sábado, 19 de dezembro de 2015

Boas fadas que te fadem


“Boas Fadas Que Te Fadem” de António Monteiro Cardoso

Isolada do mundo, perdida nas brenhas de Trás-os-Montes, junto à fronteira do norte de Portugal, uma pacífica congregação de religiosos vê-se, de súbito, arrancada à sua vida beatífica, devido às perseguições inquisitoriais contra os cristãos novos. Uma paixão e um crime inexplicado desencadeiam uma fuga desesperada, em que aos fugitivos se vai revelando um mundo desconhecido e prodigioso. De um lado, a Espanha seiscentista do tempo de Velásquez, onde os conversos portugueses lutam pela sobrevivência, num arriscado jogo de dissimulações que os leva dos píncaros da riqueza à humilhação dos autos-de-fé. Do outro, a Holanda de Espinosa, onde vinga a tolerância num mundo atravessado pela exaltação religiosa e pelas esperanças messiânicas e milenaristas. Através dos meandros da perseguição inquisitorial da diáspora dos judeus portugueses e espanhóis, este romance transporta-nos a uma época fascinante, em que o racionalismo e as descobertas científicas dão ainda os primeiros passos numa Europa dominada pela intolerância e pela violência do fanatismo religioso.


António Manuel Monteiro Cardoso nasceu em Freixo de Espada à Cinta em 8 de Setembro de 1950. Estudou em Lisboa, onde se licenciou na Faculdade de Direito em 1974. Exerceu funções como jurista em diversas áreas, em especial no direito da comunicação social, tendo publicado, ainda estudante, o livro “Da Liberdade de Imprensa”, com Alberto Arons de Carvalho. Sobre esta temática, publicaram conjuntamente com João Pedro de Figueiredo “Direito da Comunicação Social”. A partir de finais dos anos setenta, passou a dedicar-se também à pesquisa histórica, de que resultou a obra “A Guerrilha do Remexido”, em co-autoria com António do Canto Machado. Desde então, orientou as suas investigações sobre os oratorianos de Freixo de Espada à Cinta e sobre a província de Trás-os-Montes na época das lutas liberais, assuntos a que dedicou numerosos artigos, muitos deles publicados na revista Brigantia. Na sequência destas pesquisas, doutorou-se em História Moderna e Contemporânea, em 2005, no ISCTE-IUL, Instituto Universitário de Lisboa, com a tese “A Revolução Liberal em Trás-os-Montes (1820-1834) – O Povo e as Elites”.
Publicou “Timor na 2.ª Guerra Mundial – O Diário do Tenente Pires”, sobre a ocupação japonesa. É autor, com António d’Oliveira Pinto da França, da obra “Correspondência Luso­Brasileira”, vol. I “Das Invasões Francesas à Corte no Rio de Janeiro (1807-1821”) e vol. II “Cartas Baianas – O Liberalismo e a Independência do Brasil (1821-1823)”.


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[disponível também os seguintes títulos sobre a temática judeus e/ou marranos: “Os Judeus no Noroeste da Península Ibérica” de João Domingos Gomes Sanches; “Os Isidros – A Epopeia de Uma Família de Cristãos Novos de Torre de Moncorvo”, “Marranos em Trás-os-Montes – Judeus Novos na Diáspora – O Caso de Sambade”, “Jacob (Francisco) Rodrigues Pereira – Cidadão do Mundo, Sefardita e Transmontano” e “Nas Rotas dos Marranos de Trás-os-Montes” de António Júlio Andrade e Maria Fernanda Guimarães; “Sabores Judaicos Trás-os-Montes” de Graça Sá-Fernandes e Naomi Calvão, fotografias de Valter Vinagre]

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