”Sabor
– Mamoré, Viagem de Comboio Sobre o Mar” de Duarte Belo
Obra
do fotógrafo Duarte Belo que descreve em texto e imagens uma viagem imaginária
entre a linha férrea do Sabor (Miranda do Douro, Portugal) e a linha férrea de
Mamoré (Porto Velho, Rondónia, Brasil), passando pelo Atlântico, rio Amazonas e
rio Madeira. A recolha de imagens da linha do Sabor durou mais de 10 anos e a
da linha do Mamoré foi efetuada em 2000, e inclui fotografias de pessoas
envolvidas na sua construção. É ao mesmo tempo um livro de imagens sobre o
território de duas ferrovias abandonadas e uma reflexão que nos transporta
entre uma e outra.
Sabor
A linha do Sabor era, seguramente, a mais periférica de toda a rede ferroviária nacional. Trás-os-Montes, em particular o Planalto de Miranda, é das regiões portuguesas de mais difícil acesso a partir de Lisboa ou do Porto. É hoje um território quase esquecido pelo Governo de Lisboa. Sob verões quentes e secos e invernos frios e rigorosos, o comboio atravessavauma paisagem em que é notório um forte carácter telúrico, e onde ainda encontramos algumas das mais bem preservadas paisagens arqueológicas, bem como rurais, que marcaram uma ciclicidade temporal que já não encontramos nas cidades. O último comboio a descer ao Pocinho partia de Duas Igrejas em 31 Julho de 1988. Era neste comboio que imaginava o início da viagem.
Madeira-MamoréA linha do Sabor era, seguramente, a mais periférica de toda a rede ferroviária nacional. Trás-os-Montes, em particular o Planalto de Miranda, é das regiões portuguesas de mais difícil acesso a partir de Lisboa ou do Porto. É hoje um território quase esquecido pelo Governo de Lisboa. Sob verões quentes e secos e invernos frios e rigorosos, o comboio atravessavauma paisagem em que é notório um forte carácter telúrico, e onde ainda encontramos algumas das mais bem preservadas paisagens arqueológicas, bem como rurais, que marcaram uma ciclicidade temporal que já não encontramos nas cidades. O último comboio a descer ao Pocinho partia de Duas Igrejas em 31 Julho de 1988. Era neste comboio que imaginava o início da viagem.
A história desta linha férrea está estritamente relacionada com a própria história da borracha, e mesmo com as tentativas ou investidas tendentes a domar a floresta amazónica. Esta é também uma história da vontade humana e de um drama. O projecto da estrada ferroviária é concebido em 1861. Em 1872 é iniciada a construção, a cargo de uma empresa inglesa que, um ano mais tarde, rescinde o contrato devido à extensão e densidade da floresta e às condições da área onde eram frequentes os confrontos com os nativos da região e as epidemias abundavam. Em 1879 é retomada a construção por uma firma norte-americana que, pouco mais de um ano mais tarde, abandona a empreitada por se encontrar completamente falida. Estavam construídos sete quilómetros de ferrovia. A obra é reiniciada apenas em 1907, já após a assinatura do tratado de Petrópolis, em 1903, para ser concluída em 1912, numa extensão de 364 quilómetros, entre Porto Velho e Guajará-Mirim. Obra grandiosa, sonho que rapidamente se esvaneceu.»
Disponível
na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila
Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an
Bila Rial...
[disponível
também do autor: “A Linha do Tua”, “Os Rostos de Jesus – uma revelação” com
José Tolentino Mendonça]
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