“Boas Fadas Que Te
Fadem” de António Monteiro Cardoso
Isolada do mundo,
perdida nas brenhas de Trás-os-Montes, junto à fronteira do norte de Portugal,
uma pacífica congregação de religiosos vê-se, de súbito, arrancada à sua vida
beatífica, devido às perseguições inquisitoriais contra os cristãos novos. Uma
paixão e um crime inexplicado desencadeiam uma fuga desesperada, em que aos
fugitivos se vai revelando um mundo desconhecido e prodigioso. De um lado, a
Espanha seiscentista do tempo de Velásquez, onde os conversos portugueses lutam
pela sobrevivência, num arriscado jogo de dissimulações que os leva dos
píncaros da riqueza à humilhação dos autos-de-fé. Do outro, a Holanda de
Espinosa, onde vinga a tolerância num mundo atravessado pela exaltação
religiosa e pelas esperanças messiânicas e milenaristas. Através dos meandros
da perseguição inquisitorial da diáspora dos judeus portugueses e espanhóis,
este romance transporta-nos a uma época fascinante, em que o racionalismo e as
descobertas científicas dão ainda os primeiros passos numa Europa dominada pela
intolerância e pela violência do fanatismo religioso.
António Manuel
Monteiro Cardoso nasceu em Freixo de Espada à Cinta em 8 de Setembro de 1950.
Estudou em Lisboa, onde se licenciou na Faculdade de Direito em 1974. Exerceu
funções como jurista em diversas áreas, em especial no direito da comunicação
social, tendo publicado, ainda estudante, o livro “Da Liberdade de Imprensa”,
com Alberto Arons de Carvalho. Sobre esta temática, publicaram conjuntamente
com João Pedro de Figueiredo “Direito da Comunicação Social”. A partir de
finais dos anos setenta, passou a dedicar-se também à pesquisa histórica, de
que resultou a obra “A Guerrilha do Remexido”, em co-autoria com António do Canto
Machado. Desde então, orientou as suas investigações sobre os oratorianos de
Freixo de Espada à Cinta e sobre a província de Trás-os-Montes na época das
lutas liberais, assuntos a que dedicou numerosos artigos, muitos deles
publicados na revista Brigantia. Na sequência destas pesquisas, doutorou-se em
História Moderna e Contemporânea, em 2005, no ISCTE-IUL,
Instituto Universitário de Lisboa, com a tese “A Revolução Liberal em Trás-os-Montes (1820-1834) – O Povo e as Elites”.
Publicou “Timor na
2.ª Guerra Mundial – O Diário do Tenente Pires”, sobre a ocupação japonesa. É
autor, com António d’Oliveira Pinto da França, da obra “Correspondência
LusoBrasileira”, vol. I “Das Invasões Francesas à Corte no Rio de Janeiro
(1807-1821”) e vol. II “Cartas Baianas – O
Liberalismo e a Independência do Brasil (1821-1823)”.
Disponível na
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... |
Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[disponível também os
seguintes títulos sobre a temática judeus e/ou marranos: “Os Judeus no Noroeste
da Península Ibérica” de João Domingos Gomes Sanches; “Os Isidros – A Epopeia
de Uma Família de Cristãos Novos de Torre de Moncorvo”, “Marranos em
Trás-os-Montes – Judeus Novos na Diáspora – O Caso de Sambade”, “Jacob
(Francisco) Rodrigues Pereira – Cidadão do Mundo, Sefardita e Transmontano” e
“Nas Rotas dos Marranos de Trás-os-Montes” de António Júlio Andrade e Maria
Fernanda Guimarães; “Sabores Judaicos Trás-os-Montes” de Graça Sá-Fernandes e
Naomi Calvão, fotografias de Valter Vinagre]
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