quarta-feira, 25 de abril de 2012

Médico, escritor, músico, caricaturista, pintor, conversador, tolerante, republicano e humanista...


“Ressuscitemos os Cravos Vermelhos!...” de Otílio Figueiredo (Romance, 1977)

«Otílio de Carvalho Figueiredo nasceu em Vila Real a 19 de Agosto de 1909, filho de Francisco Carvalho Figueiredo e Maria de Jesus Ribeiro.
Aos sete anos, fortemente motivado para as artes, recebe aulas de desenho e de música. Faz os estudos até ao 7.° ano (curso complementar dos liceus) em Vila Real e segue para Lisboa para fazer os preparatórios para ingressar na Armada. Todavia, regressa uma ano depois para estudar na Faculdade de Medicina do Porto, inscrevendo-se também no Conservatório. No ano seguinte, é obrigado a ir para Coimbra, onde se licencia em Medicina, em 1935. Ainda em Coimbra, dirige o semanário "Paracelso Jornal de Letras, Artes e Ciências".
Vem para Justes, Vila Real, iniciar a sua actividade clínica. Aí consegue, para além da actividade clínica, muitos melhoramentos para a aldeia e uma grande actividade social, chamando a atenção do Estado Novo que acaba por demiti-lo, em 1949, das funções de médico municipal. Regressa a Vila Real em 1950 e abre a Casa de Saúde de Vila Real, que, em 1958, toma o nome de Clínica do Professor Doutor Bissaya Barreto. Aqui desenvolve a sua actividade médica curativa e profilática e uma intensa actividade social, sendo fundador do Rotary Club de Vila Real e Médico-Chefe dos Bombeiros Voluntários de Salvação Pública de Vila Real.
Considerado o médico dos pobres, dedica também intensa actividade artística à música, à caricatura, à pintura, ao desenho e sobretudo à literatura, usando, por vezes, os pseudónimos de D. Fuas e de Robespierre.
Republicano convicto e tolerante, Otílio Figueiredo é o rosto da oposição em Vila Real, fazendo parte das comissões distritais de candidatura do General Norton de Matos e Humberto Delgado. Candidata-se a deputado em 1969 pela Comissão Democrática Eleitoral (Oposição). Após o 25 de Abril, cerca de 10 mil cidadãos do distrito de Vila Real pedem-lhe que aceite ser Governador Civil. Em 1984 inicia a actividade de livreiro e editor, na Livraria Setentrião, editando obras suas e de outros autores transmontanos.
Vem a falecer a 4 de Outubro de 1988. A Câmara Municipal de Vila Real homenageou-o postumamente, atribuindo o seu nome a uma rua e concedendo-lhe a medalha de ouro de Mérito Municipal.» [UTAD]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

2 comentários:

  1. "momentos que marcam o lugar"
    Parabéns por esta jornada.

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  2. Tive o privilégio de conhecer pessoalmente o Dr. Otílio Figueiredo e com ele trocar algumas palavras de circunstância, aquando livreiro da Setentrião, livraria que visitava sempre que ia a Vila Real.
    É com agrado verificar que não foi esquecido por muitos de nós, e, a prova do que digo está aqui mesmo, onde o mundo que traz pode levar, partilhando coisas e loisas.

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