“A vida e a obra do
Abade de Baçal em banda desenhada”
textos e desenhos de José Rodrigues (Da
Fonte)
Editada pela
Fundação Mensageiro de Bragança, a obra dá a conhecer o percurso de uma das
figuras mais ilustres e notáveis de Trás-os-Montes do século XIX, Padre
Francisco Manuel Alves, mais conhecido como Abade de Baçal (9 de Abril de 1865
— 13 de Novembro de 1947), cujos escritos ainda hoje são utilizados por
estudantes e por investigadores de diversas áreas.
“Esta edição em banda desenhada é uma boa iniciativa, pois disponibiliza a
todos os jovens a vida deste cidadão que foi um gigante da cultura nordestina,
referência pioneira e incontornável da Identidade e da Cultura Bragançana”,
sublinhou o Presidente da Câmara Municipal de Bragança.
Sacerdote secular,
arqueólogo e historiador, de seu nome Francisco Manuel Alves (Baçal, Bragança,
9.4.1865 - ib., 13.11.1947), filho de Francisco Alves Barnabé e
Francisca Vicente. Cursou preparatórios no Liceu, e Teologia no Seminário
de Bragança, sendo ordenado presbítero (13.6.1889) e logo nomeado pároco, ou
abade da sua terra natal, por isso que ficou vulgarmente conhecido por Abade de
Baçal, embora por vezes assine também Reitor de Baçal. Nunca paroquiou
outra freguesia, vivendo uma vida entregue aos cuidados dos paroquianos, à sua
lavoura e à investigação arqueológica e histórica, para a qual teve um
singularíssimo instinto, sem necessidade de estudos científicos prévios, por
isso havendo quem lhe aponte alguma assistematicidade nos estudos.
Independente, modesto e sóbrio, misturado com o povo, foi nomeado (1925)
director-conservador do Museu Regional de Bragança que hoje em dia ostenta o
seu nome. Absorvido na arqueologia, não descurou os interesses da Igreja,
participando nas polémicas que perturbaram a diocese no princípio do século XX,
em defesa do seu bispo (O caso de Bragança e resposta aos Críticos,1905, e
Notas biográficas do Ex."' Senhor D. José Alves Mariz, bispo de
Bragança, Porto,1906).
Deu vasta colaboração à imprensa, havendo artigos seus nos mais inusitados
periódicos: Alerta, Anuário de Viana do Castelo, A Palavra, A Torre
de D. Chama, A voz, O Comércio do Porto, Distrito de Bragança, Gazeta
de Bragança, Leste Transmontano, Notícias de Bragança, O Comércio de
Chaves, O Bragançano, Diário de Noticias, O Século, O Pirilampo,
O Primeiro de Janeiro, etc. e em revistas.
Em 1935 foi alvo de
grande homenagem: atribuição do seu nome ao Museu de Bragança, condecoração com
o Grande Oficialato da Ordem de Santiago, inauguração do monumento pelo
escultor Sousa Caldas, sobre projecto do arquitecto Januário Godinho.
Sócio da Academia das Ciências, da Associação dos Arqueólogos Portugueses, do
Instituto Etnológico, vogal da comissão de História Militar e membro de vários
institutos académicos estrangeiros. A sua obra principal é constituída
pelos 11 volumes das Memórias Arqueológico-Históricas do Distrito de
Bragança, começados em 1909 e terminadas em 1947, fonte incontornável para
o estudo da vida, história e valores do nordeste transmontano.
Disponível na
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...
[também o título: “Cartas
inéditas do Abade de Baçal para o Padre António Mourinho 1941-1947” contextualização,
edição e notas de Maria Olinda Rodrigues Santana]