“Tempo de Fogo” de
Amadeu Ferreira & “La Bouba de la Tenerie” de Fracisco Niebro
Sobre a
apresentação, a nível nacional, da sua obra «Tempo de Fogo», e que marcaram as
comemorações, em Lisboa, do Dia da Língua Mirandesa, Amadeu Ferreira explica
que se trata de um romance, inicialmente escrito em mirandês com o título «La
Bouba de la Tenerie», assinado pelo seu pseudónimo Fracisco Niebro.
«A pedido do editor Âncora Editora, tentei traduzir o romance para português por forma a poder ser lido por um leque mais amplo de pessoas. A verdade é que a tradução, à medida que a ia fazendo, não me satisfazia, deixando-me a ideia de que não reflectia adequadamente o que escrevera em mirandês», confessa.
E foi por isso que decidiu reescrever o romance em português, embora seguindo de perto o que escrevera em mirandês. «O que resultou foram dois romances idênticos, mas diferentes ao mesmo tempo, o que eu chamo dois gémeos literários, isto é, obras originais em cada uma das línguas», sublinha.
«A pedido do editor Âncora Editora, tentei traduzir o romance para português por forma a poder ser lido por um leque mais amplo de pessoas. A verdade é que a tradução, à medida que a ia fazendo, não me satisfazia, deixando-me a ideia de que não reflectia adequadamente o que escrevera em mirandês», confessa.
E foi por isso que decidiu reescrever o romance em português, embora seguindo de perto o que escrevera em mirandês. «O que resultou foram dois romances idênticos, mas diferentes ao mesmo tempo, o que eu chamo dois gémeos literários, isto é, obras originais em cada uma das línguas», sublinha.
«Daí que o romance em português tenha por título “Tempo de Fogo” e seja
assinado com o meu nome civil, Amadeu Ferreira. Creio que se poderão comparar
as duas versões, que apenas se distinguem na expressão de cada uma das línguas,
fenómeno que creio ter acontecido pela primeira vez em Portugal», vinca. E
resume que o romance se centra na história de um frade homossexual que é
queimado às ordens do Tribunal da Inquisição, condenado por breves amores de
juventude na universitária na Salamanca nos fins do século XVI.
Através de personagens reais, perseguidos pela Inquisição, a obra passa em revista o ambiente sufocante do país nos anos 20 do século XVII, tomando como paradigma várias vilas e aldeias do planalto mirandês.
(...)
Através de personagens reais, perseguidos pela Inquisição, a obra passa em revista o ambiente sufocante do país nos anos 20 do século XVII, tomando como paradigma várias vilas e aldeias do planalto mirandês.
(...)
O investigador
adianta ainda que «embora a língua mirandesa seja fácil de entender, mesmo por
quem não a fala», espera, ao mesmo tempo, que a «versão mirandesa possa
incentivar várias pessoas (e sei de várias que já o fizeram) a ler também a
obra em mirandês».
Amadeu Ferreira faz questão ainda de lembrar que este é o primeiro romance
publicado em língua mirandesa, assumindo ao mesmo tempo e «com igual dignidade,
o carácter bilingue dos mirandeses, para quem as duas línguas (o mirandês e o
português) são maternas e essenciais».
E realça a capacidade da Língua Mirandesa para produzir obras literárias de «grande fôlego, como já havia ficado demonstrado com outras obras, quer em prosa quer em poesia, nomeadamente após a tradução de «Os Lusíadas»/«Ls Lusíadas», publicada há pouco mais de um ano». [Café Portugal]
E realça a capacidade da Língua Mirandesa para produzir obras literárias de «grande fôlego, como já havia ficado demonstrado com outras obras, quer em prosa quer em poesia, nomeadamente após a tradução de «Os Lusíadas»/«Ls Lusíadas», publicada há pouco mais de um ano». [Café Portugal]
«Cun figuras riales,
perseguidas pula Anquesiçon, passa-se an rebista l aire abafado de l paiç ne ls
anhos binte de l seclo XVII, agarrando cumo paradigma bilas i aldés de l praino
mirandés.»
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