sábado, 28 de janeiro de 2012

Do falar de Trás-os-Montes e Alto Douro

«Há quem tenha decidido "indilgar" da vida, deixar de "atabuar-se" para não passar o tempo a "canear". Se tudo isto lhe parece estranho e sem sentido fique a saber que estas palavras fazem parte do falar de Trás-os-Montes e Alto Douro, num dicionário da autoria de Vítor Fernando Barros.
Fique então a saber que 'indilgar da vida' é tratar de vida, que 'atabuar-se' é empanturrar-se e que 'canear' é cabecear com sono.
"O Dicionário do falar de Trás-os-Montes e Alto Douro" regista uma recolha vocabular, a mais exaustiva de todas as recolhas efectuadas até ao presente de vocábulos em uso ou já usados na região a que se refere.
Este dicionário, explica o autor, "procede de fontes diversas", desde aquelas que a minha vivência em Trás-os-Montes outrora forneceu, passando pelo trabalho de campo desenvolvido, até ao trabalho informático e à consulta das obras referenciadas na bibliografia".
Mas, diz Vítor Fernando Barros, "este trabalho não esgota, obviamente, a riqueza do falar transmontano e altoduriense". A obra aparece organizada nos moldes de um dicionário tradicional mas " sem preocupações etimológicas".
Tudo isto "para que não se percam certas particularidades locais e, com elas, uma importante fonte linguística e etnográfica, procurando atenuar a erosão dos falares locais e contribuir para a sua autodefesa".» Ana Vitória, Jornal de Notícias

Vítor Fernando Barros, transmontano por filiação e cultura, nasceu ocasionalmente no Porto, em 1958. Viveu cerca de sete anos na Beira Litoral.
Com estudos em Direito e Línguas e Literaturas Modernas, exerce a profissão docente na Escola Mouzinho da Silveira, na Baixa da Banheira (Moita), leccionando a disciplina de Língua Portuguesa.
É sócio da Cooperativa dos Criativos e Produtores de Trás-os-Montes e Alto Douro e da Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro em Lisboa.
É dirigente do SPGL (Sindicato de Professores da Grande Lisboa). Fez parte do conselho editorial do quinzenário do distrito de Setúbal O Rio.
Publicou, entre outras, as seguintes obras: “Uma Aldeia Transmontana: Mortologia Social de Fornos”, “Dicionário do Falar de Trás-os-Montes e Alto Douro” e “Dicionário de Falares do Alentejo” (em co-autoria).
Desenvolveu dois trabalhos de campo (ainda não publicados) intitulados “Estudo Fonético do Concelho de Freixo de Espada à Cinta” e “Retrato dos Professores da Escola D. João I (Baixa da Banheira)”.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Contos do Marão

 «O título e o subtítulo desta colectânea apontam para o conteúdo dos contos que a constituem. Com efeito, privilegiou-se a ruralidade sobre a urbanidade, diga ela respeito à geografia física ou humana da região de Trás-os-Montes nos tempos em que imperavam a pobreza e a exploração.
Pretende-se, com as efabulações que se esperam verosímeis, preservar, através da escrita criativa, uma identidade ameaçada e a desmoronar-se irreversivelmente. Protagonizam-nas gentes humildes, social e economicamente desfavorecidas, mas ricas em força de carácter, arreigamento às versas onde nasceram, espírito solidário, teimosia na manutenção de costumes e tradições, traços idiossincráticos coroados com a atávica e proverbial hospitalidade do – Entre Quem É, em que ninguém lhes leva a palma.»

Maria Hercília Agarez de Campos Marques nasceu em Vila Real em 1944. É professora aposentada do ensino secundário. Leccionou Português e Francês em Lamego, Santo Tirso e Vila Real, na Escola Camilo Castelo Branco. Actualmente é professora de Literatura Portuguesa da Universidade Sénior da sua cidade natal, onde reside.
É autora dos livros "A Brincar que o Digas" (crónicas), publicado em 2001, e um ensaio sobre Miguel Torga: "A Força das Raízes", 2007. É co-autora da antologia de A. M. Pires Cabral “Aqui e Agora Assumir o Nordeste”.
Está representada nas seguintes publicações dos Serviços Municipais de Cultura de Vila Real: “Histórias Tiradas da Gaveta”, “Pequeno Cancioneiro de Natal” e “Tellus – Revista de Cultura Trasmontana e Duriense” (números 47 e 54). Tem artigos publicados em: Boletim Cultural da Escola Secundária Camilo Castelo Branco (desde 1991); In Memoriam de João de Araújo Correia (2010); Revista Portuguesa de Humanidades (Faculdade de Filosofia de Braga, 2007); Terra Feita Voz (Círculo Cultural Miguel Torga, 2007); Rosto & Vozes (Escola Secundária Miguel Torga de Bragança, 2007); A Terra de Duas Línguas – Antologia de Autores Trasmontanos, 2011. O jornalista e escritor João Céu e Silva publicou uma entrevista sua na obra “Uma Longa Viagem com Miguel Torga”, 2007.

É estudiosa dos escritores Camilo Castelo Branco, João de Araújo Correia, Miguel Torga e Luísa Dacosta, sobre os quais tem escrito artigos e feito comunicações. É, desde 1999, colaboradora permanente do jornal Notícias de Vila Real. Tem feito várias apresentações de livros (poesia, crónica, ensaio e romance). É membro da direcção da Tertúlia João de Araújo Correia (Régua) e da Academia de Letras de Trás-os-Montes (Bragança). [“Jornal Norte”]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Reserva de Tinta Roriz e Touriga Franca, 2004

Quinta dos Mattos Douro DOC Reserva T. Franca + T. Roriz Vinho Tinto 2004

Marca: Quinta dos Mattos
Produtor: Coimbra de Mattos, Lda.
Enólogo: Eng.º Luís Sampaio
Ano: 2004

Castas: Tinta Roriz (Aragonêz) e Touriga Franca

Técnica de Vinificação: Em cubas de fermentação inox com temperatura controlada. Estágio de 10 meses em cascos de carvalho

Notas de Prova
Cor: Rubi fechado
Aromas: Vinho encorpado com os taninos presentes e robustos sem agressividade, que dão um volume pronunciado e persistente na boca
Sabor: Este vinho pela sua complexidade aromática e estrutura polifenólica permite uma evolução positiva para + 3 a 6 anos
 
Nota: Deverá ser decantado

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Páginas de Rosto dos Forais Novos de Trás-os-Montes

 «O presente trabalho procura dar a conhecer a beleza e originalidade da iluminura das páginas de rosto dos forais novos exarados para as localidades de Trás-os-Montes, no decurso da reforma manuelina dos forais (1496 – 1952). A iluminura das referidas cartas de foral, embora apresente um tratamento rudimentar, constitui uma novidade artística no contexto europeu do final da Idade Média e dealbar da Época Moderna. Por um lado, pelo facto dessas iluminuras ilustrarem textos administrativo-jurídicos (forais novos), o que não era habitual na iluminura europeia, aplicada ao livro religioso, e, por outro lado, pelo facto de terem sido produzidas em série, o que também não era usual. (...)
Ainda hoje, a iluminura das cartas de foral manuelinas goza de uma significativa importância para os municípios, porque é a “única pintura não religiosa existente na maioria das vilas; é, à sua modesta proporção, um instrumento de divulgação de uma nova cultura e de uma nova maneira de viver” (Alves, 1985: 217), representando testemunhos textuais e estéticos de momentos importantes da história de Portugal: o final da Idade Média e o advento das Descobertas.» (in “Introdução”)

Maria Olinda Rodrigues Santana é Professora Associada com Agregação no Departamento de Letras, Artes e Comunicação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Fez o Doutoramento Europeu, em regime de co-tutela, na UTAD e na Université de Toulouse-Le-Mirail II, em Linguística Portuguesa, em 1998. Fez a Agregação em Cultura Portuguesa em 2009. É coordenadora científica do Centro de Estudos António Maria Mourinho, bem como fundadora do mesmo Centro. É investigadora do Centro de Estudos em Letras da UTAD. Foi colaboradora convidada no projeto “Corpus Diacrónico do Português” da Universidade Georgetown (USA). É autora de inúmeras obras. Há vários anos que coordena o Ciclo Cultural na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Foi convidada a integrar a Associação Internacional de Artistas (AIA), International Association of Artists, na qualidade de autora. A referida a Associação é constituída por pintores, escultores, desenhadores, ceramistas, fotógrafos, escritores, músicos, artesãos, entre outros. O principal objetivo da AIA consiste na promoção de intercâmbios e diálogos entre artistas nacionais e internacionais. 

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Histórias deste mundo e do outro e outras quase verdadeiras...

A Traga-Mundos tem o orgulho de acolher a obra reunida de mais um emérito autor «transmontano de boa cepa»: Domingos Monteiro
«Ficcionista, dramaturgo, poeta, ensaísta, nascido a 6 de setembro de 1903, em Barqueiros, Mesão Frio, e falecido em 1980, em Lisboa. Licenciado em Direito, fundou a editora Sociedade de Expansão Cultural; foi diretor das Bibliotecas Itinerantes da Fundação Calouste Gulbenkian. Tradutor de Balzac, Dostoievski, Thomas Mann, Maupassant, Poe, Mark Twain, afirmou-se como ficcionista numa obra que, combinando originalmente o social com elementos fantásticos e psicológicos, é movida pela convicção de que "não se deve deixar sossegada e tranquila a consciência dos homens, pois que esta só pode exercer o seu primado numa atmosfera de angústia e de inquietação» (cf. posfácio a O Mal e o Bem, 3.a ed., 1957).

«Encontramos o futuro escritor em Vila Real, entre 1918 e 1920, como aluno interno do Liceu Central de Camilo Castelo Branco. Aqui passou pois aproximadamente dois anos, deixando-nos referências à Vila Real que conheceu num romance de pendor autobiográfico intitulado “O Caminho para Lá”.» 
Nesta obra «o escritor revela já muitas das suas vivências vila-realenses: a decisão de vir estudar para Vila Real; a partida do batalhão do RI 13 para a Grande Guerra em 21 de Abril de 1917; uma descrição do passeio de trás do cemitério, que aliás lhe serviu de cenário para o encontro com a primeira namorada; a passagem do comboio em Tourinhas; o convívio com os colegas do Liceu, que o alcunharam de Guedelhas, onde se revelou um rapaz destemido; a doceira que vendia bolos («doces cobertos com açúcar corado») à porta do Liceu e que, por metade do preço, permitia que os clientes apenas lambessem os doces; a sua primeira experiência sexual, que aliás lhe causou repugnância, com uma mulher que «por um tostão exibia aos estudantes as intimidades do seu corpo» (situação também descrita pelo Coronel Chico Costa num conto inédito); os efeitos da Traulitânia e da pneumónica; as amizades que lhe foram proporcionadas pelo meio; o sucesso da sua vida escolar em Vila Real.» [Grémio Literário Vila-Realense]

«Foi a sua segunda mulher que teve um papel importante na génese dos seus contos e narrativas, publicados depois dos anos 60, colaborando estreitamente com ele, em todas as fases da elaboração do seu trabalho.
Domingos Monteiro arquitectava o enredo dos seus livros e construía mentalmente o plano da obra. Os seus últimos livros foram ditados a D. Ana Maria como quem conta um conto.
A partir daí, era a ela que competia a edição do texto e a sua conclusão até toda a obra estar impressa.»

Obras de Domingos Monteiro:
“Contos e Novelas” Vol. I – “Enfermaria, Prisão e Casa Mortuária” (1943), “O Mal e o Bem e outras novelas” (1945), “Contos do Dia e da Noite” (1952): Vol. II – “Histórias Castelhanas” (1955), “Histórias Deste Mundo e do Outro” (1961), “O Dia Marcado” (1963); Vol. III – “Contos do Natal” (1964), “O Primeiro Crime de Simão Bolandas” (1965), “Histórias das Horas Vagas” (1966); Vol. IV – “Histórias do Mês de Outubro” (1967), “A Vinha da Maldição e outras histórias quase verdadeiras” (1969), “O Vento e os Caminhos” (1970), Vol. V – “O Destino e a Aventura” (1971), “Letícia e o Lobo Júpiter” (1972) e “O Sobreiro dos Enforcados e outras narrativas extraordinárias” (1978).
“Poesia” – “Orações do Crepúsculo” (1920), “Nau Errante” (1921), “Evasão” (1953) e “Sonetos” (1978).
“Ensaios” – “Bases da Organização Política dos Regimes Democráticos” e “Livros Proibidos e outros ensaios”
Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[Nota: as edições originais da obra de Domingos Monteiro encontram-se esgotadas; esta é uma edição da Imprensa Nacional – Casa da Moeda, efectuada entre Maio de 2000 e Junho de 2004, com tiragens de apenas 800 exemplares...]

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Sauvignon da Casa de Mateus

Três Bagos Sauvignon Blanc 2010 – Vinho Regional Duriense

Castas: 100% Sauvignon Blanc
Palavra do enólogo: Este Sauvignon, que começou por ser uma experiência e uma curiosidade, devido às suas características organolépticas é agora uma referência da Lavradores/de/feitoria. Plantado nas vinhas da Casa de Mateus em Vila Real, dada a sua altitude, obteve-se um vinho muito fresco, aromas vivos, ligeiramente tropicais, muito do estilo Françês, que poderá proporcionar bons momentos de vida.
Tecnologia de vinificação: Proveniente de vinhas com cerca de 25-30 anos, plantadas em solos de xisto, as uvas são vindimadas à mão e transportadas em caixas pequenas de 25 kg. Após desengace total e suave esmagamento, as uvas foram prensadas (prensa pneumática), o mosto foi defecado e de seguida fermentado, uma pequena parte em barricas novas de carvalho francês, o restante em Cubas inox a baixas temperaturas, ambos com turbidez controlada. Após fermentação em barricas novas de carvalho francês de 225 litros, o vinho estagiou nas barricas, durante aproximadamente 6 meses. De seguida fez-se o lote. O vinho foi estabilizado e filtrado.
Notas de prova: Cor viva, citrina limão. No aroma é muito exuberante. Limpo e fresco, apresenta aromas com nuances tropicais bastante intensas, lembrando manga e pêssego, e fruta mais fresca como ananás. Na boca a entrada é muito fresca, bastante frutado e equilibrado. Com uma boa acidez, tem uma fruta madura do tipo ananás e melão e menos tropical, o que o lhe confere tipicidade e elegância, caracterizando-o, e proporcionando-lhe um bom equilíbrio e um longo final de boca bastante saboroso.
Gastronomia: Excelente como aperitivo, bem como acompanhar pratos de peixe ou marisco.
Temperatura de serviço: 11 ºC

O vinho Três Bagos Sauvignon Blanc 2010 foi distinguido com uma medalha de prata no “Concours Mondial de Sauvignon”, evento que decorreu em Bordéus, na França, tendo sido o único vinho português a ser medalhado pelo júri do certame. 
Segundo adianta Olga Martins, CEO da Lavradores de Feitoria, “É com grande entusiasmo que vemos o ‘Três Bagos Sauvignon Blanc’ ser distinguido neste concurso, ainda mais quando este branco começou por ser uma experiência que, rapidamente, se transformou num vinho de referência da LDF, tendo uma óptima aceitação quer no mercado português, quer no estrangeiro”.
Esta é a segunda edição do ‘Concours Mondial de Sauvignon’, promovido no âmbito e pela organização do ‘Concours Mondial de Bruxelles, juntamente com as entidades Bordeaux Supérieur e ODG de Bordeaux. Um painel de provadores internacionais avaliou 481 vinhos provenientes de 19 países – África do Sul, Alemanha, Argentina, Áustria, Bulgária, Chile, Croácia, Espanha, França, Grécia, Itália, Nova Zelândia, Portugal, República Checa, Roménia, Eslováquia, Eslovénia, Suíça e Turquia.

Disponível, assim como toda a gama Lavradores de Feitoria, na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

domingo, 22 de janeiro de 2012

Memória oral do povo

“Património Imaterial do Douro – Narrações Orais – Contos. Lendas. Mitos.”
Vol. 1 e Vol. 2, de Alexandre Parafita

«Esta obra é o primeiro impulso visível para um inventário do Património Imaterial do Douro. Nela se apresenta uma vasta recolha e compilação das narrações orais do concelho de Tabuaço, acompanhada de um estudo teórico-metodológico e interpretativo desse património. Trata-se de um concelho muito rico em lugares de memória associados à sua paisagem, repleta de formações megalíticas fantásticas que alternam com vales profundos e escarpas assombrosas. Deste cenário resultou, na interpretação popular, todo um universo mítico-lendário de crenças e superstições que chegou até aos nossos dias através das narrações orais. Neste primeiro Volume, o espólio apresentado divide-se em dois grandes grupos (os contos populares e as lendas e mitos) e todo ele é dominado, ora pela etiologia toponímica, ora pelas inquietações da religiosidade e do sobrenatural, razão por que nele são recorrentes narrações de lobisomens, almas penadas, mouros, bruxas e demónios.»

Alexandre Parafita, natural de Sabrosa (Trás-os-Montes) possui o Doutoramento em Cultura Portuguesa pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e o Mestrado em Ciências da Comunicação pela Universidade da Beira Interior (UBI). Estudou também na Escola Superior de Jornalismo do Porto e na Universidade de Coimbra. 
É docente do ensino superior, investigador em áreas do património cultural e jornalista. Lecciona na UTAD e é professor convidado do IPB (Pólo de Mirandela). Como investigador, integra o Centro de Tradições Populares Portuguesas da Universidade de Lisboa. Como escritor, é autor de várias dezenas de títulos, e a sua obra incide, fundamentalmente, na literatura infantil e infanto-juvenil e nos estudos do património cultural imaterial. Tem livros publicados nas principais editoras portuguesas. É lido por muitos milhares de crianças e os seus livros têm tido reedições sucessivas.
A sua obra figura em manuais escolares. Vários livros seus são bibliografia obrigatória em Universidades e Institutos Superiores e muitos integram o Plano Nacional de Leitura (PNL)
Os seus trabalhos, como investigador de literatura oral tradicional, permitiram-lhe já resgatar milhares de textos inéditos em risco de se perderem na memória oral do povo.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também os títulos “Os Provérbios e a Cultura Popular”, “A Mitologia dos Mouros”, “Histórias de Natal – contadas em verso”, “Branca Flor, o príncipe e o demónio” e “Vou morar no arco-íris”]

sábado, 21 de janeiro de 2012

Duendouro

“Duendouro – Era uma vez um rio...” teatro ilustrado
de Marília Miranda Lopes, ilustração de Manuela Bacelar

Duendouro é um duende do Douro que habita o mundo mágico, assim como Dourato (o vilão) e o Gigante das Pernas (adjuvante), personagens desta peça onde se conta a estória do percurso do Douro, da nascente até à foz, e de como este rio, tal como a criança, se questiona sobre a sua identidade e sobre as coisas e os seres que a rodeiam. Nesta peça, perpassada pela temática da preservação ambiental, também se relata como é que o nosso herói Duendouro consegue salvar a sua terra das mãos criminosas de Dourato, com a ajuda da Ferreirinha e do Gigante das Pernas.
Marília Miranda Lopes (neta e sobrinha de poetas) é um dos nomes mais jovens da Literatura Transmontana, com obra publicada no campo da poesia e do teatro infantil.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Falar transmontano: bô!

"!bô - a revista que fala Transmontano".

"!bô é uma publicação trimestral de inspiração regionalista, mas que vai para além da dimensão regional.
Um projecto de comunicação que nasce para todo o país transmontano.
Diversidade, urbanidade, juventude, criatividade, são estes os pilares que norteiam a "!bô - a revista que fala Transmontano".
Um corpo de colaboradores com percursos profissionais variados e formações académicas distintas,uma publicação apostada em conteúdos diversos e num grafismo arrojado, associada a um regionalismo que identifica com cirurgia linguística uma região, uma cultura, uma identidade.
A “!bô” vai prender, seduzir, exclamar, encantar, criar vontades!

Segundo o director da revista, João Paulo Castanho, trata-se de uma nova publicação “muito abrangente espartilhada na entrevista, reportagem e fotojornalismo e que pretende enaltecer o espírito e a cultura transmontana nas mais variadas vertentes como a ciência, literatura, artes entre outras”. O responsável salienta que a revista não se confina apenas ao espaço geográfico de Trás-os-Montes mas sim “onde houver um transmontano”. “Urbana, sólida, jovial, interventiva e única” são as características que para João Paulo Castanho marcam esta publicação que não pretende fazer concorrência com publicações já existentes “mas sim complementar a oferta que já existe no mercado”, frisa.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[disponíveis o n.º 1 Julho de 2011 e o n.º 2 Outubro / Dezembro 2011]

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

As Paisagens Culturais Classificadas do Vale do Douro

“Património D’ouro – As Paisagens Culturais Classificadas do Vale do Douro”
Douro River – A Golden Heritage – The Acknowledge Cultural Landscapes of the Douro Valley
edição bilingue: português e inglês

O Rio Douro é testemunha – e principal referência – da “edificação”, numa curta extensão geográfica, de um património de valor inestimável, que cruzou a criatividade do traço humano com uma natureza de excepção. Caso único no mundo inteiro, em escassos 150 km, no seu percurso terminal rumo ao Oceano Atlântico, o Douro esteve na origem de três paisagens culturais que a UNESCO, muito justamente, considerou de enorme relevância, classificando-as como Património da Humanidade.
As Gravuras Rupestres do Vale do Coa, o Douro Vinhateiro e o Centro Histórico do Porto são o tema desta Obra, que contou com a sábia contribuíção de três individualidades intimamente associadas a cada um destes espaços culturais, respectivamente Dr. António Martinho Baptista, Dr. Armando Mascarenhas Ferreira e Germano Silva, que assinam os prefácio de cada capítulo.
O autor do texto é o Jornalista José Cruz, a fotografia é de André Pregitzer e a concepção gráfica de Manuel Granja.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Portugal de Miguel Torga

“Portugal” de Miguel Torga
Fotografias de José Manuel Rodrigues.

«A província gosta de visitar Lisboa e Lisboa gosta de visitar a província. Embora regressem cada qual a sua casa aborrecidas e renitentes, encontram-se momentaneamente na beleza duma e na pureza da outra. (...) O abismo não é, pois, intransponível. Talvez mesmo que lá no fundo, no fundo da desavença, não haja senão um sentimento de culpa comum, a mesma mágoa inconfessada duma desgraça que abrangeu toda a nação, mas que tem na capital o seu estigma indelével.»

José Manuel Rodrigues viveu 20 anos da sua vida fora de Portugal, onde estudou fotografia nas escolas de fotografia em Haia e Apeldoorn, na Holanda, onde trabalhou na Academia de Amsterdão e como fotógrafo freelance. Actualmente tem vários projectos fotográficos em curso. Miguel Torga, poeta, contista, romancista e ensaísta sempre foi uma fonte de inspiração para o fotógrafo e daí surgiu o livro Miguel Torga - Portugal, uma publicação Dom Quixote, que o Instituto Camões apoiou.

José Manuel Rodrigues recebeu o Prémio Pessoa em 1999 juntamente com o poeta Manuel Alegre, tem exposto dentro e fora de Portugal e o seu trabalho já foi publicado em catálogos, monografias e livros. Miguel Torga- Portugal é mais um livro onde o trabalho do fotógrafo pode ser apreciado.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

+ de 100 anos de Porto Valriz

Porto Valriz + de 40 anos – com caixa unitária de madeira

Um exemplo perfeito de um Vinho do Porto velho. Uma raridade, uma vez que poucas casas produzem um Tawny de 40 Anos. 

D.O.C. - PORTO.
Enólogo: Eng. Luís Sampaio.
Castas: Tinta Amarela, Tinta Roriz e Touriga Fanca.
Região: Douro - Baixo Corgo - Galafura - Peso da Régua.
Qtd: 500 Litros.
Álcool: 19,63%.
Açúcar: 6,0º Baumé (muito doce).
Vinificação: Em cubas de lixiviação com autovinificadores.
Estágio: em tonéis de madeira de castanho.
Prova: Cor aloirado com nuances verdes no volteio do copo, Aroma intenso a frutos secos, onde sobressai a noz com leves achocolatados, Sabor excepcional harmonia no gosto, já um certo "vinagrinho" prolongando-se o sabor na boca para prazer dos bons apreciadores. Deve ser aberto com antecipação para libertar o seu complexo bouqué de aromas.


Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também em caixa de madeira + de 100 Anos de Porto Valriz, para quatro garrafas: 10 Anos + 20 Anos + 30 Anos ++ de 40 Anos]

domingo, 15 de janeiro de 2012

As Maias - lendas, castanhas, receitas e provérbios de Maio

“As Maias – entre mitos e crenças – lendas, castanhas, receitas e provérbios de Maio” de Jorge Lage

«Num exaustivo trabalho de investigação sobre a origem das festas das Maias, foi às suas raízes, auscultando a cultura greco-latina e pré-cristã, servindo-se de fontes variadas e seguras, e guiado, pelo seu próprio instinto de investigador concentrado e dedicado.
Baseando-se em laboriosos estudos de autores eruditos, assim nos leva, com mão paciente, à deusa Maia - a mãe do deus Mercúrio dos romanos - deusa ligada à mãe natureza que em Maio floresce, anunciando a fartura dos frutos a haver, para satisfação e prazer dos mortais.
Refere, de seguida, o processo da cristianização de as Maias, que outro caminho não foi, senão o de sempre: a cristianização de todas as realizações ou actos religiosos pagãos.
Assim persegue o seu estudo de as Maias já cristãs por todo o espaço nacional, desde o Minho ao Algarve, Madeira e Açores e saltando a fronteira, estendeu o seu olhar pela Europa, com saliência para a Galiza, não fosse ela, a Galiza a irmã gémea de Portugal no que à cultura diz respeito. (...)
Termina o seu trabalho, como é tão do seu gosto, com um suculento receituário de petiscos e doçaria de deliciar o mais faminto. E dá fim ao seu estudo com um rifoneiro, referente ao mês de Maio: "Fraco é o Maio que não rompe a croça"» do posfácio, por Nelson Vilela

«Jorge Lage (n. 1948, Chelas, Mirandela) é um homem de actividade intelectual fervilhante, também ao nível da escrita. A sua mais recente obra intitula-se As Maias – Entre mitos e crenças. O subtítulo da obra diz tudo sobre o seu conteúdo: “Lendas, castanhas, receitas e provérbios de Maio”.
É pois uma espécie de apanhado geral, um trabalho exaustivo de investigação sobre um interessantíssimo aspecto da cultura popular, as Maias, ou o conjunto de ritos e tradições em torno do fenómeno do renascimento da natureza após o ciclo invernal.
De Jorge Lage tínhamos já saudado duas publicações dedicadas à castanha, esse grande e nobre produto dos nossos campos: “A Castanha. Saberes e sabores”  e “Castanea – Uma dádiva dos deuses”. Neles reuniu uma vasta soma de conhecimentos, a nível botânico, etnográfico e gastronómico, sobre esse fruto nem sempre valorizado como merece.» [Grémio Literário Vila-Realense]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também o título “Castanea – uma dádiva dos deuses”]

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O Douro em Graça Pina de Morais

Hoje a Traga-Mundos teve a honra de acolher a obra de mais uma grande autora do Douro: Graça Pina de Morais.
 «Médica e novelista (Porto, 1929 Lisboa., 1992). Embora tivesse nascido no Porto, onde seu pai, o oficial do exército e escritor (pertenceu ao movimento da "Renascença Portuguesa") João Pina de Morais vivia, as suas origens radicam na região de Vila Real e de Mesão Frio, de onde sua mãe era natural, por este lado vindo a ser sobrinha do escritor Domingos Monteiro.
Na província duriense viveu parte da infância, havendo a sublinhar que a sua obra novelística, de inspiração memorial, é motivada por temas da família, da infância rural, para além de aspectos sociais. Viveu depois em França, com os pais, voltando ao país com a idade de seis anos, em 1935. Obteve a licenciatura em Medicina na Universidade do Porto (1951) radicando-se depois em Lisboa, exercendo, como radiologista, funções nos Hospitais Civis, e como professora no Instituto de Orientação profissional. Foi muito das relações do dramaturgo Bernardo Santareno, chegando Manuel Yoppe, nas suas Memórias, a admitir que ambos tivessem vivido uma paixão frustrada.» [Pinharanda Gomes, in III volume do “Dicionário dos mais ilustres Transmontanos e Alto Durienses”]

 Apesar de uma estreia romancística aclamada pela crítica, com “A Origem” (1958), e de ter sido galardoada em 1969 com o Prémio Ricardo Malheiros da Academia das Ciências – para a melhor obra de ficção do ano – e o Grande Prémio Nacional de Novelística pelo romance “Jerónimo e Eulália” (1969), a sua obra encontra-se hoje em dia praticamente esquecida.

“O Pobre de Santiago”, “A Origem”, “Jerónimo e Eulália” e “A Mulher do Chapéu de Palha”, pela Antígona, disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Plantas aromáticas em Portugal

“Plantas Aromáticas em Portugal – caracterização e utilizações” de A. Proença da Cunha, José Alves Ribeiro, Odete Rodrigues Roque
«O livro dá a conhecer, sob a forma de monografias, 83 plantas aromáticas clássicas, focando os aspectos sobre origem, habitats e distribuição geográfica, descrição botânica sumária, partes utilizadas da planta, respectivos constituintes, composição do seu óleo essencial, acções farmacológicas e utilização. São ainda indicadas, em cada monografia, as principais espécies aromáticas afins e as suas características. Na descrição da utilização são dadas indicações que abrangem, essencialmente, aspectos de fitoterapia, aromaterapia, cosmética, perfumaria, actividade antioxidante e condimentar.
A par das plantas aromáticas clássicas, indicam-se por famílias botânicas outras plantas aromáticas existentes no País, muitas vezes ainda não estudadas ou com estudos, geralmente não recentes quanto à sua composição, indicando-se os nomes vernáculos e suas principais localizações, com o que se procura alertar, os estudiosos deste campo, para possíveis trabalhos que conduzam a um melhor conhecimento da nossa flora aromática.
Procurou-se assim completar e actualizar duas obras elaboradas respectivamente pelo Prof. Ruy Telles Palhinha (Plantas Aromáticas de Portugal, Brotéria, vol. XV, pag. 97-113, 1946) e pelo Prof. Aloísio Fernandes Costa (Elementos da Flora Aromática, Ed. Junta de Investigações Científicas do Ultramar, 1975).

Compreende a obra ainda capítulos sobre:
- O emprego das plantas aromáticas desde as antigas Civilizações até ao presente.
- Plantas aromáticas e produtos aromáticos obtidos destas - suas principais utilizações.
- Principais constituintes dos óleos essenciais e seu contributo para a actividade das plantas aromáticas.
- Glossário de termos médicos.
- Léxico botânico.
- Bibliografia.
- Índice remissivo relativo a famílias, táxones e nomes vulgares das plantas.

Os conhecimentos do Prof. A. Proença da Cunha e os da Investigadora Principal Odete Rodrigues Roque da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra sobre composição, aspectos farmacológicos e utilização das plantas aromáticas, aliados à experiência que o Prof. José Alves Ribeiro da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro tem sobre os aspectos botânicos e etnobotânicos, facilitou a elaboração desta obra, que irá não só interessar aos estudantes das Ciências Agronómicas, das Ciências da Saúde, de Biologia e das Ciências da Terra, como também aos profissionais destas áreas.

As fotografias que ilustram as monografias são originais, obtidas, na sua maioria, pelos Autores da obra, tendo as restantes a indicação dos respectivos Autores, a quem desde já agradecemos.» [antoniopcunho]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Poesia da atenção por Vítor Nogueira

“Modo Fácil de Copiar uma Cidade” de Vítor Nogueira

O autor nasceu em Vila Real, dirige o Teatro Municipal da cidade. Porém, a sua atenção poética recai ultimamente sobre a cidade de Lisboa. Repetimos a palavra atenção. Se se colocar frente a frente poesia da imaginação vs. poesia da atenção, esta é notoriamente uma poesia da atenção, da atenção aos poucos, à medida da ronda do olhar pela cidade do sujeito que vê, ou de um olhar quase anónimo que enuncia. Poesia mais do objecto do que do sujeito, cujo halo todavia transpira entre frestas ou entre asserções que se querem considerações prosaicas de ordem geral, firmes, geométricas, convocando todo um léxico da arquitectura e da pintura.
(...) Começámos pelo fim, voltemos ao princípio: “Modo Fácil de Copiar uma Cidade” é antes de mais, ou em primeiro grau, uma teoria da pintura, uma poética da pintura, uma aula dada a futuros pintores directamente interpelados por um locutor que encadeia logicamente o discurso, que orienta os passos a dar.
Maria Conceição Caleiro in Ípsilon do jornal “Público”


VISÍVEL

Nenhuma coisa visível se vê toda juntamente.
Na arte como na vida, agora que falas disso.
Alguns, porém, investem muito tempo
a melhorar o seu disfarce, contornam a forma
como produzimos as vacinas, aprendem
a reconhecer os sinais,
perseguem facilmente sem se deixarem ver.

À primeira mordedura, que tantos consideram
crucial e decisiva, recriam regiões amputada
nos seus corpos. Difíceis de aplacar, começam
o processo do princípio. Depois, enfim, aguardam.
Aguardam que algo morra, consultam o oráculo,
respiram dentro de água e fora dela
— às vezes até entram pela rede dos esgotos.

Diria que é assim, se bem conheço os corvos.

«Tal como é habitual no poeta, é um livro temático e estruturado. Desta vez, toma como pretexto três tratados portugueses de pintura, respectivamente de Filipe Nunes, Francisco de Holanda e Cirilo Wolkmar Machado, com cujos ensinamentos vai salpicando os poemas.
Deste pretexto, porém ― como também é habitual no poeta ―, Vítor Nogueira parte noutras direcções e questiona o lugar e o papel do homem. Fá-lo contudo ― e esse é um dos pontos mais interessantes da sua arte poética ― em termos simples, quase coloquiais, sem qualquer tique de ênfase discursiva ou declamatória: «De repente a chuva pára. Vê-se um fiozinho de luz / e a cidade a ir comer à sua mão.» Aquilo que alguns diriam o oposto da poesia, mas que na verdade é poesia, e, no caso, poesia de alta qualidade.» [Grémio Literário Vila-Realense]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também os títulos “Bagagem de Mão” e “Mar Largo” pela &etc. e “Que Diremos Nós Que Viva”, “Comércio Tradicional” e “Senhor Gouveia” pela Averno]

sábado, 7 de janeiro de 2012

Tia Piá - uma selecção de prazeres

Tia Piá – branco reserva Douro DOC 2010
produzido e engarrafado por José Agostinho Fernandes Lacerda
Poiares, Peso da Régua
Com origem num “terroir” de eleição a 450 metros de altitude no coração do Douro, Tia Piá 2010 reúne as características da Malvasia Fina, Rabigato e Gouveio numa selecção de prazeres.
«Vinho com a Qualidade Jose Lacerda.» [de um comentário na Net]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...


sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Obra de referência sobre Trás-os-Montes

“Alto Trás-os-Montes – estudo geográfico” de Vergílio Taborda
versão fac-similada da edição de 1932, a qual é precedida de um prefácio do Senhor Professor Doutor José Portela (UTAD)

Obra de referência sobre Trás-os-Montes
 “Alto Trás-os-Montes: Estudo Geográfico” é resultado da tese de Doutoramento em Ciências Agrárias do autor e revela originalidade e inspiração funda em bons mestres e boas fontes. É patente que essa obra ímpar está arreigada no estudo de fontes históricas, de Herculano ao reitor Baçal, mas há ainda outras a indicar, de firmeza variável, desde, por exemplo, o arquivo paroquial de Campeã e a estação ferroviária de Chaves a uma prezada editoria parisiense, passando pelas estações agrícolas (Montalegre, Vidago, Mirandela e Moncorvo) e pelo Instituto Superior de Agronomia. O objecto eleito pelo autor, o Alto Trás-os-Montes, não é simples nem nítido – tornou-se. A diversidade, a complexidade e a dinâmica das componentes territoriais em jogo é exuberante.
«Alto Trás-os-Montes é uma dissertação de doutoramento em Ciências Geográficas, que, como se espera, revela originalidade e inspiração funda em bons mestres e boas fontes. Para além da aturada disciplina e canseira na busca de documentação e além do queimar das pestanas e neurónios sobre cartas, apontamentos, catálogos, boletins, revistas, relatórios, memórias, estudos, anuários e censos, a monografia sob apreço revela que o autor era um observador extraordinário, dotado de pernas para andar, e de olhos para ver». [excerto do prefácio]
Uma edição conjunta pela Associação das Universidades de Língua Portuguesa, a Imprensa da Universidade de Coimbra e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Douro singular, Douro universal




Douro – Guia Turístico – “Douro singular, Douro universal”
coordenação e concepção: José Moreira

O guia turístico Douro Singular, Douro Universal propõe-se mostrar um lugar onde o "assombro" se matiza de sonhos e lendas através de um conjunto de condutas lúdicas apoiadas em mapas, pictogramas e fotos que incentivam o turista a desfrutar e apreciar a magia do vale do Douro.

As quintas. Alojamento e gastronomia. História e património. Mapas e circuitos.
Guia em quatro edições: português, espanhol, inglês e francês.



«Plantar a História
Nada existe sem primeiro plantar, meter na terra para aí criar raízes. É o caso da Região Demarcada do Douro. O Douro de hoje é fruto da vontade humana, feita de muito sofrimento e suor. E para que esta semeadura medrasse foi preciso um enorme esforço. Vezes sem conta recomeçado do zero. Partiram a rocha, fizeram a terra, levantaram muros, plantaram a videira, sofreram pragas, sofreram doenças. Podaram, enxertaram, cavaram, escavaram encosta acima, redraram e nunca um desses trabalhos foram fáceis. Aquilo que há cerca de 400 anos era uma região inóspita e apenas coberto por matos deu lugar a uma das mais deslumbrantes paisagens antrópicas de Portugal e do mundo.

Ao plantar a vinha no Douro, o homem criou um néctar dos deuses e uma paisagem qual jardim suspenso dos deuses. Ao plantar a vinha, o vinicultor do Douro plantou um lugar na História.»

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Pare, Escute, Olhe pelo Tua

“Pare, Escute, Olhe”
um filme de Jorge Feliciano (direcção de fotografia, edição e realização)

Dezembro de 91. Uma decisão política encerra metade da centenária linha ferroviária do Tua, entre Bragança e Mirandela. Quinze anos depois, o apito do comboio apenas ecoa na memória dos transmontanos. A sentença amputou o rumo de desenvolvimento e acentuou as assimetrias entre o litoral e o interior de Portugal, tornando-o no país mais centralista da Europa Ocidental. Os velhos resistem nas aldeias quase desertificadas, sem crianças. A falta de emprego e vida na terra leva os jovens que restam a procurar oportunidades noutras fronteiras. Agora, o comboio que ainda serpenteia por entre fragas do idílico vale do Tua é ameaçado por uma barragem que inundará aquela que é considerada uma das três mais belas linhas ferroviárias da Europa.
“Pare, Escute, Olhe” é uma viagem por um Portugal profundo e esquecido, conduzida pela voz soberana de um povo inconformado, maior vítima de promessa incumpridas dos que juraram defender a terra. Esses partiram com o comboio, impunes. O povo ficou, isolado, no único distrito do país sem um único quilómetro de auto-estrada.

DVD - uma edição dupla, com mais de duas horas de extras. Material adicional: banda sonora original, trailer, documentário “Documentar, Partilhar, Reflectir”, clips adicionais sobre ferroviários, imagens antigas da linha do Tua, a problemática das barragens, a luta pelo Tua, os comboios na Suiça, reportagem rádio, fotos making of.

"Pare, Escute, Olhe" recebeu o Grande Prémio XIV Cervino CineMountain Conseil de la Vallé, em Itália. Depois do reconhecimento em Portugal (DOCLISBOA, CINE ECO e Caminhos do Cinema Português), este é o nono prémio para "Pare, Escute, Olhe", um documentário que pretende ser um grito de alerta na defesa da identidade de uma região transmontana. [ver também www.pareescuteolhedoc.blogspot.com]

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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Rui Pires Cabral em super-realidade...

“A Super-Realidade” de Rui Pires Cabral
numa edição de 100 exemplares, numerados e assinados pelo autor

«A super-realidade, segundo livro de poemas de Rui Pires Cabral, saído pela primeira vez em Vila Real, em 1995, acaba de aparecer em segunda edição, com a chancela da Língua Morta, uma jovem editora de Lisboa.
Segundo advertência do Autor, para esta edição, alguns poemas foram emendados e outros pura e simplesmente eliminados.
Restaram vinte e seis poemas de pendor evocativo de lugares e momentos que fazem parte da memória do Autor. O registo dominante é o elegíaco – afinal o que mais convém a um certo pessimismo e desencanto ante a falta de sentido da existência e a sensação de que não é possível recuperar o passado onde, apesar de tudo, houve instantes de felicidade e partilha: «[...] Um lago no alto da serra / há quinze anos atrás, os cães que já morreram / correndo para sempre no nosso olival. // Depois disso veio o frio tantas vezes / para trancar as cancelas. // Já colhemos as amoras todas / no verão desses caminhos.» [Grémio Literário Vila-Realense]

O CÉU VISTO DE CIMA

Tu já estavas prometido à tristeza
da cidade mais pequena. Mas a noite
tinha passagens secretas, bastava seguir
os sinais.

Uma sombra avançava muito fundo
nos teus estratos, tacteavas um território
de pedras difíceis, às vezes perigosas.

Depois imergias e a boca estava amarga
outra vez, a roupa amontoada na cadeira
como o princípio de um poema indesejado.

Reflectido nos teus olhos, o céu
era um lugar inabitável.

«Sempre esperei que a poesia pudesse falar por mim, e nunca soube falar sobre ela sem sentir que estava a traí-la de algum modo. É uma incapacidade absolutamente assumida (...) Não tenho outro critério para avaliar a poesia: aquela que me convém tem de ficar perto do coração e dos sentidos.» Rui Pires Cabral, em Relâmpago - revista de poesia, nº 12, Abril 2003
 Obra Poética: Geografia das Estações, edição de autor, Vila Real, 1994 | A Super-Realidade, edição do autor, Vila Real, 1995 | Música Antológica & Onze Cidades, Presença, Lisboa, 1997 | Praças e Quintais, Averno, Lisboa, 2003 | Longe da Aldeia, Averno, Lisboa, 2005 | Capitais da Solidão, Teatro de Vila Real, 2006 | Oráculos de Cabeçeira, Averno, 2009

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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Barroso em Bento da Cruz

“O Retábulo das Virgens Loucas” de Bento da Cruz
É uma obra mágica por excelência, como diz Urbano Tavares Rodrigues, onde tudo se agita - seres humanos e vegetais, bichos, água dos açudes - na louca dança da vida. É o retábulo da essência humana e sabedoria dos mais humildes. É a história de Picholeta, história de amor e de sobrevivência, da fé que a leva a oferecer as argolas de ouro à Senhora do Pranto. Quando um dia as quis reaver, já tinham desaparecido...

«Bento Gonçalves da Cruz nasceu a 22 de Fevereiro de 1925 na aldeia de Peireses, freguesia de S. Vicente da Chã, concelho de Montalegre, filho de pequenos proprietários rurais, Manuel Gonçalves da Cruz (conhecido por Manuel Marinheiro) e Maria Alves, que tiveram ainda outros sete filhos.
A 16 de Outubro de 1940, concluídos os primeiros estudos, ingressou na Escola Claustral de Singeverga, dirigida por monges beneditinos, disposto a seguir a vida religiosa. Aí concluiu com distinção o antigo Curso dos Seminários e foi director literário das revistas estudantis O Colégio e Claustrália.
Entrou no noviciado em 1945. Porém, terminado este, decidiu abandonar a ordem em 1946, curiosamente também no dia 16 de Outubro. Dois anos depois matriculou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Concluída a formatura, abriu consultório de clínica geral em Souselas, no concelho de Coimbra, em 1955.
Pouco depois, em 1956, estabeleceu-se no Barroso, praticando clínica geral e estomatologia, até que em 1971 se fixa no Porto, onde ainda se mantém.
Tendo-se embora estreado com um livro de poesia (Hemoptise, de 1959, sob o pseudónimo de Sabiel Truta), Bento da Cruz depressa passa a dedicar-se a outros géneros literários, com especial realce para a ficção (conto, novela e romance). É certamente o mais prolífico romancista trasmontano de temática rural, tendo publicado os seguintes romances: Planalto em chamas, 1963; Ao longo da fronteira, 1964; Filhas de Loth, 1967; Planalto de Gostofrio, 1973; O lobo guerrilheiro, 1991; O retábulo das virgens loucas, 1996; e A loba, 1999. Publicou também uma novela, A lenda de Hiran e Belkiss, de 2005, que de algum modo se encontra desenquadrada do resto da sua obra de ficção, uma vez que se trata de uma narrativa de tema e sabor bíblicos.
Quanto à modalidade do conto, também debruçado sobre a ruralidade, publicou até ao momento os títulos Contos de Gostofrio e Lamalonga, 1973, e Histórias de lana- ‑caprina, 1998. Publicou ainda um volume de historietas da tradição oral, Histórias da Vermelhinha, de 1991, a que, em vez de contos, prefere chamar “memória oral”.
Fora do âmbito da ficção, embora por vezes se aproxime dela, publicou ainda uma biografia, Victor Branco, escritor barrosão – Vida e obra, de 1995, e um estudo de história, Guerrilheiros antifranquistas em Trás-os-Montes, de 2003.
Bento da Cruz é autor de uma obra vasta, quase integralmente dedicada a temas e personagens da sua região natal, o Barroso (a excepção é o já citado A lenda de Hiran e Belkiss). É curioso notar que a palavra “planalto” entra em dois dos seus títulos. Um topónimo barrosão, Lamalonga, aparece uma vez. Gostofrio, que surge em dois títulos, parece decalcado sobre Bustofrio, topónimo do concelho de Boticas. Tudo isto é sinal de apego ao Barroso. De facto, poucos autores têm produzido uma obra tão coerente e consistentemente amarrada à realidade rústica que envolveu a sua infância e a que o escritor continua a sentir-se preso e a visitar regularmente. Numa entrevista recente, Bento da Cruz diz: “Vou indicar-lhe as ‘extremas’ da leira da minha ficção. É um planalto, ou meseta, assente em quatro serras principais e respectivos contrafortes: Larouco a norte, Alturas a nascente, Cabreira a sul e Gerês ao sol-posto.”
Na sua ficção, filiada (embora sem subserviência, antes plenamente emancipada) num certo neo-realismo de matriz rural, Bento da Cruz valoriza elementos, linguísticos e outros, de uma etnografia riquíssima, sem nunca cair nas tentações do folclórico. De notar na sua obra a recorrência dos temas das pulsões instintivas e da sensualidade feminina.» [Grémio Literário Vila-Realense]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...