“Ressuscitemos os
Cravos Vermelhos!...” de Otílio Figueiredo (Romance, 1977)
«Otílio de Carvalho
Figueiredo nasceu em Vila Real a 19 de Agosto de 1909, filho de Francisco
Carvalho Figueiredo e Maria de Jesus Ribeiro.
Aos sete anos,
fortemente motivado para as artes, recebe aulas de desenho e de música. Faz os
estudos até ao 7.° ano (curso complementar dos liceus) em Vila Real e segue
para Lisboa para fazer os preparatórios para ingressar na Armada. Todavia, regressa
uma ano depois para estudar na Faculdade de Medicina do Porto, inscrevendo-se
também no Conservatório. No ano seguinte, é obrigado a ir para Coimbra, onde se
licencia em Medicina, em 1935. Ainda em Coimbra, dirige o semanário
"Paracelso Jornal de Letras, Artes e Ciências".
Vem para Justes,
Vila Real, iniciar a sua actividade clínica. Aí consegue, para além da
actividade clínica, muitos melhoramentos para a aldeia e uma grande actividade social,
chamando a atenção do Estado Novo que acaba por demiti-lo, em 1949, das funções
de médico municipal. Regressa a Vila Real em 1950 e abre a Casa de Saúde de Vila
Real, que, em 1958, toma o nome de Clínica do Professor Doutor Bissaya Barreto.
Aqui desenvolve a sua actividade médica curativa e profilática e uma intensa
actividade social, sendo fundador do Rotary Club de Vila Real e Médico-Chefe
dos Bombeiros Voluntários de Salvação Pública de Vila Real.
Considerado o
médico dos pobres, dedica também intensa actividade artística à música, à
caricatura, à pintura, ao desenho e sobretudo à literatura, usando, por vezes,
os pseudónimos de D. Fuas e de Robespierre.
Republicano
convicto e tolerante, Otílio Figueiredo é o rosto da oposição em Vila Real,
fazendo parte das comissões distritais de candidatura do General Norton de Matos
e Humberto Delgado. Candidata-se a deputado em 1969 pela Comissão Democrática
Eleitoral (Oposição). Após o 25 de Abril, cerca de 10 mil cidadãos do distrito
de Vila Real pedem-lhe que aceite ser Governador Civil. Em 1984 inicia a
actividade de livreiro e editor, na Livraria Setentrião, editando obras suas e
de outros autores transmontanos.
Vem a falecer a 4
de Outubro de 1988. A
Câmara Municipal de Vila Real homenageou-o postumamente, atribuindo o seu nome
a uma rua e concedendo-lhe a medalha de ouro de Mérito Municipal.» [UTAD]
"momentos que marcam o lugar"
ResponderEliminarParabéns por esta jornada.
Tive o privilégio de conhecer pessoalmente o Dr. Otílio Figueiredo e com ele trocar algumas palavras de circunstância, aquando livreiro da Setentrião, livraria que visitava sempre que ia a Vila Real.
ResponderEliminarÉ com agrado verificar que não foi esquecido por muitos de nós, e, a prova do que digo está aqui mesmo, onde o mundo que traz pode levar, partilhando coisas e loisas.