A Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, em Vila Real, foi convidada para estar presente com uma banca de livros, e mais algumas loisas, no V Congresso da Associação Portuguesa de Antropologia, que terá lugar entre 8 e 11 de Setembro de 2013, em Vila Real, no Campus da UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e no Teatro Municipal. O lema do congresso é
ANTROPOLOGIA EM CONTRAPONTO
«Como relacionamos
aquilo que nós fazemos, escrevemos e propomos, em antropologia, com a
antropologia?
Sem pretender
subalternizar a multiplicidade dos temas e problemas que orientam a actividade
dos antropólogos – quer estes focalizem os colectivos humanos e as transacções
entre pessoas sociais, as representações do mundo e os actos de comunicação, as
relações entre humanos e diversos não-humanos (animais, naturezas, matérias,
objectos, tecnologias, divindades, antepassados, etc.) ou qualquer outro campo
–, a pergunta-chave que orienta este congresso traduz-se num duplo desafio.
O primeiro consiste
em questionar a relação que existe entre cada uma das nossas investigações em
antropologia e o conjunto da tradição reflexiva a que chamamos Antropologia, em
nome da qual se construíram e continuam a desenvolver múltiplas linguagens
teóricas, metodológicas e empíricas, também elas sujeitas a uma pluralidade de
interpretações. O segundo sugere uma reflexão em torno da própria articulação
entre a antropologia enquanto procura da compreensão da condição humana e a
antropologia enquanto tradição disciplinar que contribuiu de forma decisiva
para o esforço antropológico mais vasto.
A pergunta de que
partimos evoca, pois, propositadamente, o carácter polifónico da antropologia,
privilegiando o contraponto entre as distintas vozes que a compõem. Indicia, em
paralelo, que a disciplina da antropologia se constitui como um campo
pluridimensional de diferenças e de tensões: entre outras, uma dimensão
histórica, na qual podemos situar fenómenos de ascensão e declínio, de
transformação e viragem, de especialização e integração teórica, quer
dinamizados no interior da disciplina, quer desencadeados por eventos e
processos externos tais como o colonialismo, a descolonização, a globalização
ou o neoliberalismo; uma dimensão nacional, articulada com determinados
espaços públicos e constitutiva de formas de acção e representação da
diferença; ou, ainda, uma dimensão transversal que insiste na porosidade, no
hibridismo, na redefinição incessante de fronteiras inerentes aos modos de
fazer antropologia no interior da antropologia.»
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