terça-feira, 17 de abril de 2012

Traga-Mundos no 3.º Turchaves - ciclo de conferências sobre turismo

A Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro de Vila Real foi convidada para estar presente com uma exposição-venda de obras relacionadas com a temática no 3º TURCHAVES – CICLO DE CONFERÊNCIAS SOBRE TURISMO: “Turismo e alimentação”, no dia 18 de Abril de 2012 (Quarta-feira), no Pólo da UTAD em Chaves (Portugal).

«Apresentação
O objetivo deste ciclo de conferências é refletir coletivamente sobre a relação entre turismo e alimentação, uma relação mutável que, na atualidade, tem convertido a comida em produto turístico consumido de diversas formas e com plurais significados.
Os alimentos servem, de uma forma prática, para satisfazer necessidades primárias, mas encontram-se, simultaneamente, associados a afetos e emoções nutridos pela gente e pelos espaços onde nos alimentamos. Para além disso, os alimentos são um elemento configurador das nossas memórias e identidades. Noutra perspetiva, os alimentos podem ser pensados como elementos de ligação entre o local e o global, entre o capitalismo dominante e as economias locais. A organização da comida expressa igualdades e desigualdades, semelhanças e diferenças culturais, entre grupos e subgrupos humanos. A comida não se reduz a uma simples atividade biológica ou de nutrição, podendo ser considerada também um campo de luta ideológica, entre indivíduos e grupos.
Hoje em dia, a alimentação é um elemento central na experiência turística; nalguns casos é algo periférico, mas noutros ela torna-se central, daí que falemos em turismo gastronómico e turismo alimentar. O turismo alimentar, nas suas mais variadas expressões (ex. enoturismo, caféturismo, restauração, rotas turísticas alimentares, etc.), é parte das experiências turísticas, como motivação e prática turística estruturante e estruturadora das memórias turísticas. O turismo gastronómico pode ser entendido como algo mais do que comida no prato:
“A visita a produtores primários ou secundários de alimentos, participação em festivais gastronómicos e procura de restaurantes ou lugares específicos donde a degustação de alimentos e toda experiência inerente é a motivação principal para viajar” (Hall e Mitchell, 2001).
Com esta conferência queremos debater estas questões acima explicitadas, de forma a produzir um pensamento, num contexto de educação turística superior, que permita construir melhores formas de fazer turismo. Pretendemos também que esse pensamento tenha uma incidência, em primeiro lugar, na conexão com o espaço envolvente: Trás-os-Montes, Norte de Portugal, Galiza, Península Ibéria. É nossa intenção, ainda, aprender a pensar e a refletir o turismo, na sua relação com a alimentação, enquanto atividade humana complexa, mutável e dinâmica, admitindo que este “aprender a pensar” é uma atividade eminentemente prática, dinâmica e necessária para melhor construir o futuro.
Referência bibliográfica: HALL, C. MICHAEL Y MITCHELL, RICHARD (2001): Wine and Food in Tourism. Brisbane: John Wiley & Sons.

Dinâmica
Com base na comunicação de oradores académicos, empresários e agentes de desenvolvimento ligados ao campo do turismo alimentar, tencionamos organizar um debate estruturado em 4 linhas temáticas:
a) A importância dos produtos locais na sua relação ou não com o turismo.
b) A restauração como experiência de mediação turística.
c) A patrimonialização, a promoção e a valorização dos alimentos e a sua influência no consumo turístico.
d) A educação e formação de profissionais no campo do turismo alimentar.
Estas linhas temáticas serão abordadas em 4 mesas redondas, com comunicantes previamente convidados. Cada orador terá um tempo de uns 15-20 minutos, aproximadamente, para contar a sua experiência-reflexão sobre o tema, tendo posteriormente um debate com todos os assistentes.
As palestras serão gravadas audiovisualmente e nelas colaborarão os alunos da licenciatura em turismo do Pólo da UTAD em Chaves.»

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