“Contos
Durienses” de João de Araújo Correia
«Toda
a obra de João de Araújo Correia é verídico testemunho, porque toda ela é o
resultado de escrupulosa atenção à realidade humana e à realidade telúrica. O
autor de “Contos Durienses” não se deita a fantasiar, no sentido
pejorativo deste verbo. Faz, decerto, obra de imaginação, mas a matéria-prima
com que a sua imaginação trabalha é colhida in loco e in
fragrante. Os contos criados pela sua imaginação respiram verosimilhança,
parecem a crespa realidade pela sumária razão de que o autor não se situa
perante a realidade – humana ou paisagística, subjectiva ou objectiva –,
na atitude do cão de loiça. Muito assimilou, muito viu, muito ouviu, muito
sentiu, e por isso mesmo, chegado ao momento de fabular o seu conto, não lhe
faltam verídicos materiais para o arquitectar. Não faz cópias, congemina uma
realidade verosímil, feita de pedaços de variadas vivências que a memória lhe
arquivou. Já alguém chamou à prosa de João de Araújo Correia gostosa e
rescendente a pão rústico saído do forno, atrevida e aguda como agulha dos
vinhos naturais. E chamou bem. A prosa dele é sempre assim, não só pela bossa
temperamental do autor, mas ainda pela sua intimidade com a fala popular, que
ele conhece como os dedos das suas próprias mãos. Não embarca em modas.
Inclina-se para aquilo que parece ter nascido no signo da perenidade. Tem muito
daquele engenheiro que aparece na “História de uma criada velha”, dos “Contos
Durienses”: odeia a Moda, se for feia. Para ele não há antigo nem moderno – há
o bom e o belo.» Cruz Malpique
Disponível
na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila
Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an
Bila Rial...
[também disponível os
títulos: “Pátria Pequena”, “Palavras Fora da Boca”, “Pontos Finais”, “Nova
Freguesia”, “Depoimento de João Semana Sobre a Vida Clínica de Aldeia”; “Contos
e Novelas I (Contos Bárbaros, Contos Durienses, Terra Ingrata)”, “Contos e
Novelas II (Cinza do Lar, Casa Paterna, Caminho de Consortes, Folhas de
Xisto)”, “Sem Método – notas sertanejas”, “Contos Bárbaros”, “O Porto do meu
tempo”, “Manta de Farrapos”. “Perfil Literário de João de Araújo Correia” de
Cruz Malpique; “O Homem do Douro nos contos de João de Araújo Correia” e
“Manuel do Mundo – Drama Duriense” de Altino Moreira Cardoso; “João de Araújo
Correia – Cronista das Gentes do Douro” de Manuel Joaquim Martins de Freitas
(vencedor do Prémio Literário A. Lopes de Oliveira / CMF). “à conversa com João
de Araújo Correia” de José Braga-Amaral. “Papagaios de Papel – Leitura de um
conto de João de Araújo Correia” de Maria da Assunção Anes Morais. “Letras Com
Vida – literatura, cultura e arte”, n.º 2, 2.º semestre de 2010 dossiê escritor
“João de Araújo Correia” coordenação de António José Borges. Revista “Geia” n.º
1 (Dezembro 2009), n.º 2 (Dezembro 2011), n.º 3 (Setembro 2013), n.º 4 (Outubro
2015) edição da Tertúlia de João de Araújo Correia – recordamos que também
disponibilizamos a ficha de adesão à Tertúlia de João de Araújo Correia]
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