domingo, 18 de dezembro de 2011

“Olha o rebuçado da Régua..."

“Olha o rebuçado da Régua, levem rebuçados da Régua!” Quem chega à Régua de comboio é saudado desta forma pelas Rebuçadeiras que de bata e lenço brancos vão vendendo rebuçados no largo e na estação da CP.

Rebuçadeira é uma profissão que se imagina tão antiga quanto a iguaria, não havendo ao certo uma data exacta para a origem do fenômeno e do negócio. Actualmente, os Rebuçados fazem parte da identidade de Peso da Régua, elementos de uma tradição que se tem mantido viva ao longo das gerações.

Cada Rebuçadeira confecciona os rebuçados de um modo muito próprio. A receita é aparentemente simples: basta açúcar, mel, limão e manteiga. «Depois de o açúcar em ponto, com duas cascas de limão, ter passado para a pedra mármore, untada com margarina e daí para o plástico esticado da mesa, ainda a ferver, as mãos vão cortando os rebuçados um a um, rápida e habilmente, para depois os embrulhar em forma de laçarotes.» Mas o segredo que lhes dá o "verdadeiro sabor" é algo que recusam partilhar: cada rebuçadeira guarda o seu segredo de confecção como sendo o tesouro da sua vida.

Na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro temos o imenso orgulho de disponibilizarmos “rebuçados da Régua” confeccionados pela arte das mãos de Maria José Leitão, rebuçadeira na Estação de Peso da Régua...

1 comentário:

  1. Estimados Amigos:
    VOCÊS comovem-me, ainda me lembro desse chamamento e atitude das senhoras junto da linha de caminho-de-ferro da Régua. Pareço regressar muito tempo atrás. VOCÊS são ímpares. Fascinantes e essenciais à memória coletiva do povo português. Parabéns. Com fascínio e respeito.

    PENA!

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