sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Traga-Mundos em Antropologia Portuguesa


A Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, em Vila Real, foi convidada para estar presente com uma banca de livros, e mais algumas loisas, no V Congresso da Associação Portuguesa de Antropologia, que terá lugar entre 8 e 11 de Setembro de 2013, em Vila Real, no Campus da UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e no Teatro Municipal. O lema do congresso é

ANTROPOLOGIA EM CONTRAPONTO


«Como relacionamos aquilo que nós fazemos, escrevemos e propomos, em antropologia, com a antropologia?

Sem pretender subalternizar a multiplicidade dos temas e problemas que orientam a actividade dos antropólogos – quer estes focalizem os colectivos humanos e as transacções entre pessoas sociais, as representações do mundo e os actos de comunicação, as relações entre humanos e diversos não-humanos (animais, naturezas, matérias, objectos, tecnologias, divindades, antepassados, etc.) ou qualquer outro campo –, a pergunta-chave que orienta este congresso traduz-se num duplo desafio.

O primeiro consiste em questionar a relação que existe entre cada uma das nossas investigações em antropologia e o conjunto da tradição reflexiva a que chamamos Antropologia, em nome da qual se construíram e continuam a desenvolver múltiplas linguagens teóricas, metodológicas e empíricas, também elas sujeitas a uma pluralidade de interpretações. O segundo sugere uma reflexão em torno da própria articulação entre a antropologia enquanto procura da compreensão da condição humana e a antropologia enquanto tradição disciplinar que contribuiu de forma decisiva para o esforço antropológico mais vasto.

A pergunta de que partimos evoca, pois, propositadamente, o carácter polifónico da antropologia, privilegiando o contraponto entre as distintas vozes que a compõem. Indicia, em paralelo, que a disciplina da antropologia  se constitui como um campo pluridimensional de diferenças e de tensões: entre outras, uma dimensão histórica, na qual podemos situar fenómenos de ascensão e declínio, de transformação e viragem, de especialização e integração teórica, quer dinamizados no interior da disciplina, quer desencadeados por eventos e processos externos tais como o colonialismo, a descolonização, a globalização ou o neoliberalismo;  uma dimensão nacional, articulada com determinados espaços públicos e constitutiva de formas de acção e representação da diferença; ou, ainda, uma dimensão transversal que insiste na porosidade, no hibridismo, na redefinição incessante de fronteiras inerentes aos modos de fazer antropologia no interior da antropologia.»

Sem comentários:

Enviar um comentário