“Murça no Século
XX” de Padre Francisco Fernando de Freitas
«Associação Amigos
de Murça homenageou Sacerdote
Nasceu em Murça, em
29 de Setembro de 1912 e faleceu, em 1990, no Convento dos Padres Marianos, em
Balsamão, concelho de Macedo de Cavaleiros, onde se recolhera em 1981.
Chamou-se Francisco Fernando de Freitas, frequentou os Seminários de Poiares e de Braga e foi ordenado padre, em 1936. Nesse mesmo ano foi designado pároco da freguesia de Carlão (Alijó), convidando sua Mãe e duas irmãs a acompanhá-lo. Anos depois deixou Carlão e foi, sucessivamente transferido para várias outras paróquias, nomeadamente, Sanfins do Douro, Samaiões, Ribalonga e Favaios.. Manuel Freitas, explica no prefácio o roteiro pastoral do Padre Fernando (seu familiar) e esclarece que o acompanhou em todas as «mudas» de paróquias, ajudando-o no arrumo dos livros e objectos pessoais e de trabalho. Afirma ainda que «era uma pessoa bondosa, simples e humilde, um bom Samaritano que exercia o sacerdócio com exemplar dignidade e dedicação». Lembra uma faceta cultural deste clérigo: «merece referência o seu trabalho Memórias para uma monografia do concelho de Murça» que serviu de apoio aos «autores da obra «O concelho de Murça», editada pela autarquia.
O prefaciador tece nestas quatro páginas iniciais, considerandos que
caracterizaram a vida serena, humanitária e simples de um Homem que acabou por
desprender-se de alguns bens terrenos, legando-os às paróquias que zelou como
bom pastor.Chamou-se Francisco Fernando de Freitas, frequentou os Seminários de Poiares e de Braga e foi ordenado padre, em 1936. Nesse mesmo ano foi designado pároco da freguesia de Carlão (Alijó), convidando sua Mãe e duas irmãs a acompanhá-lo. Anos depois deixou Carlão e foi, sucessivamente transferido para várias outras paróquias, nomeadamente, Sanfins do Douro, Samaiões, Ribalonga e Favaios.. Manuel Freitas, explica no prefácio o roteiro pastoral do Padre Fernando (seu familiar) e esclarece que o acompanhou em todas as «mudas» de paróquias, ajudando-o no arrumo dos livros e objectos pessoais e de trabalho. Afirma ainda que «era uma pessoa bondosa, simples e humilde, um bom Samaritano que exercia o sacerdócio com exemplar dignidade e dedicação». Lembra uma faceta cultural deste clérigo: «merece referência o seu trabalho Memórias para uma monografia do concelho de Murça» que serviu de apoio aos «autores da obra «O concelho de Murça», editada pela autarquia.
Fundada há três anos a Associação Amigos de Murça tem vindo a preocupar-se com a Vila, com o concelho e com quem aí nasceu e/ou vive. Soube rodear-se de pessoas que voluntariamente contribuíram para que a figura, simples, mas exemplar do Padre Fernando Freitas fosse relembrada por ocasião do I centenário do seu nascimento.
Elaboraram um programa condizente com o homenageado que passou por uma sessão solene no auditório Municipal, presidida pelo Bispo da Diocese, D. Amândio Tomás e com a presença do Presidente da Assembleia Municipal Belmiro Vilela e pelo vereador da Cultura José Maria Costa.
O capitão Manuel Freitas proferiu o elogio fúnebre do homenageado e recordou os actos mais significativos dos três anos de actividade associativa. O Dr. Guilhermino Pires, figura cimeira do associativismo relacionado com os antigos seminaristas, quer a nível nacional quer internacional, apresentou o livro Murça no Século XX, coordenado pela AAM e com textos inéditos do Padre Fernando Freitas. A obra tem 128 páginas, oito das quais a cores, está arquitectada em XIII capítulos a saber: A Pneumónica e a Traulitânia, Igrejas e Capelas, as Feiras, a Confraria das Almas, A qualidade de vida, Outros Costumes e já umas inovações, Cinema. Férias e Caldas, ainda a Rua, Costumes, Usanças e Acontecimentos, a cultura – algumas das suas manifestações, a imprensa local, Porca de Murça, o Passado continuado no presente, Coisas e loisas.
O livro insere ainda um posfácio sobre o «Regresso às minhas Raízes», assinado por António Joaquim Fernandes, ao qual se seguem dez belas fotos, a preto e branco, que retratam ângulos arquitectónicos e espaços públicos da simpática vila da Porca de Murça.
Finalmente reúne sete páginas, com texto inédito do Padre Fernando Freitas ao qual chamou Nobiliário. Para capa escolheram os coordenadores deste oportuno documento uma visão cartográfica da vila e, na contracapa, um bonito desenho que dá uma perspectiva arquitectónica do tipo de casario dos últimos séculos.
É um documento que fica a marcar a passagem por este mundo de um filho desta Terra que não deixando de ser, sempre, um Homem bom e um agente cultural, soube honrar a missão que escolheu e que serviu da melhor maneira nos 78 anos de vida, 45 dos quais como pároco e 9 como bom Samaritano num convento de frades.
Recorde-se que numa altura em que Murça assinala os cem anos do falecimento do Padre Francisco Fernando de Freitas, passam 450 anos do falecimento de outro sacerdote natural da mesma vila Transmontana: Frei Diogo de Murça que ali nasceu nos fins do século XV e faleceu em Cabeceiras de Basto, repousando no Mosteiro de Refojos, desde 1561. Foi das personalidades mais cultas da sua época. Optou pela Ordem de S. Jerónimo, professou em 22/5/1513, doutorando-se em Lovaina em 27 de Maio de 1533. Foi ele que introduziu em Portugal, o método do ensino adoptado em Lovaina. Em 1537 criou no Mosteiro de Santa Marinha da Costa, em Guimarães, esse modelo de ensino superior que veio a funcionar como Universidade (entre 1537 e 1548). Foi tal a fama do seu saber e dinamismo que foi convidado a dirigir a Universidade de Coimbra que renasceu e não mais perdeu o impulso que ele lhe imprimira. O nome do Padre Fernando de Freitas é outra figura cimeira da cultura portuguesa. Por isso a Associação dos Amigos de Murça esteve à altura dos fins para que foi criada.» Por Barroso da Fonte, Dr. [Notícias do Douro]
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