“República e
Incursões Monárquicas – Um Padre Guerrilheiro de Barroso” de António Chaves,
Barroso da Fonte, Bento da Cruz, José Baptista
«A primeira
incursão monárquica teve lugar de 4 para 5 de Outubro de 1911 na raia galega de
Vinhais, exatamente um ano após a revolução que conduziu à vitória do 5 de
Outubro de 1910, dando início a um regime republicano em Portugal.
Completou-se, no
decorrer do mês de Julho, um século sobre a segunda incursão monárquica e, em
Agosto, século e meio sobre a data de nascimento do Padre Domingos Pereira, um
dos mais destacados e astutos guerrilheiros da contra-revolução monárquica. O
aniversariante, apesar de ter vivido boa parte da vida adulta em Cabeceiras de
Basto e aí ter sediado o seu baluarte de resistência, é natural do concelho de
Montalegre, mais propriamente da aldeia de Vilarinho, freguesia de Negrões,
onde nasceu a 9 de Agosto de 1862».
António Chaves (Autor
e coordenador do livro): «tentei dar uma perspetiva daquilo que se passou a
nível internacional, nacional e local. Considero de fundamental importância
entender-se aquilo que se passa à nossa volta. Tentar dirimir as questões que
se encontram no nosso dia a dia, nas nossas instituições, nas nossas relações,
sabendo que elas não estão totalmente desligadas de contextos mais alargados.
Nós fomos líderes e pioneiros mas esse é um tempo que já lá vai muito longe.
Encaixar as peças neste contexto é, por vezes, um exercício difícil mas é
fundamental para conhecermos a nossa história dos nossos locais de modo a
entendermos como foi o nosso passado».
Barroso da Fonte (Autor):
«a mim foi-me dado um tema sobre o padre Domingos Pereira falando dos últimos
25 anos da vida dele. Foi interessante falar desta figura. É um padre barrosão.
Havia mais um irmão na família. Os dois foram parar a Cabeceiras de Basto onde
estava um tio, João Carreira, que teve influência junto do bispo de Braga para
o levar para lá. Travaram lá algumas batalhas, esta foi uma batalha travada por
eles. Ele acabou por não renegar à religião porque quando morreu foi vestido
com as vestes de sacerdote. Dava conselhos aos padres que não fizessem o que
ele fez. Para mal já bastava o que ele fez. Enquanto foi padre cumpriu. Não há
noticias que ele se tenha portado mal a não ser que tenha seis filhos da
empregada Valentina. Os filhos foram criados, ao que parece, com boa
educação. Depois de abdicar de sacerdote, foi um combatente, um
guerrilheiro...na parte que me toca não analisei o combatente mas a integridade
e a coerência do homem que foi. Em relação à Câmara, não lhe ficou nada mal
homenagear um cidadão, fez muito bem».
Bento da Cruz (Autor):
«escrevi sobre a incursão do Paiva Couceiro em relação ao que se passou aqui na
fronteira. A história de Portugal é feita pelos autores nacionais. A história
local tem que ser feita por nós. Isto faz parte da história local. Toda a
descrição que faço, que não tem pretensões históricas, é uma festa! Lembro, por
exemplo, do pormenor do Joaquim Leitão, não sei se mente ou não, de os homens
aparecerem em Gralhas com lenços à cabeça, de cor vermelha. Eram lenços como
turbantes. Eu ainda me lembro disso. Um uso que agora desapareceu por
completo».
José Dias Baptista (Autor):
«a minha prestação é a parte histórica da vida do padre Domingos Pereira. Toda
a história nacional ligada à história de Barroso através da figura do padre.
Trata-se de fazer uma resenha dos momentos históricos nacionais mais
importantes, como faço em todos os meus livros, ligando-os a factos históricos
passados na nossa região».
[webpage da Câmara
Municipal de Montalegre]
Disponível na
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também os títulos de Bento
da Cruz: “Contos de Gostofrio”, “Histórias da Vermelhinha”, “O Retábulo das
Virgens Loucas”, “Histórias de Lana-Caprina”, “A Lenda de Hiran e Belkiss”,
“Prolegómenos I”, “Prolegómenos II”, “A Fárria”, “Guerrilheiros Antifranquistas
em Trás-os-Montes” e “Camilo Castelo Branco por Terras de Barroso e Outros Lugares”]
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