“Os Bobos Durienses
de D. Sancho I e o início do Teatro Português” de Altino Moreira Cardoso
«O Dr. Altino
Moreira Cardoso nasceu na freguesia de Loureiro, concelho da Régua. É pois um
homem do Douro, terra-mãe que ama com desvelo filial. Mas para ele, o amor à
terra só faz sentido quando põe ao seu serviço as suas capacidades de
investigador e intelectual. Na verdade, o Dr. Altino Moreira Cardoso tem vindo
a construir, paulatina e metodicamente, uma reputação de estudioso da história,
assim como de outros vários aspectos da cultura duriense. Seja-nos permitida
uma referência especial aos três volumes do seu monumental Grande Cancioneiro do Alto Douro, publicados em 2006, 2007 e 2009,
em que reúne e comenta milhares de espécimes do corpus musical popular da sua região natal.
Mas não
fiquemos por aí. A Idade Média no Douro tem também merecido a sua atenção, quer
em trabalhos, extensamente documentados, sobre a naturalidade duriense de D.
Afonso Henriques (tese defendida no livro Afonso
Henriques Nascido e Educado no Douro, de 2010, e reafirmada em D. Afonso Henriques – Os Mistérios e a Lógica,
de 2011), quer sobre o papel da Ordem de Cister na produção do ‘vinho cheirante
de Lamego’, que se havia de chamar mais tarde, por uma dessas injustiças que se
cometem levianamente, vinho do porto (tema central de A Magna Carta da História do Vinho do Porto – A Escritura de Cister
(1142), de 2011, ampliada dois anos depois em Do Vinho de Missa de Cister ao Vinho do Porto – A ‘Magna Karta’ de 1132).
A sua mais
recente obra, Os Bobos Durienses de D.
Sancho I e o Início do Teatro Português, continua essa linha de estudo e
valorização do Alto Douro omnipresente na obra do Dr. Altino Moreira Cardoso.
Nela, pretende o Autor, escudando-se sempre em documentação laboriosamente
recolhida e contextualizando historicamente, pôr nos seus devidos termos a
velha questão de quem foi verdadeiramente o fundador do teatro português. E
nessa pendência põe em causa o ‘pioneirismo poético-teatral’ de Gil Vicente e
toma partido pelo papel desempenhado pelo rei D. Sancho I, criado e educado em
Britiande, no Douro (rei cuja acção muito admira e a quem de resto já dedicara
em 2012 o estudo Poesia Tradicional
Duriense com D. Sancho I o Primeiro Trovador), fazendo remontar esse
pioneirismo aos bobos de D. Sancho, Bonamis e Acompaniado (a quem o rei, grato
pelo papel deles na animação da sua corte, faria mercê de terras em Canelas do
Douro).
É uma tese
que, como todas as teses, pode gerar antíteses, mas que merece pelo menos ser
discutida pelos especialistas na matéria. Esperemos que da discussão saia a luz
e fiquemos a saber, de uma vez por todas, a quem creditar os primórdios da
dramaturgia nacional: se aos arremedilhos dos bobos Bonamis e Acompaniado, se
aos autos e farsas de Mestre Gil Vicente, ou se à obra de algum terceiro ainda
por encontrar.»
A. M. Pires Cabral, Nota Preambular
Disponível na
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... |
Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila
Rial...
[também disponíveis
as seguintes obras do autor:
Disponível na Traga-Mundos
– livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também dos autores os
títulos: “Canções para todas as Escolas” – exemplares esgotados na editora,
“Grande Cancioneiro do Alto Douro” Volume I – Cantigas da Vinha (600 músicas e
letras) com um estudo prévio, Volume II – Tunas Rurais, Natal – Reis – Embalar,
Rimances, Cantares Religiosos, Cantares do Trabalho, Cantares ao Desafio,
Volume III – Os Cantares em Contexto – histórico, literário, musical, europeu”,
“Rimanceiro do Alto Douro – 110 rimances com um estudo introdutório”, “A
Magna Carta da História do Vinho do Porto – a escritura de Cister (1142)” e
“Poesia Tradicional Duriense – com D. Sancho I, o Primeiro Trovador”, “Do Vinho
de Missa de Cister ao Vinho do Porto – a ‘magna karta’ de 1132”]
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