quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Contos Para a Infância

“Contos Para a Infância” de Guerra Junqueiro

Abílio Manuel Guerra Junqueiro (1850-1923) notabilizou-se como político, deputado, jornalista, escritor e poeta. A sua poesia granjeou-lhe uma enorme popularidade, sobretudo a poesia panfletária que contribuiu para a implantação da República.

 Nesta obra dedicada às crianças o autor afirma “reuni para ele tudo o que vi de mais singelo, mais gracioso e mais humano”. Escreveu a pensar na sensibilidade infantil e na descoberta da vida. São 44 pequenas histórias que convivem com a poesia dos pássaros e outros animais, com as árvores, as flores, os génios, as aventuras, onde se exalta a magia da vida.
“Contos para a Infância” é um documento importante para a história da literatura infantil em Portugal, iniciada por João de Deus ao dirigir-se especificamente às crianças como nos afirma no prefácio Júlia Nery. O próprio Guerra Junqueiro na abertura desta obra confessa: “Livros simples! Nada mais complexo.”

«Não deverá haver biblioteca escolar que se preze que não possua no seu acervo algumas das edições deste livrinho de Guerra Junqueiro, publicado pela primeira vez em 1877 - sob o título de CONTOS PARA A INFÂNCIA, a que é acrescentado, na página do rosto "Escolhidos dos melhores autores”- e reeditado desde então mais de uma dezena de vezes.
A 2ª edição da obra, em 1881, "aumentada e adornada de gravuras e aprovada pelo Conselho de Instrução Publica, para uso das escolas", parece com este aval permitir que se cumpra o objectivo que orientou o escritor na elaboração desta antologia. Com efeito, na 2ª edição, os contos são precedidos por "Duas Palavras", uma brevíssima introdução em que o autor expõe com lirismo a sua visão da educação ideal e do que entende ser a leitura mais adequada para as crianças.
"O leite é o alimento do berço, o livro o alimento da escola. Entre ambos devera existir analogia: pureza, fecundidade, simplicidade." escreve nessa introdução Guerra Junqueiro entre outras considerações. Já no seu poema "A Escola Portuguesa" (in A Musa em Férias, 1878), opinara sobre a “hedionda prisão”, a escola de então, e os “horríveis” versos e prosas que as crianças eram obrigadas a soletrar. Nada mais natural que reunisse na sua antologia alguns textos simples que pudessem colmatar a falta sentida: “Reuni para ele tudo o que vi de mais singelo, mais gracioso e mais humano” (ibidem).
Ao longo de gerações, os contos coligidos por Guerra Junqueiro foram e continuam a ser reproduzidos nos livros escolares (livros de leitura, compêndios, manuais). Atualmente até já há edições digitais da obra; entretanto, a sua visibilidade adquiriu um novo estatuto pois três das histórias - "O Fato Novo do Sultão", "Boa Sentença" e "João Pateta"- passaram a integrar a lista das obras de Iniciação à Educação Literária (para o 3º ano), das novas Metas Curriculares.
A boa estrela desta antologia tem inspirado alguns investigadores dedicados e é graças a eles que podemos ficar a conhecer a história desses contos.» Manuela D.L. Ramos

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