segunda-feira, 25 de abril de 2016

Os Vampiros por Dr. José Afonso

 

“Os Vampiros” de Dr. José Afonso [cd]

1          Os Vampiros   
2          Menino D'Oiro 
3          Canção Do Vai...E Vem           
4          Senhor Poeta  
5          Tenho Barcos Tenho Remos   
6          Vira De Coimbra          
7          Menino Do Bairro Negro          
8          As Pombas     
9          No Lago Do Breu        
10        Canção Longe 
11        Amor De Estudante     
12        Balada De Outono       

José Afonso (1929-1987) gravou Os Vampiros em Coimbra, no Mosteiro de S. Jorge de Milreu, acompanhado à viola por Rui Pato . A canção foi editada em 1963 num EP com etiqueta Discos Rapsódia, juntamente com outras três canções (Menino do bairro negro, Canção vai… e vem e As pombas) sob o título genérico Dr. José Afonso em Baladas de Coimbra.
Quatro anos depois do lançamento do disco, José Afonso escreveu no livro Cantares (ed. Nova Realidade, 1967) estas palavras para justificar a canção Os Vampiros: “Numa viagem que fiz a Coimbra apercebi-me da inutilidade de se cantar o cor-de-rosa e o bonitinho (…). Se lhe déssemos uma certa dignidade e lhe atribuíssemos, pela urgência dos temas tratados, um mínimo de valor educativo, conseguiríamos talvez fabricar um novo tipo de canção cuja actualidade poderia repercutir-se no espírito narcotizado do público, molestando-lhe a consciência adormecida em vez de o distrair. Foi essa a intenção que orientou a génese de Vampiros”.
O que o inspirou? “A fauna hiper-nutrida de alguns parasitas do sangue alheio serviu de bode expiatório. Descarreguei a bílis e fiz uma canção para servir de pasto às aranhas e às moscas. Casualmente acabou-se-me o dinheiro e fiquei em Pombal com um amigo chamado Pité. A noite apanhou-nos desprevenidos e enregelados num pinhal que me lembrou o do rei e outros ambientes brr herdados do Velho Testamento.”» Nuno Pacheco, “Público”

Os Vampiros
Este tema apareceu pela primeira vez num LP intitulado "Dr. José Afonso em Baladas de Coimbra", de 1963. Uma das canções mais emblemáticas de Zeca Afonso.
"No céu cinzento / Sob o astro mudo / Batendo as asas / Pela noite calada / Vêm em bandos / Com pés de veludo / Chupar o sangue / Fresco da manada
Se alguém se engana / Com seu ar sisudo / E lhes franqueia / As portas à chegada / Eles comem tudo / Eles comem tudo / Eles comem tudo / E não deixam nada
São os mordomos / Do universo todo / Senhores à força / Mandadores sem lei / Enchem as tulhas / Bebem vinho novo / Dançam a ronda / No pinhal do rei
Eles comem tudo / Eles comem tudo / Eles comem tudo / E não deixam nada"  
in José Afonso: textos e canções, Assírio e Alvim, 1983

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