quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Paisagens de Baco


“Paisagens de Baco. Identidade, Mercado e Desenvolvimento. Regiões Demarcadas: Vinhos Verdes, Douro, Dão, Bairrada e Alentejo” de Ana Lavrador

Esta tese é um trabalho inovador com uma forte componente de aplicação prática. O foco é a Paisagem, tema saliente no pensamento pós-moderno centrado em três conceitos fundadores - identidade, percepção e representação. São estudadas cinco emblemáticas regiões vinhateiras de Portugal - Vinhos Verdes, Douro, Dão, Bairrada e Alentejo. A originalidade das paisagens das regiões vinhateiras, um valor no quadro económico regional e nacional, está hoje ameaçada pela globalização e pela mecanização, que implicam descaracterização e perda de oportunidades no âmbito do rural multifuncional. Especificamente, procuram-se identificar elementos distintivos (marcas territoriais), que constituam referências de identidade para cada uma das regiões vinhateiras, ajudando a criar uma imagem emblemática e diferenciadora, que agregue agentes socioeconómicos e promova as regiões e os seus vinhos.

«Esta publicação surge na sequência da tese de doutoramento da autora, apresentada à Universidade de Évora (Julho de 2008), visando uma temática inovadora, em Portugal - a importância da paisagem para o desenvolvimento das regiões vitivinícolas. O trabalho assentou numa linha de pensamento pós-moderno, alicerçado em três conceitos fundadores: identidade, percepção e representação, comunicando a paisagem enquanto conceito integrador e multifacetado. Foram estudadas 5 regiões emblemáticas portuguesas: Vinhos Verdes, Douro, Dão, Bairrada e Alentejo, cuja análise nos transmite ensinamentos interessantes quanto à forma como as paisagens vitivinícolas são percepcionadas, geridas e promovidas. 
A metodologia e técnicas utilizadas abordam questões como:
- A defesa da originalidade das paisagens vitícolas portuguesas como valor relevante no quadro económico regional e nacional face à ameaça da globalização e mecanização que tende a descaracterizá-las.
- A sustentabilidade da paisagem que torna essencial uma visão global que abarque o conhecimento biofísico do território das regiões vinhateiras, os processos tecnológicos e produtivos, as realidades sociais e económicas das comunidades, desde as locais ligadas à produção até às ligadas à comercialização e consumo do vinho produzido nessas regiões, evidenciando que só é possível preservar e valorizar a paisagem vitícola se a actividade económica que lhe está associada for sustentável.
A autora percorreu as várias paisagens vitícolas do país investigando os territórios nas suas múltiplas facetas, trazendo-nos um novo olhar sobre as paisagens vitícolas do nosso país, a sua singularidade, o carácter, a diversidade, as potencialidades, as fragilidades e, ainda, sobre os seus actores, as suas visões, percepções, representações, expectativas e dificuldades.
Procurou ainda identificar elementos territoriais (marcas) que constituam referências de identidade para as regiões vitivinícolas, ajudando a criar uma imagem simbólica e diferenciadora, que agregue agentes socioeconómicos e promova e desenvolva as regiões e os seus vinhos.» [Instituto da Vinha e do Vinho, I.P.]
 Ana Lavrador, licenciada em Geografia e mestre em Geografia Física e Ambiente pelo Centro de Estudos Geográficos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e doutorada em Artes e Técnicas da Paisagem pela Universidade de Évora, tem colaborado em vários projectos, designadamente de investigação, e na publicação de artigos em actas e revistas científicas, nacionais e estrangeiras.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também os títulos: “Arquitecturas da Paisagem Vinhateira” Natália Fauvrelle (coord.), “A Vinha e o Vinho em Portugal. Museus e Espaços Museológicos” Natália Fauvrelle (coord.), “Viver e saber fazer. Tecnologias tradicionais na Região do Douro. Estudos preliminares” Teresa Soeiro, Carlos Coelho Pires, Rui Cortes, José Alves Ribeiro, Hélder Trigo Marques, Gaspar Martins Pereira, Natália Fauvrelle, Nelson Campos Rebanda, José Alexandre Roseira, “Vinhos: arte e manhas em consumos sociais – A apreensão de uma prática sociocultural em contexto de mudança” de Dulce Magalhães, “Produzir e Beber. A Questão do Vinho no Estado Novo” de Dulce Freire, “Memórias do Vinho” de Maria João de Almeida e Paulo Laureano, “Vinhos de Portugal . Da vinha ao vinho, variedades e regiões” de Ceferino Carrera, “Vinho do Porto e a Região do Douro. História da Primeira Região Demarcada” de Ceferino Carrera]

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