“O Rebate” de J.
Rentes de Carvalho
Numa aldeia de
Trás-os-Montes a chegada de um dos seus filhos emigrados para França, que vem
endinheirado e casado com uma francesa provoca um verdadeiro cataclismo. Em
França o Valadares, trabalhando na terra como um mouro, é premiado com a fortuna
do patrão desde que case com a filha — moça doidivanas e descontrolada.
Valadares e a mulher vêm a Portugal quando das tradicionais festas da aldeia. A
partir deste momento a perturbação causada pelo comportamento de ambos — ele,
através do dinheiro, buscando uma ingénua e primitiva glória no seu burgo; ela,
usando a sedução e a provocação erótica na fauna masculina aldeã — desencadeia
um rol de acontecimentos desgraçados que o rebate final expressa
eloquentemente.
«O Rebate é um
romance de 1971, de J. Rentes de Carvalho, agora reeditado. Trata-se de uma
desconstrução cruel da mitologia da vida na aldeia, das virtudes do
ruralismo tão incensadas pelo regime do Estado Novo. Ao mesmo tempo é uma
encenação dos equívocos do reconhecimento de si. O autor explora a tensão entre
a comunidade rural, a aldeia, e o emigrante que retorna para sublinhar e ver
reconhecido o seu triunfo social em terras de França. [JCM, blogue Kyrie
Eleison]
«O Rebate pouco deixa em pé da visão idílica da vida da aldeia. Ódio, inveja, pobreza, vinho, putaria – nenhum dos personagens se salva, mesmo os sonhos morrem. Um doloroso romance que mostra um outro Portugal que (infelizmente) também existe... Uma obra prima.» [de Volkskrant]
J. Rentes de
Carvalho (1930) descende de gente transmontana de Estevais de Mogadouro, nasceu
em Vila Nova de Gaia, tendo vivido aí até 1945. Frequentou no Porto o liceu
Alexandre Herculano, e mais tarde os liceus de Viana do Castelo e Vila Real.
Disponível na
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também disponíveis as
seguintes obras do autor: “Os Lindos Braços da Júlia da Farmácia”, “Mazagran”,
“La Coca”, “A Amante Holandesa”, “Com os Holandeses”, “Tempo Contado”]
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