quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Olaria negra de Bisalhães

«A olaria de Bisalhães apresenta uma singularidade que é, nada mais nada menos, do que a cor negra das louças. O segredo está no forno e nos métodos da cozedura. O forno é um buraco aberto na terra, assemelhando-se a uma cratera, com três paredes naturais revestidas a barro e uma quarta parede de pedra, onde se situa a porta. As peças são colocadas numa grelha em ferro sobre a qual se põe a lenha a crepitar. Para que os artigos cozam totalmente, põe-se, por cima da louça, uma camada de rama de pinheiro verde a arder. Para impedir a libertação de fumos, o forno artesanal é abafado com uma camada de caruma, musgo e terra. É aqui que reside o segredo. Se não se abafasse, a louça ficava vermelha. Para o sucesso da cozedura são necessárias cerca de 24 horas e o número de fornadas por ano, varia de oleiro para oleiro»
Júlia Violante de Carvalho Ribeiro Correia, “Conhecimento do património artístico regional – Preservação do Artesanato de Bisalhães

Na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro temos o imenso orgulho de disponibilizarmos o olaria negra de Bisalhães, moldados pela arte das mãos de Cesário da Rocha Martins, um dos três septuagenários oleiros que restam na actividade, estando disponíveis algumas das peças tradicionais, como a bilha de rosca, bilha de melão, bilha de cantil, alguidar de fornalha, alguidar churro (antigo), assadeiras, lamparina, pichorra (antiga), caneca de bico postiço, assadeira de castanhas – os desenhos são traçados pela sua mulher, Adurinda Martins Cigre.

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