“Roteiros
Turísticos do Património Mundial – No Norte de Portugal – Douro Vinhateiro e
Vale do Côa” + mapa
“A Tourist’s Guide
to World Heritage Sites – In the North of Portugal – Douro Wine Region and the
Côa Valley” + map
“Guías Turísticas
del Patrimonio Mundial – Em el Norte de Portugal – El Duero Vinatero y el Valle
del Côa” + mapa
A Paisagem do Douro Vinhateiro e os Sítios
Arqueológicos do Côa, assim como os territórios onde se enquadram, são
representativos do interior da região. A cidade de Vila Real, a uma escassa
hora do Porto, pode ser vista como uma porta de entrada para estes territórios.
A serra do Marão quebra a influência atlântica e aqui prevalece a cultura
mediterrânica. Tratando-se de territórios imensos, pouco povoados, por vezes
com acessibilidades condicionadas, reclamam uma visita de natureza diferente da
dos centros urbanos. No Douro, a visita leva a privilegiar o automóvel ou então
o barco, já que é possível navegar no Douro, transpondo as eclusas de navegação
das sucessivas barragens. Mas visitar o Douro implica, também, parar nos
miradouros, conhecer as quintas, os Museus do Douro e do Côa, as aldeias, os
centros históricos, passear nas vinhas, visitar as adegas. Assim, podemos
partir à descoberta e contar prioritariamente com visitas pedonais.
Os Sítios de Arte
Rupestre situam-se ao longo do rio Côa, um importante afluente na margem
direita do rio Douro, que corre por territórios agrestes, com fraca presença
humana. Formam o mais vasto conjunto de
arte do Paleolítico, um património de valor universal, reconhecido pela
UNESCO como obra-prima do génio criador da humanidade e um testemunho
excecional da vida material, social, económica e espiritual dos nossos mais
antigos antepassados.
Este património,
que inclui mais de 70 sítios diferentes onde se podem observar gravuras na
pedra de cariz fortemente naturalista, representando maioritariamente animais e
ainda contornos de figura humana, insere-se no Parque Arqueológico do Vale do
Côa, entidade responsável pela gestão de cerca de vinte mil hectares,
distribuídos por quatro municípios. O Museu do Côa é um local de visita
incontornável e pode ser um ponto de partida para os núcleos principais
acessíveis ao visitante: a Canada do Inferno, a Ribeira de Piscos, a Penascosa
e o Fariseu. Mas, uma visita ao Côa não se esgota nas gravuras, pois a paisagem
é também única, assim como os povoados que circundam o Parque (Muxagata,
Almendra, Castelo Melhor). É, também, um local de grande importância para a
conservação da natureza (trata-se de uma Zona de Proteção Especial ao abrigo da
Diretiva Aves da União Europeia). É um sítio mágico e de contrastes, ora
observado do alto de São Gabriel ora dos vinhedos em Ervamoira, ora junto ao
Côa.
O Vale do Côa
convida a interiorizar.
A Paisagem Cultural
do Alto Douro Vinhateiro corresponde a uma área de cerca de 25.000 ha , ao longo das
duas margens do rio Douro e distribuída por treze municípios. É considerada uma
área representativa da vasta Região Demarcada do Douro (cerca de 250.000 ha ), a mais antiga região vitícola regulamentada
do mundo, conseguindo concentrar dentro de si o que de mais autêntico
possui o Alto Douro enquanto paisagem cultural evolutiva e viva. Trata-se de
uma paisagem de beleza singular, para a qual concorrem, também, fatores
efémeros como a luz, a cor e o silêncio. A manhã, a tarde ou a noite no Douro,
tal como as estações do ano, não são a mesma coisa. O Alto Douro Vinhateiro
combina a natureza monumental do vale do rio Douro, feito de encostas íngremes,
prioritariamente xistosas e de solos pobres, com a ação ancestral e contínua do
Homem, adaptando o espaço às necessidades agrícolas de tipo mediterrânico, que
a região suporta e que se caracterizam, também, pela escassez da água. Esta
relação íntima entre a atividade humana e a natureza adquiriu uma manifestação
de profunda sabedoria através de um conhecimento atento e apaixonado da
videira, planta robusta de raízes profundas, abundante crescimento dos ramos,
fecunda em fruto… As encostas estão
esculpidas – armadas em socalcos e terraços – qual obra de arte coletiva e
anónima, sem data. Aqui se produz o famoso Vinho do Porto, principal vetor
de dinamização da tecnologia, da cultura, das tradições e da economia locais. Mas
o Douro não é só vinhas, é também o cenário da amendoeira, da oliveira, da
figueira, do medronheiro, do sobreiro… O Douro convida a olhar, a cheirar, a saborear,
a escutar, a celebrar e apaixona!
The landscape of
the Douro Wine Region and the Côa Archaeological Sites, together with the
territories in which they are situated, are representative of the interior of
the region. The city of Vila Real, a mere hour away from Porto, can be seen as
the gateway to these territories. The Marão mountain range breaks the Atlantic
influence, and here a Mediterranean climate prevails. These territories cover
vast areas of low density population and sometimes are not easy to reach,
demanding a different kind of visit than the urban centres do. In the Douro, a car is a
must - or a boat. One can sail up and down the River Douro, passing the locks
at the successive dams. However, visiting the Douro also implies stopping at
the viewing points, getting to know the Quintas, the Douro and Côa Museum, the
villages, the historic centres, strolling in the vineyards, visiting the wineries.
In this way, we can set off on foot on our voyages of
discovery.
The Rock Art Sites
are situated along the River Côa, an important tributary on the right bank of
the River Douro, which flows through wild countryside with little in the way of
human presence. They constitute the biggest grouping of Palaeolithic art, a
heritage of universal value that has been recognised by UNESCO as a masterpiece
of human creative genius and an exceptional testament to the material, social,
economic and spiritual life of our oldest ancestors.
This heritage,
which includes over 70 different sites where one can
see strongly naturalistic engravings
in the rocks, mainly of animals and also the outlines of human figures, falls
within the Côa Valley Archaeological Park, with this body being responsible for
managing the around twenty thousand hectare area, spread over four
sub-districts. A visit to the Côa Museum is a must and can provide the starting
point to get to know the main centres accessible to tourists: Canada do
Inferno, Ribeira de Piscos, Penascosa and Fariseu. However, a visit to Côa is
not exhausted with the engravings, as the landscape is also unique, as are the
towns and villages around the Park (Muxagata, Almendra, Castelo Melhor). It is
also of great significance in terms of nature conservation, being a Special
Protection Zone under the EU Birds Directive. It is a magical place of
contrasts, now seen from the height of São Gabriel, now from the vineyards in
Ervamoira, now from the banks of the Côa. The Côa Valley invites you to
interiorize.
The Cultural
Landscape of the Alto Douro Wine Region corresponds to an area of around 25,000 hectares ,
along the two banks of the River Douro and distributed over thirteen
municipalities. It is deemed to be a representative area of the vast Douro
Demarcated region (around 250,000 hectares ), the oldest regulated wine
region in the world, and represents a distillation of all that constitutes the
most authentic in the Alto Douro as a living and evolving cultural landscape.
This is a landscape of singular beauty, to which other ephemeral factors also
contribute, such as the light, the colour and the silence. Morning, afternoon
and evening in the Douro, just like the different seasons, are never
alike. The Alto Douro Wine Region combines the monumental nature of the Douro River Valley, made of steep,
mainly schist, stony slopes with the action of man, over the ages adapting the
land to the Mediterranean style agricultural requirements supported by the
region, and suited also to the shortage of water. This intimate relationship
between nature and human activity has resulted in a particular manifestation of
profound expertise arising from avid dedication to understanding the vine, a
robust plant with deep roots, abundant top growth and heavy fruiting… The
slopes have been sculpted – formed into terraces and landings – like a
collective, anonymous, undated work of art. Here, the famous Port Wine is
produced, the main stimulus for technology, culture, local economy and
traditions. However, the Douro is more than just vineyards: it is also the
landscape of almond trees, olive trees, fig trees, arbutus trees, cork oaks… The
Douro invites you to look, smell, and savour, listen, celebrate and fall in
love!
El Paisaje del
Duero Viñatero y los Sitios Arqueológicos del Côa, así como los territorios en
los que se encuentran, son representativos del interior de la región. La ciudad
de Vila Real, a una hora escasa de Oporto, puede considerarse una puerta de
entrada a estos territorios. La sierra de Marão rompe la influencia atlántica.
Aquí prevalece la cultura mediterránea. Al tratarse de territorios inmensos,
poco poblados y, en ocasiones, con una accesibilidad limitada, reclaman una
visita de naturaleza diferente a la de los centros urbanos. En el Duero, la
visita lleva a dar prioridad al automóvil o incluso al barco, ya que es posible
navegar el río superando las esclusas de las sucesivas presas. Pero visitar el
Duero implica también detenerse en los miradores, conocer las quintas, los
museos del Duero y del Côa, los pueblos, los centros históricos, pasear por los
viñedos y visitar las bodegas. De este modo, podemos lanzarnos a descubrir y
dar prioridad a las visitas a pie.
Los Sitios de Arte
Rupestre se encuentran a lo largo del río Côa, un importante afluente, situado
en el margen derecho del Duero, que corre por territorios agrestes de escasa
presencia humana. Forman un vastísimo conjunto de arte del Paleolítico, un
patrimonio de valor universal reconocido por la UNESCO como una obra maestra del
genio creador de la Humanidad y como un testimonio excepcional de la vida
material, social, económica y espiritual de nuestros antepasados más antiguos.
Este patrimonio
incluye más de 70 sitios diferentes en los que se pueden observar pinturas
rupestres en piedra. Claramente naturalistas, representan sobre todo animales y
siluetas de figuras humanas y se enmarca en el Parque Arqueológico del Valle del
Côa, entidad responsable de la gestión de casi 20.000 hectáreas repartidas
entre cuatro municipios. El Museo del Côa, lugar de obligada visita, puede ser
el punto de partida hacia los principales núcleos accesibles al visitante:
Canada do Inferno, Ribeira de Piscos, Penascosa y Fariseu. Pero una visita al
Côa no e limita a las pinturas rupestres, ya que el paisaje es también único,
así como los pueblos que rodean el Parque (Muxagata, Almendra, Castelo Melhor).
Es también un lugar de gran importancia para la conservación de la naturaleza,
ya que se trata de una Zona de Protección Especial en virtud de la Directiva de
Aves de la Unión Europea. Se trata de un sitio mágico y de contrastes, ya sea
observado desde el alto de San Gabriel o desde los viñedos de Ervamoira, o
junto al Côa.
El Valle del Côa
invita a reflexionar.
El Paisaje Cultural
del Alto Duero Viñatero se corresponde con una superficie de casi 25.000
hectáreas situada a lo largo de las dos orillas del río Duero y repartida entre
trece municipios. Se considera una zona representativa de la vasta Región
Demarcada del Duero (casi 250.000 hectáreas), la más antigua región vitícola
regulada del mundo, que encierra lo más auténtico del Alto Duero en cuanto a
paisaje cultural evolutivo y vivo. Se trata de un paisaje de singular belleza
en el que confluyen también factores efímeros como la luz, el color y el
silencio. En el Duero, la mañana, la tarde y la noche son distintas, y lo mismo
sucede con las estaciones del año. El Alto Duero Viñatero combina la naturaleza
monumental del valle del río Duero, formado por escarpadas laderas
—principalmente de esquistos y suelos pobres—, con la acción ancestral y
continua del hombre, que adapta el espacio a las necesidades agrícolas de tipo
mediterráneo que la región sustenta, caracterizadas también por la escasez de
agua. Esta íntima relación entre la actividad humana y la naturaleza desembocó
en la manifestación de una profunda sabiduría gracias al conocimiento atento y
apasionado de la vid, planta robusta, de hondas raíces y ramas frondosas,
fecunda en frutos... Las laderas están esculpidas —armadas en paratas y
terrazas— como una obra de arte colectiva y anónima, sin fecha. Aquí se produce
el famoso vino de Oporto, principal vector de dinamización de la tecnología, la
cultura, las tradiciones y la economía locales. Pero el Duero no es sólo viñas.
Es también el escenario del almendro, del olivo, de la higuera, del madroño,
del alcornoque... El Duero invita a mirar, a oler, a saborear, a escuchar, a
celebrar... y a enamorarse de él.
Disponível na
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também os seguintes guias:
“Guia de Portugal” – Vol. IV – Entre Douro e Minho I – Douro Litoral | Vol. V –
Trás-os-Montes e Alto-Douro I – Vila Real, Chaves e Barroso | Vol. V –
Trás-os-Montes e Alto-Douro II – Lamego, Bragança e Miranda, autores: direcção
de Raúl Proença; “Douro – Viagens e Histórias” (versão portuguesa), “Le Douro –
voyages et histoires” (versão francesa), “Douro Valley – journeys and stories”
(versão inglesa), “Duero – viajes e historias” (versão castelhana), “Douro –
reisen und geschichten” (versão alemã) de Pedro Veloso, Susana Fonseca, Sérgio
Fonseca; Douro – Guia Turístico – “Douro singular, Douro universal”, coordenação
e concepção: José Moreira, idiomas disponíveis: português, inglês,
francês, espanhol; “Douro – O Rio do Vinho” de José A. Salvador; “Douro
Religioso” guia + mapa, coordenação Varico da Costa Pereira; “Douro – Guia
Turístico da Natureza – paisagem, geologia, fauna, flora, turismo” coordenação
Samuel Tapada; “Roteiro Vale do Côa e
Além Douro / Ruta Vale do Côa y más allá del Duero” coordenação científica
António dos Santos Queirós e Jorge Rodrigues Paiva; “Património Geológico
Transfronteiriço na Região do Douro – ROTEIROS / Geological Cross-border
Heritage in the Douro Region – ITINERARIES” coordenação M. Elisa Preto Gomes e
Ana Maria P. Alencoão; “São Salvador do Mundo – santuário duriense”, sob a
coordenação do arqueólogo J. A. Gonçalves Guimarães; “Norte de Portugal e
Galiza” – Guia American Express; “Mapa de Arquitectura de Vila Real / Plano de
Arquitectura / Architectural Map-Guide” fotografia e coordenação editorial
Filipe Jorge; “Guia de Aves”, texto e mapas Lars Svensson, ilustrações e
legendas Killian Mullarney e Dan Zetterström]
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