sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Portugal - A Flor e a Foice

“Portugal – A Flor e a Foice” de J. Rentes de Carvalho

Publicado em 1975 na Holanda, Portugal, a Flor e a Foice nunca tinha sido editado em Portugal. No ano em que se assinala o 40º aniversário da Revolução dos Cravos, este olhar heterodoxo sobre o período revolucionário está a cativar os leitores portugueses.

«Os cravos simbolizaram a esperança, mas a foice que os cortou não foi, como por um instante se temeu, ou fingiu temer, a do papão comunista, sim a dos lobos que a traziam escondida sob o disfarce de cordeiros.» J. Rentes de Carvalho

«De início, não houve interesse em publicá-lo porque a minha visão do que se estava a passar era considerada desagradável e incómoda.» Entrevista ao Atual

«As pessoas até aos 40, 50 anos vão ficar tristes ou assustadas com a revelação. Depois, os mais velhos, dos 60 anos para cima, vão-se dividir em duas categorias: aqueles que, contra toda a evidência, continuarão a acreditar que houve uma revolução muito bem feita e muito feliz, e os outros, que se vão dar conta de que nem tudo o que reluz é ouro.» Entrevista ao i

Excerto da entrevista de J. Rentes de Carvalho ao Expresso (Atual).

«Este livro, escrito entre abril de 1974 e outubro de 1975, nunca foi publicado em Portugal. Porquê?
De início, não houve interesse em publicá-lo porque a minha visão do que se estava a passar era considerada desagradável e incómoda. Mesmo na Holanda, teve uma única edição, pequena, e só saiu uma crítica ao livro num jornalzeco belga. Por causa do meu pessimismo, chamaram-me filho da puta, vendido ao capital e mais não sei quê. Demorou trinta anos para que os meus amigos socialistas, que na altura me abandonaram, começassem a dizer: “Olha lá, se calhar tiveste um bocado de razão, só que foi cedo demais.” A verdade é que ao mostrar o manuscrito ao Manso Pinheiro, editor da Estampa, já nos anos 80, ele explicou-me que o livro continuava a não ser publicável, “nem agora, nem daqui a dez anos, nem daqui a vinte”.

E que justificação deu para essa recusa?
Nos anos 80, este assunto ainda era intocável.

O problema era a falta de recuo histórico?
Não. O problema era contrariar as grandes certezas saídas da Revolução dos Cravos. Um sujeito vir dizer estas coisas não caía bem. Não vendia livros. E era até capaz de dar cadeia, sei lá.»

ler mais em [http://tempocontado.blogspot.pt/2014/03/lancamento-de-portugal-flor-e-foice-na.html]


Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponíveis as seguintes obras do autor: “Ernestina”, “O Rebate”, “Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia”, “Mazagran”, “La Coca”, “A Amante Holandesa”, “Com os Holandeses”, “Tempo Contado”, “Mentiras & Diamantes”]

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