Foi a inexistência de uma obra que apresentasse um dos mais celebrados costumes tradicionais portugueses que impulsionou a elaboração desta antologia. Uma edição desta natureza, reunindo um conjunto variado de textos, alguns inéditos, desde artigos de imprensa regional a excertos de obras de literatura, passando por relatos vivenciais de quem ainda conheceu o costume das chegas em toda a sua envolvência humana, reflecte a importância que a representação dos costumes e tradições, neste caso, barrosãs, sempre ocupou na cultura escrita portuguesa.
Organizando os textos sob duas grandes temáticas – a relação entre o homem e o animal e o momento singular da chega – é estabelecido na antologia um sentido de leitura que nos acompanha na (re)descoberta das chegas de bois, não apenas enquanto tradição a preservar, mas, principalmente, enquanto fenómeno integrante da vida nas comunidades barrosãs.
Foram vários os autores que deixaram testemunho desta tradição na sua escrita – na imprensa, na ficção, na poesia e dramaturgia. Os que aqui conseguimos reunir transmitem-nos com a sua pena o valor da tradição, o gosto pela emoção da chega e, principalmente, a força do povo barrosão: José Viale Moutinho, Ferreira de Castro, João Martins Rodrigo, Dias Vieira, Artur Maria Afonso, Manuel F. Ramos, Júlio Montalvão Machado, Fernando Moura, José Dias Baptista, José Santana Dionísio, António Cabral, Manuel L. G. Garcia, Barroso da Fonte, Damian E. Neira, Miguel Torga, Mário Ventura Henriques, António Lourenço Fontes, Bento da Cruz, Carvalho de Moura, Paula Bordalo Lema
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