sexta-feira, 29 de junho de 2012

Arquitecturas da Paisagem Vinhateira


“Arquitecturas da Paisagem Vinhateira”
Natália Fauvrelle (coord.); Lúcia Rosas (coord. científica).
A exposição “Arquitecturas da Paisagem Vinhateira” resulta do trabalho de inventariação das manchas exemplares de socalcos tradicionais da região duriense, realizado pelo Serviço de Museologia do Museu do Douro. 
Com este trabalho, pretende-se sensibilizar os visitantes para a importância patrimonial, cultural e histórica das arquitecturas tradicionais da vinha, que constituíram o principal elemento da classificação da região vinhateira do Douro como Património Mundial, em 2001.
A Exposição apresenta os resultados de um primeiro inventário das arquitecturas da paisagem vinhateira.
Esta amostragem tem um carácter unicamente demonstrativo identificando, caracterizando e registando, fotográfica e cartograficamente 57 manchas exemplares de socalcos tradicionais do vasto território duriense.
 Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

[também o título: “Viver e saber fazer – Tecnologias tradicionais na Região do Douro – Estudos preliminares”]

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Tia Piá de 2009


NOVIDADE: Tia Piá reserva tinto douro doc 2009 de José Lacerda
Disponível desde já na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Turismo Rural em tempo de neo-ruralidades


A Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro de Vila Real, no seguimento do 3º TURCHAVES – CICLO DE CONFERÊNCIAS SOBRE TURISMO: “Turismo e alimentação”, foi convidada para estar presente com uma exposição-venda de artesanato e obras relacionadas com a temática no VIII CITURDES: CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE TURISMO RURAL E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL“TURISMO RURAL EM TEMPO DE NEORURALIDADES” nos dias 25, 26 e 27 de Junho de 2012, no Pólo da UTAD em Chaves (Portugal).

«A 8ª edição do CITURDES tem como objetivo refletir sobre o papel do turismo em contextos de pós-ruralidades ou neo-ruralidades, segundo as perspetivas teóricas adotadas. Nestes novos contextos, os turistas encontram-se não apenas com os velhos residentes rurais, mas também com novos habitantes neorurais, recém-chegados, retornados ou outros que se deslocam ao rural na procura do que imaginam ser uma melhor qualidade de vida. Esta translocalidade, que questiona a falsa e simplista dicotomia rural/urbano, é especialmente relevante quando falamos de turismo rural e desenvolvimento sustentável, pois observa-se uma mistura complexa de agentes sociais que estão a reconstruir e resinificar os tradicionalmente chamados espaços rurais.

O VIII CITURDES é um bom momento para avaliar estas problemáticas e também as políticas de apoio ao turismo rural em diferentes partes do mundo, e para comparar as transformações operadas em contextos de diversidade sociocultural, geopolítica e económica, especialmente em Ibero América. O Congresso tem como objetivo criar um espaço de encontro de académicos e investigadores, na sua maior parte ibero-americanos, e também de propiciar o contacto com a realidade rurbana do interior Norte de Portugal e da Galiza.  
O Congresso terá lugar nas instalações do Pólo da UTAD em Chaves (ver http://www.esechaves.pt/ ) e oferece um programa social que permite conhecer, desfrutar e viver alguns aspetos da ruralidade e rurbanidade deste canto do Noroeste Ibérico peninsular. O tempo meteorológico que vamos ter nas datas do congresso pode ser consultado em: http://www.meteo.pt/pt/ e http://meteogalicia.es
Sejam Bem-Vindos à UTAD, a Trás-os-Montes e ao território raiano da Portu-Galiza!»

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Cozinha transmontana - história e receitas


“Cozinha Transmontana – enquadramento histórico e receitas” de Alfredo Saramago
fotografias Inês Gonçalves, colaboração António Monteiro
De há algum tempo para cá, tem-se vindo a afirmar a importância da Gastronomia como meio para o conhecimento e identificação de povos e regiões. Para isso muito tem contribuído o meritório trabalho de Alfredo Saramago, antropólogo e historiador, director da revista "Epicure", com cerca de uma dezena de títulos publicados nesta área, de que se destaca o ensaio "Para uma História da Alimentação no Alentejo".
Na sequência desse trabalho, é dada agora à estampa a obra COZINHA TRANSMONTANA (Enquadramento Histórico e Receitas), que tal como as anteriores "Doçaria Conventual" e "Cozinha Alentejana", integra a colecção "coração, cabeça e estômago", dirigida pelo jornalista e gastrónomo José Quitério – edição Assírio & Alvim.
Já Eça de Queirós dizia em "Notas Contemporâneas": «O carácter de uma raça pode ser deduzido simplesmente do seu método de assar a carne. Um lombo de vaca preparado em Portugal, em França ou em Inglaterra, faz compreender talvez melhor as diferenças intelectuais destes três povos, do que o estudo das suas literaturas». Também Fialho de Almeida, em "Os Gatos", defende que a identidade de um país passa pelos pratos nacionais: « O prato nacional é, como o romanceiro nacional, um produto do génio colectivo: ninguém o inventou e inventaram-no todos: vem-se ao mundo chorando por ele, e quando se deixa a pátria, lá longe, antes de pai e mãe, é a primeira coisa que lembra».

Muito do receituário era transmitido oralmente e corria o risco de se perder. O/a leitor/a tem a partir de agora à sua disposição uma obra, que para além das inúmeras receitas tradicionais transmontanas, das sopas, às migas, verduras e legumes, bolas e folares, peixes (do rio e do mar), carnes (porco, vaca, cabrito e borrego, caça, aves), enchidos e doces, lhe dá o enquadramento, em notável introdução de Alfredo Saramago, da alimentação em Trás-os-Montes. Com belíssimas fotografias de Inês Gonçalves.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também o título: “Sabores Judaicos – Trás-os-Montes” de Graça Sá-Fernandes e Naomi Calvão, fotografias de Valter Vinagre]

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Os Judeus a Norte


“Os Judeus no Noroeste da Península Ibérica” de João Domingos Gomes Sanches

O ensaio Os Judeus no Noroeste da Península Ibérica é a obra mais recente do professor e investigador João Domingos Gomes Sanches, que estudou as raízes judaicas no norte de Portugal e na Galiza.
Expulsos, em 1492, pelos reis de Castela e Aragão e, em 1496, pelo rei D. Manuel de Portugal, os judeus afirmaram que eram os descendentes dos nobres de Jerusalém expulsos por Nabucodonosor.
«Qual é o legado desta cultura? O que resta ainda do passado judeu no Noroeste da Península Ibérica? Estamos na presença de uma raça judia oculta e perigosa tão propalada pelas ideologias do século XX?» Estas são algumas das questões a que a obra de João Domingos Gomes Sanches procura responder.

«O Doutor Sanches escolheu no seu ensaio o tema dos judeus, talvez influenciado por uma crescente preocupação popular que se observa no norte de Portugal e que revitalizou na Galiza, uma região que parece cheia de raízes judaicas.
Do lado português, como do espanhol, os judeus primeiro foram expulsos ou obrigados a converter-se ao cristianismo e mais tarde até se aceitaram como bons súbditos do reino para os expulsarem de novo. Ou se convertiam ou seguiam a diáspora para países mais tolerantes com as religiões não cristãs.
Descobrir raízes culturais comuns com outros povos pode contribuir para recuperar as boas relações, o diálogo e o bom convívio entre as nações e os respectivos cidadãos, descobrindo que, apesar das diferenças, há raízes culturais comuns que fomentam a proximidade, o diálogo e inclusiva mente a solidariedade que hoje ultrapassam com facilidade as fronteiras nacionais.»
Xaquín S. Rodfríguez Campos, in Prefácio

João Domingos Gomes Sanches é doutorado em Antropologia Social e Etnologia (pela École de Hautes Études en Sciences Sociales de Paris) e em Psicologia Social (pela Universidade do Minho).
É autor da biografia António Fontes – Causas e Casos de um Padre Barrosão e co-autor da obra Medicina Popular – Ensaio de Antropologia Médica, ambas publicadas pela Âncora Editora.
Actualmente, é professor associado na Universidade Lusófona do Porto e na Escola Superior de Enfermagem de Chaves. As suas investigações académicas estão voltadas para a psicolinguística aplicada e a adaptação dos migrantes.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também o título: “Medicina Popular – Ensaio de Antropologia Médica” com António Fontes]

terça-feira, 19 de junho de 2012

Teixeira de Pascoaes, poeta do Marão


Teixeira de Pascoaes, o grande poeta do Marão, que desde muito cedo manifestou uma incansável contemplação e grande amor à Natureza, sobretudo à sua amada Serra do Marão, finalmente entra na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, em Vila Real.

Da sua obra completa disponível, temos os seguintes títulos: "Arte de Ser Português", "São Jerónimo e a Trovoada", "O Bailado", "A Beira (num relâmpago) Duplo Passeio”, "Belo / À Minha Alma / Sempre / Terra Proibida", "Ensaios de Exegese Literária e Vária Escrita", "Livro de Memórias", "Londres. Cantos Indecisos. Cânticos", "Napoleão", "Para A Luz / Vida Éterea / Elegias / O Doido e a Morte", "O Penitente (Camilo Castelo Branco)", "O Pobre Tolo", "São Paulo", "Senhora da Noite / Verbo Escuro", "As Sombras / À Ventura / Jesus e Pã", "D. Carlos – Drama em verso", "Anjos e Fantasmas (textos e imagens)", "Jesus Cristo em Lisboa" com Raul Brandão. Ainda o álbum "Desenhos" Teixeira de Pascoaes, "Cartas a Teixeira de Pascoaes" de Albert Vigoleis Thelen e a "Fotobiografia Teixeira de Pascoaes" de António Mega Ferreira.
 


CANTOS INDECISOS V

O Poeta é um doido errando sempre além,
Que d´este mundo, em vida, se desterra...
É o ser divino e pálido que tem
Na alma toda a luz, no corpo toda a terra.

Venha reviver e/ou descobrir Teixeira de Pascoaes...

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Tertúlia João de Araújo Correia


Apresentação do n.º 2 da revista “GEIA”
Dia 20 de Junho, quarta-feira, pelas 21h00
na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, em Vila Real

A revista “GEIA” é o órgão oficial da Tertúlia João de Araújo Correia, sediada na Régua e criada há mais de dez anos com o intuito de preservar a memória do escritor e de divulgar a sua vasta bibliografia.
Da importância do autor de “Sem Método” fala o editorial do presente número: «A obra do autor reguense reflecte, com mestria, realismo, emoção, sobriedade e pitoresco de linguagem, a realidade geográfica e humana da sua região natal e faz eco das suas preocupações sociais, ecologistas, urbanísticas, etnográficas e paisagísticas. Além de outros pontos de interesse, tem ela o condão de nos fazer recuar aos tempos do rio de “mau navegar” e aos usos e costumes de uma ruralidade fértil, de geios, de cestos vindimos, de rogas e lagaradas, da festa da vinha.»

A apresentação, a cargo de Helena Gil e de Hercília Agarez, terá lugar no dia 20 do corrente, quarta-feira, pelas 21h00, na livraria Traga-Mundos em Vila Real.
Venha reavivar a memória deste ilustre escritor e intelectual duriense. Contamos com a sua presença...


sexta-feira, 15 de junho de 2012

O lavrador das letras


“Miguel Torga – O Lavrador das Letras – Um Percurso Partilhado” de Cristovão de Aguiar

«É um livrinho pequeno mas rico em testemunho. Em “Miguel Torga. O Lavrador das Letras. Um Percurso Partilhado” Com Chancela da Almedina, o escritor açoriano Cristóvão de Aguiar reúne excertos das suas publicações diarísticas – “Relação de Bordo” I e II e a “Tabuada do Tempo – A Lenta narrativa dos dias” – nos quais existem referências a Miguel Torga, fruto da convivência e do intercâmbio que ambos tiveram mais de um ano.

“Os laços afectivos e literários que me enleiam à obra do poeta e escritor Miguel Torga Datam de há mais de 40 anos”, refere recordando as primeiras impressões da obra do médico, fruto de leituras ainda na ilha de São Miguel, enquanto jovem.”

Na altura leitor assíduo de Eça de Queiroz, Cristóvão de Aguiar confessa que, “pelo pouco que havia lido, notara logo que o estilo de Miguel Torga era totalmente distinto do cinzelado nas obras do pobre homem da Póvoa de Varzim – mais enxuto, descarnado e de uma seriedade granítica. Ali não se vislumbrava um pingo de ironia.”

Foi já em Coimbra, onde se instalou na década de 60, que Cristóvão de Aguiar conheceu verdadeiramente a obra do escritor transmontano. “Só em Coimbra, após a guerra colonial, e já numa idade mais amadurecida, me encafuei de tal forma na obra torguiana, que ainda hoje, passados todos estes anos, continuo a frequentá-la com uma assiduidade de devoto que ainda não esfriou a sua fé”, admite.

“Esta paixão deve ter tido origem não só na prosa apurada com que o escritor lavra a página de cada livro e me fascina pela simplicidade trabalhada até à placenta da palavra mas também no facto de a ambiência espelhada nos “Contos” e sobretudo em  “A Criação do Mundo” ser idêntica, ou muito semelhante, ao pequeno grande mundo da Ilha onde fui nado e criado”, justifica.

Ainda hoje, confessa ainda o escritor, ”a (re)leitura dos livros de Miguel Torga invade-me de uma paz rústica, genuíno oásis neste mundo barulhento e transmuda-se num conchego caldeado de uma ansiedade mansa”. Torga, acrescenta, “é uma personalidade rebelde e inquieta e reflecte-a como poucos em toda a sua vasta obra.» [blogue Podium Scriptae]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também os seguintes títulos: “Miguel Torga – A Força das Raízes (Um itinerário transmontano)” de M. Hercília Agarez, “Uma longa viagem com Miguel Torga” de João Céu e Silva, “Miguel Torga – O simbolismo do espaço telúrico e humanista nos contos” de Vítor José Gomes Lousada, “Dar Mundo Ao Coração – Estudos sobre Miguel Torga” organização de Carlos Mendes de Sousa]

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Visões alvânicas em poesia


“Visão Alvânica – poemas” de Manuel M. Vaz de Carvalho
“Poemas do Solstício” de Manuel Vaz de Carvalho
“Poemas do Afélio” de Manuel Vaz de Carvalho
 
«O Dr. Vaz de Carvalho, advogado, poeta e músico, falecido a 13 de Agosto de 2011 com noventa anos, era e continuará a ser a sua memória uma figura importante de Trás-os-Montes. “Poemas do Afélio, “Visão Alvânica” e “Poemas de Solstício” são livros que publicou, reflexos da sua arte poética e do seu amor à terra transmontana. Manuel Vaz de Carvalho era natural de Cerva, concelho de Ribeira de Pena, distrito de Vila Real. Nesta cidade viveu a maior parte da sua vida.
Em folha solta de revista da qual não conseguimos visualizar o nome e aqui referir, encontrámos fotografia de Vaz de Carvalho e pequeno texto da sua autoria dedicado à paixão que conservou sempre pela sua terra - Trás-os-Montes: "Vivo apaixonado pela minha terra. Tem umas das paisagens mais adjectivadas que conheço: serras, rios, vales, uma agricultura muito variada e um clima admirável... É claro que a todo este encantamento não é estranho o facto de ser de uma família aqui radicada há centenas de anos; nutro uma certa atracção genética pela minha terra." No pequeno excerto da folha encontrada, refere-se o Dr. Vaz de Carvalho às pessoas e a todo o convívio à volta delas: "são normalmente pessoas muito sérias, gente muito boa, muito fidalga."» [NetBila]

"Poemas do Afélio" não é um livro de versos, é um livro de poemas que está dividido em cinco partes. Em "Ego" e "Memórias" o sujeito poético apresenta­-se­-nos como um ser egotista, solitário, quase misantropo, revoltado contra a efemeridade da vida (por mais que dela se queixe), perplexo perante os paradoxos da existência humana - "Sofro a contradição das causas milenárias". Em "Homenagens" entra em cena o homem social, amigo dos seus amigos cujo desaparecimento o deixa humanamente mais pobre e desprotegido. No espaço reservado aos "Humorísticos" o poeta lírico dá então lugar ao satírico, ao cidadão atento às realidades circundantes de um hoje dominado por um avanço tecnológico sujeito a todos os exageros. Os "Poemas de Amor", a principal recorrência dos versos de Vaz de Carvalho. São cânticos, e hinos, e panegíricos, e exaltações, e sublimações.

FUNERAL
Meu velho cão, quero que vás ao meu enterro!
Mas nada de lamúrias, a uivar...
Irás contar quando, de serro em serro,
Apátridas, libertos, par a par.

Por fragadas do demo e da esconjura
Vales dormentes, touceiros devassando,
À senda, nem eu sei, de que aventura,
Fomos na vida efémera sonhando...

Irás! Quero levar de perto o teu focinho!
E ao voltares, de olhos tristes, ao teu ninho
Terás sempre presigo e regalia...

E se quem me ficar for de justiça
Terás também inteira a linguiça
Da qual só te calhava a pele vazia.
[Poemas do Solstício, 2000.]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Vinho do porto em rótulos e cartazes


“Imagens do Vinho do Porto: rótulos e cartazes” – catálogo da exposição
Autor (es) / Responsabilidade (es): Francisco Providência, Helena Barbosa e Magda Barata (coord. científica); Natália Fauvrelle e Susana Marques (coord. editorial).
  «O design das embalagens, rótulos e cartazes desde cedo desempenhou um papel importante na construção da imagem deste vinho enquanto produto internacional.
"A história das embalagens do vinho do Porto relata uma sequência de acontecimentos e de formas que traduzem a evolução teórica das estratégias que subjazem à sua afirmação global", explicou o comissário da exposição, Francisco Providência.
Com o objetivo de vender e posicionar o vinho do Porto nos mercados internacionais, as diversas casas exportadoras adotaram estratégias de comunicação diversas.
Uns associavam as qualidades terapêuticas do vinho do Porto à luta contra a neurastenia (depressão) e a debilidade física (anemia), justificando o seu engarrafamento e comercialização por farmácias e organizações de saúde.
Outros valorizavam as qualidades técnicas do vinho, como o ano e local de colheita, castas, quintas de origem, cotas dos vinhedos, tipo de envelhecimento, apreciação organolética ou categoria.»
[Marao Online]
 «Em termos de desenho, as embalagens e tudo o que se refere à promoção do vinho do porto pode ser analisado com uma evolução. As suas representações, demonstram a mentalidade de cada época e a forma como viam o produto “vinho”.
“Os rótulos do Vinho do Porto revelam (ainda) algumas curiosidades em torno deste produto identitário de uma região. … o Vinho do Porto é apresentado como um produto com propriedades terapêuticas, algo bem diferente das actuais campanhas anti-álcool».
O vinho era embalado especificamente para as farmácias, onde era vendido como um tónico regenerante, indicado para astenias, depressões, problemas estomacais e outros males do corpo. «Algumas versões eram reforçadas com carne, o que o tornava mais nutritivo», acrescenta.
Numa outra variante terapêutica era adicionado quinino, os chamados vinhos quinados recomendados na profilaxia da febre-amarela. Neste caso pretendia-se atingir os mercados tropicais, onde as temperaturas elevadas certamente não convidavam ao consumo de um vinho com um elevado grau alcoólico». (...)
Natália Fauvrelle, coordenadora dos Serviços de Museologia, fala sobre esta iniciativa. O discurso da exposição ‘Imagens do Vinho do Porto’ centra-se em torno das imagens publicitárias produzidas para este produto até à primeira metade do século XX. “Os rótulos e cartazes servem de mote para mostrar diferentes linguagens de comunicação que as empresas do Vinho do Porto adoptaram, que vão desde um estilo que recorre às emoções e evoca factos apelativos para o consumidor até se centrar nas características mais técnicas de cada vinho”, diz.
As imagens em rótulos colados nas garrafas e os cartazes de publicidade deixam perceber a evolução quanto a estratégias de mercado, mas também das técnicas de impressão, cores, formatos e suportes. “A exposição aborda a imagem do Vinho do Porto a partir das linguagens de comunicação, que não está ainda muito estudado, em parte porque as fontes são escassas. Deste modo, acabamos por juntar estudos parcelares sobre a garrafa e sobre a publicidade para conseguir contar uma história”, conta Natália.
“No século XIX, D. Antónia Ferreira foi uma das primeiras produtoras de vinho a apostar na qualidade e mensagem do rótulo das garrafas. Segundo a nossa entrevistada, D. Antónia teve mesmo o cuidado de escolher uma gráfica francesa para fazer a impressão.
A mensagem transmitida é sobretudo de confiança e de qualidade: se no início do século tal imagem era dada pela quantidade de medalhas que um vinho recebia, hoje essa garantia é dada ao consumidor pela assinatura do enólogo ou pelas características do vinho», remata Natália.”
Segundo Francisco Providência, comissário da exposição, esta “relata uma sequência de acontecimentos e de formas que traduzem a evolução teórica das estratégias que subjazem à sua afirmação global. Olhando para as suas embalagens, rótulos e/ou cartazes impressos, até à primeira metade do século XX, verificamos a adopção de diferentes estratégias de persuasão visual que mais não são do que a tentativa de superação da experiência organoléptica do vinho, pela sua representação visual”.»
[Café Portugal]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

terça-feira, 12 de junho de 2012

Camilo Castelo Branco e o Barroso


“Camilo Castelo Branco por Terras de Barroso e Ouros Lugares” de Bento da Cruz
disponível desde já na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real
 «Foi apresentado no dia 2 de Junho, em Montalegre, durante o 2º Encontro com Jornalistas e Escritores do Alto Tâmega, Barroso e Galiza,organizado pelo Fórum Galaico-Transmontano, o último trabalho de Bento da Cruz: Camilo Castelo Branco por terras de Barroso e outros lugares, integrado na colecção Obras de Bento da Cruz, da Âncora Editora, e acabado de sair.
Apresentou A. M. Pires Cabral. O livro, que comemora os 50 anos de vida literária do Autor, está dividido em três partes. Na primeira, é feito um levantamento muito rigoroso e completo das referências a Barroso (terra e gente), na obra de Camilo. A segunda parte é uma síntese biográfica do grande romancista do Amor de perdição. Finalmente, a terceira parte é uma antologia de magistrais textos de Camilo.
Com esta obra de grande maturidade crítica, fica ainda mais rica a bibliografia passiva de Camilo Castelo Branco.
O livro será também apresentado em Bragança, durante a Feira do Livro, no próximo dia 9 de Junho.» [Notícias do Douro]

ver ainda [http://diarioatual.com/?p=59675]

sexta-feira, 8 de junho de 2012

As artes do vinho e da pintura


Prova de vinhos de Vinhas da Ciderma + exposição de pintura “Permanência” de Isaura Sousa
Dia 12 de Junho, terça-feira, pelas 21h00
na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, em Vila Real
 Uma aliança de artes com vinhos, sob o signo de Santo António, padroeiro das festas da cidade de Vila Real. Na prova de vinhos, a enóloga Mónica Figueiredo irá apresentar duas novidades: o Fura rosé 2011 e o Donzel colheita branco 2011, bem como o Fura tinto 2006 e o Donzel reserva branco 2009. Será este o bom ambiente para se inaugurar a exposição de pintura de Isaura Sousa, intitulada “Permanência, que ficará na galeria de 12 a 30 de Junho de 2012.

Do Douro surge o projecto Vinhas da Ciderma, liderado pela engenheira Mónica Figueiredo, que em 2002 adquiriu a propriedade após longa procura de vinhedos com mais de 20 anos e exposição sul junto ao rio. Nasce da vontade de fazer bons vinhos a partir de uma escolha criteriosa das uvas, provenientes de São Leonardo de Galafura, local reconhecido como tendo especial aptidão para produzir vinhos de grande qualidade. As vinhas estendem-se na margem direita do Rio Douro, à cota de 150 metros de altitude, em patamares de xisto, cultivadas em sistema de Produção Integrada e estão, na sua totalidade, licenciadas para produção de vinho do Porto Letra A. A adega, com 160 anos, lagares em granito e paredes espessas de pedra que lhe confere uma frescura natural, foi adaptada às modernas necessidades de vinificação e higienização, mantendo o respeito pela sua traça antiga. Os vinhos apresentados demonstram bem a qualidade e prestígio desta selecção, como comprovam as três marcas desta empresa: Fura, Donzel e Vinhas da Ciderma. Além das ótimas avaliações de João Paulo Martins, o Vinhas da Ciderma Reserva Tinto 2004 (esgotado) obteve 93 pontos da Wine Spectator e o Donzel Colheita Tinto 2005 89 pontos da mesma publicação.

Isaura Sousa, transmontana, vive em Vila Real, é professora de Educação Visual e Tecnológica, Mestre em Cultura Portuguesa, doutoranda em Língua e Cultura Portuguesas. Desde cedo mostrou apetência para o desenho e pintura, sendo que a arte caminha lado a lado com a sua vida profissional e afetiva. A sua temática é variada e é adepta de várias técnicas na realização dos seus trabalhos. Nesta exposição os trabalhos são todos com a técnica a óleo sobre tela. Esta mostra, contempla alguns nus, paisagem, natureza-morta e algumas composições de tendência cubista.
Já realizou algumas exposições, individuais e coletivas. A exposição intitula-se “Permanência”. O objetivo desta Exposição, para além de demonstrar que o contacto com os materiais e o trabalho devem estar em permanente evolução; é também uma partilha e mostra dos trabalhos, para que arte na sua essência esteja sempre presente e daí a exposição se intitular «Permanência».
«A “Arte” torna-nos mais sensíveis, atentos e compreensivos às mudanças, apesar dos meios e dos locais serem adversos à sua envolvência.
Podem contemplar a pintura com um vinho agradável, que irá dar uma ambiência mais aromática. O vinho é uma bebida milenar que, por si só, é elegante e sofisticada. Além das variedades de cores, texturas e sabores, os vinhos podem ser degustados e avaliados à medida adequada para cada gosto; simultaneamente com as texturas e as cores de quadros de temática variada.» acrescenta a artista.
[“A arte, para os que não se enclausuram nela como nos muros de um mosteiro, poetiza singularmente a existência.”- Eça de Queirós]

Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
Rua Miguel Bombarda, 24 – 26 – 28 em Vila Real
2.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª, Sáb. das 10h00 às 20h00 e 4.ª feira das 14h00 às 23h00
[www.traga-mundos.blogspot.com]

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Roteiro de azeites


“Roteiro dos Azeites virgens extra portugueses” de José Gouveia e Susana Sassetti

Uma obra em sintonia com o crescente interesse dos Portugueses pelo azeite e com o enorme desenvolvimento da produção e da comercialização deste produto, que nos próximos anos se transformará num consumo de moda e de prestígio, especialmente no que concerne aos «Azeites da Produção», cativando as novas gerações e os grupos sócio-culturais líderes de opinião. O livro, escrito por dois inegáveis especialistas do sector, e enriquecido com as informações fornecidas pelas empresas e casas agrícolas que responderam ao convite de submeterem os seus produtos à apreciação independente dos autores, terá a forma de guia, para que o leitor que gosta de consumir azeite fique a conhecer um pouco melhor as suas história e tradição e, também, alguns aspectos de ordem prática que possam orientar a sua escolha no acto de compra ou o modo como utiliza este produto sua mesa.
 Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também os títulos “O Azeite na Cultura e no Património Alimentar” de Manuel Paquete e “Azeite de Trás-os-Montes – influência da localização e das cultivares nas características dos azeites” de Maria Helena Chéu Guedes Vaz]

terça-feira, 5 de junho de 2012

Passeio pedestre ao Alvão


Passeio pedestre ao Alvão
dia 17 de Junho de 2012 (domingo)
actividade organizada por Lagoa Trekking para a Traga-Mundos

Em cada terceiro domingo do mês[*] a Lagoa Trekking irá organizar uma actividade para a Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real.
Assim, para Junho, no dia 17, domingo, propomos: 

«Alvão sempre à mão – Percurso 1: Cabeço de Arnal
Percurso circular que apresenta uma vista sobre Vila Real, destacando na aldeia de Arnal um grande bloco granítico, o Cabeço de Arnal.
Com início na cabana junto à Barragem Cimeira, atravessamos o dique e entramos em zona de pastos e antigas minas de volfrâmio a céu aberto, as Minas do Cabeço. A chegada à base do Cabeço de Arnal faz-se pelo lado Norte, onde se podem observar formas curiosas deste maciço granítico.
O pinheiro e o vidoeiro são os dois géneros de árvores que encontramos neste percurso, para além de outros géneros de fauna e flora característicos desta zona.
Após uma gratificante subida a recompensa são as vistas sobre aldeia de Arnal, a Serra do Marão e mais ao longe a Serra da Estrela. O regresso é feito pela encosta Este, por blocos graníticos e vales inferiores até à Barragem Cimeira, finalizando na cabana da Barragem Cimeira.
Dificuldade – Baixa
Duração – 3 h»

O ponto de encontro é na Traga-Mundos, pelas 8h00, para assegurarmos o transporte de todos os participantes. Asseguramos igualmente mochila day pack, poncho de chuva, bastões de trekking, seguro de acidentes pessoais, boa disposição e um café na cabana da barragem. É aconselhável cada um levar água para beber e, caso necessitar, comida leve e energética. Venha trekkar connosco...
Preço por participante: 15,00 euros (número mínimo de pessoas: 8, número máximo: 20)
Inscrições (até 15 de Junho) na Traga-Mundos, ou pelos seguintes contactos: 259 103 113, 935 157 323, traga-mundos1@gmail.com, tolagoa@gmail.com. Transferência bancária para NIB 0033 0000 45418719535 05.
[* Salvo outros compromissos por parte da Lagoa Trekking e/ou Traga-Mundos]

Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
Rua Miguel Bombarda, 24 – 26 – 28 em Vila Real
2.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª, Sáb. das 10h00 às 20h00 e 4.ª feira das 14h00 às 23h00
[www.lagoatrekking.com]

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Histórico-policial transmontano


“Um Tiro Na Bruma” de Manuel Cardoso

O início do século XX em Portugal ficou marcado por inúmeros acontecimentos que provocaram grandes transformações políticas e sociais: a Implantação da República, em 1910, golpes de Estado e contra-golpes, a participação portuguesa na Primeira Guerra Mundial, as doenças que dizimaram famílias inteiras, ricos e pobres. É neste cenário conturbado com base em factos e personagens reais, que se movimenta a figura central da história, Amadeu. Na qualidade de médico em Macedo de Cavaleiros, a sua vida espelha bem as dificuldades que então havia em ultrapassar a escassez de recursos que assinala este período. Em torno de Amadeu gravitam muitas outras personagens que ilustram primorosamente a sociedade portuguesa de então, e em particular a transmontana, para o desenvolvimento da qual foi essencial a construção da Linha do Tua.

"Um Tiro na Bruma remete-nos ao universo de Júlio Dinis, Camilo ou até Eça, não na contemporaneidade dos acontecimentos evocados, mas sim no estilo da prosa, na minúcia das descrições, na riqueza do vocabulário e na caracterização das gentes, cuja vivência, pensar e quotidiano pouco diferem dos referidos por esses ilustres da literatura portuguesa. (...)
 Manuel Cardoso, um médico veterinário de Macedo de Cavaleiros, estreia-se, brilhantemente, com este romance histórico-policial que lhe exigiu muita pesquisa e engenho na reconstrução de factos da história pública e privada, cuidadosamente envolvidos em ficção." 
Ana Morgado [Os Meus Livros]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também o título “O Segredo da Fonte Queimada”]