“A
Música do Rio” de Patrícia Aires
Provavelmente
influenciada por textos de marca claramente anglo-saxónica, a autora desenrola
uma trama narrativa densamente intrincada, onde as personagens surgem
claramente envolvidas no fio da meada, em cenários e ambientes onde se fala a
língua de Shakespeare. Através das acções, desejos e motivações de cada
personagem, o leitor é confrontado com questões centrais do nosso tempo: a
(in)finitude do amor, força humana que tanto pode ser destruidora como
redentora, os preconceitos cerceadores da liberdade individual, a defesa da
natureza, como elemento que a civilização humana deve incluir, partilhar e
preservar, e, acima de tudo, os grandes sentimentos que estão na base do
sucesso da raça humana entre os seres vivos, a amizade, a generosidade, o
perdão, que, inelutavelmente, acabarão sempre por vencer a discriminação, a
solidão e o egoísmo.
Escrito
num estilo pouco habitual no nosso panorama ficcional, em que a acção das
personagens suplanta claramente a importância do autor/narrador, "A música
do rio" atrai-nos para uma realidade que, embora diferente, é também a
nossa em qualquer parte do mundo.
Patrícia
Aires nasceu em França, mas veio viver para Portugal com apenas seis anos,
residindo actualmente no concelho de Torre de Moncorvo, distrito de Bragança.
Licenciou-se em Sociologia e desde então tem trabalhado em diversas áreas:
autarquia, tribunal, museus. Desde cedo revelou inclinação para as letras,
tendo ganho alguns concursos literários. “A música do rio” é a sua
primeira obra publicada.
Sem comentários:
Enviar um comentário