“Neste Cais, Para
Sempre” de Ernesto Salgado Areias
Os amores
desencontrados dos irmãos Valentino e Mariana por Esperança e Damião marcam o
percurso de toda a obra, desenvolvendo-se a narrativa num amplo espaço
geográfico que se estende de Chaves a Lisboa e de Luanda a Paris.
Desde os encontros
amorosos na aldeia de Vale do Monte em Barroso passando pelo cosmopolitismo de
Paris e pala Luanda efervescente dos anos 60 as personagens deambulam pelo
dédalo das suas vidas num tempo histórico concreto constrangidas por
perseguições e prisões de que ao longo de duas décadas foram sendo vitimas.
Marca ainda
presença o ambiente de delação, as torturas e humilhações vividas nas prisões políticas
do Estado Novo, sobretudo nas “Gavetas do Aljube” e em Caxias.
Destaca-se também o
ambiente psicológico de um tempo que veio a condicionar por muitas décadas o
espirito do português conformado, pequeno avesso à inovação e mudança incapaz
de rasgos de afirmação numa pátria secular feita a ferro e fogo pela ousadia
dos nossos avoengos.
Ernesto Salgado
Areias nasceu em Lebução – Valpaços. Fez o liceu e o curso do Ensino Básico em
Chaves em 1980 e a licenciatura em Direito na Universidade Clássica em Lisboa
em 1985. Foi professor do ensino básico desde 1980 / 87. Colaborador da rádio e
imprensa regionais desenvolvendo intensa actividade no domínio do voluntariado
cultural sendo Director fundador da Universidade Sénior de Rotary de Chaves
desde a sua fundação em 1999. Foi presidente do Rotary Club de Chaves nos anos
de 1997 / 99, deputado municipal e colaborador do Dicionário de
Transmontanismos.
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