“Jerónimo e
Eulália” de Graça Pina de Morais
À semelhança de “A
Origem”, o romance anterior da autora, esta é uma história de espaços sombrios
em cujas personagens mergulhamos inevitável e profundamente seguindo-lhes os
desígnios da existência, compreendendo a linha ténue que por vezes as separa da
loucura. Povoada de almas complicadas, ambientes densos e apaixonados, a prosa
de Graça Pina de Morais tem o dom de não se repetir. Cada livro seu é único.
«Graça Pina de
Morais (1927-1992) entronca num veio comum a vários autores dos séculos XIX e
XX – médica de profissão, dedicou às letras muita da sua vivência. Contudo, ao
contrário do que acontece com alguns outros médicos, como Júlio Dinis
(pseudónimo de Joaquim Guilherme Gomes Coelho, 1839-1871), Miguel Torga
(pseudónimo de Adolfo Rocha, 1907-1995) ou Fernando Namora (1919-1989), a sua
obra encontra-se hoje em dia praticamente esquecida.
No entanto, a
autora teve uma estreia romancística aclamada pela crítica, com “A Origem” (1958),
e veio a ser galardoada em 1969 com o Prémio Ricardo Malheiros da Academia das
Ciências – para a melhor obra de ficção do ano – e o Grande Prémio Nacional de
Novelística pelo romance “Jerónimo e Eulália” (1969).
Graça Pina de
Morais tivera a sua estreia literária absoluta em 1953, com os contos “Sala de
Aula” e “Os Semi-Deuses”, publicados em “Mosaico” sob o pseudónimo Bárbara
Gomes. Publicou posteriormente uma colectânea de contos, “O Pobre de Santiago” (1955),
“O Medo” (1964) e alguns outros contos em colectâneas, das quais se deve
salientar “As Três Virtudes Teologais: Fé, Esperança, Caridade” (1966), obra
que integrou contos da autora, de Manuel
Mendes (1906-1969) e de Urbano Rodrigues (1888-1971), com ilustrações do pintor
Nikias Skapinakis (n. 1931). A sua última obra, publicada postumamente, foi o
conto “A Mulher do Chapéu de Palha” (2000).» [Blog da Rua Nove]
Habitou na Casa das
Quintãs em Mesão Frio, Lisboa e na Foz do Douro. Era filha do escritor João
Pina de Morais. Era sobrinha do escritor Domingos Monteiro.
Disponível na
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real.. .
[também os títulos “O Pobre
de Santiago”, “A Origem” e “A Mulher do Chapéu de Palha”]
Gostava de saber quem está na foto ao lado de Graça Pina de Morais. Acabo de publicar um ensaio sobre "A Mulher do Chapéu de Palha" na Colóquio Letras, exactamente para fazer contracorrente a esse esquecimento tão injusto a que esta invulgar escritora portuguesa tem estado votada.
ResponderEliminarObrigada, Ana Maria Delgado /