar fraguedos, esventram sem dó nem piedade o olival da Ferraria”.» N. Campos (Torre de Moncorvo in blog)
“…dava dó ver os possantes catrapilas desenraizar as centenárias oliveiras e carregá-las para serem vendidas por essa Europa fora, a alindarem algum jardim de alguém endinheirado. Até os muros de pedra solta foram veniaga. Como é possível?..., perguntam-se alguns. Não estou a falar de pedra, não, estou a falar de muros, muros de pedra solta,
muros que contam história,
peças de património,
molduras da paisagem,
Não! O dinheiro tem mais peso… Qual património, qual memória de povo!... As máquinas precisam de entrar à vontade.
Morreu de pasmo, quando os charruões, capazes de arrancar fraguedos, esventram sem dó nem piedade o olival da Ferraria”.» N. Campos (Torre de Moncorvo in blog)
«António Sá Gué, natural de Carviçais (Torre de Moncorvo), onde nasceu em 1959, é uma agradável surpresa, pelo vigor da sua prosa e pela fluidez e desenvoltura da sua arte narrativa. O livro de contos, de temática rural, vale igualmente pela utilização da linguagem popular da Terra Quente Transmontana.» Grémio Literário Vila-Realense
Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real.. .
[também os títulos “As Duas Faces da Moeda” e “Fermento da Liberdade”]
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