“História da
Indústria das Sedas em Trás-os-Montes” de Fernando de Sousa, Vol. I e II
Para além da
história da Indústria das Sedas em Trás-os-Montes propriamente dita e das
fontes que se publicam, este trabalho é ainda enriquecido com as biografias das
personalidades e técnicos que tiveram uma influência ou papel relevantes na mesma;
igualmente se publica uma cronologia respeitante à indústria das sedas em
Trás-os-Montes; um glossário da indústria das sedas, para melhor compreensão do
vocabulário utilizado ou constante das fontes publicadas; e, finalmente, uma
recolha de poesias relativas à amoreira, ao bicho da seda e à referida
actividade económica daquela região.
«Segundo
ao Abade de Baçal a seda chegou a Trás-os-Montes no século XV: "Em
1475 o duque de Guimarães representou a el-rei que tendo feito contrato com Rui
Gonçalves de Portilho e Gabriel Pinello, genovês, para lavramento da seda em
Bragança, e não sendo a da terra suficiente, porque era indispensável mais
fina, lhe pedia, portanto, que isentasse de direito a que importasse de
Almeria e de outras partes de fora do reino, para aquele serviço. D.
Afonso V concedeu-lhe a isenção com certas cláusulas. (...) Em 1531
pedia-se ás côrtes que as sedas que se creassem e obrassem em velludos,
tafetás, retrozes e outras obras, assim na cidade (de Bragança) como na terra, podessem
ir livremente pelo reino vender-se, sem pagarem nenhuns direitos de alfandega,
levando certidão do escrivão da Camara."(Abade de Baçal, Memórias
Arqueológico-Históricas do Distrito de Bragança, tomo II, p. 452)
(...)
Mas, foi no século
XVIII, no reinado de D.José I, que o marquês de Pombal desenvolveu e protegeu
as indústrias portuguesas provocando um surto manufactureiro da seda em
Trás-os-Montes. "As suas manufacturas tem muita extracção para todo o
reino e foram mesmo para a America, para o que concorre muito a liberdade de
extracção, sem pagar direitos, concedida ás manufacturas do reino por D. José
I, pelos decretos de 2 de abril de 1757 e 24 de outubro do mesmo anno. Sustenta
o dito negociante João Antonio Lopes Fernandes cento e oito teares, sendo
o maior numero de tafetás em que consome todos os annos oito mil arrateis de
seda, a qual é de Italia quasi toda por ser a da provincia muito mal fiada. A
provincia de Traz-os-Montes é tão abundante de seda que colhe regularmente
vinte mil arrateis della fina e outro tanto de seda macha e redonda."
(Abade de Baçal, tomo II, p.455) (1 arrátel, também chamado de libra, era igual
a: 0,459 kg)» [blogue Pereiros de Ansiães]
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