“Rosa Mãe – Rosa
Mulher” de Maria Angelina Pereira
«Apraz-me dar
testemunho desta novel mulher de artes e letras que, depois de doze anos de
casamento atribulado e com três filhos a seu cargo se confrontou com um
divórcio litigioso. A trabalhar nos CTT e nas Telecomunicações durante 27 anos,
entendeu, aos 48 anos de idade, despedir-se desses serviços e frequentar cursos
intensivos de psicologia e de filosofia, com o pretexto de se conhecer a si
própria. Essa formação prática fez-lhe reconhecer que seria capaz de se gerir a
si própria «sem necessidade de ter patrão». É nessa altura que conhece uma
empresa Japonesa, vocacionada para exercitar a psicologia e a filosofia de vida
que aprendeu, iniciando-se na comercialização de vários artigos ligados à
saúde. Em 1992 abre uma clínica na área da saúde, a que dá o nome de Fisimagna,
aí tendo investido todo o seu saber, esforço e vontade. Dois anos depois
confronta-se com um cancro da mama. E, com tanta coragem lutou que venceu esses
dois temíveis flagelos, tornando-se numa empresária de sucesso, ao longo de 22
anos. Mesmo assim, ainda tem tempo para presidir a uma Associação
sócio-cultural com o nome de Ecos da Bila, retoma a exibição das marchas
populares, executa a sua coreografia, os trajes e até escreve as letras que os
artistas populares entoam durante as marchas.
Maria Angelina
Pereira é o tipo de mulher Transmontana que não vira a cara à luta. A sua
trajectória existencial é longa e diversificada, primando pelas contrariedades
que – não fora o seu positivismo e força de vontade – e teria vacilado. Soube
enfrentar as contrariedades. Da tristeza fez alegria, na perseguição encontrou
coragem, das derrotas construiu vitórias.
Essa Mulher de
armas guardou para a entrada na terceira idade o culto e o exercício das artes
e das letras. E, reflectindo o seu passado, com a consciência de que educou os
filhos para empresários que já são, reconhece que «esta mente que brota da
inteligência e determinação para que siga o seu caminho, lhe permitem realçar a
beleza com que enxerga as coisas boas e más que a trazem de pé e a ajudam na
sua caminhada». [Barroso da Fonte]
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