“A Bíblia de Lôá –
Lôá Perdida No Paraíso | Lôá e a Véspera do Primeiro Dia” de Dulce Maria
Cardoso, ilustrações Vera Tavares
Lôá é uma
menina-deus. Tudo aconteceu mais ou menos assim: Um dia Lôá pôs-se a desenhar.
Criou um mundo que lhe pareceu tão belo e tão bom que quis entrar nele. Desde
então, vive perdida nesse mundo.
«A escritora Dulce
Maria Cardoso estreia-se na literatura para crianças e jovens com a coleção
"A Bíblia de Lôá", inspirada em passagens dos textos da Bíblia, mas
em busca de outros significados, disse a autora à agência Lusa.
Com ilustração de
Vera Tavares e edição da Tinta da China, a coleção tem início com "Lôá e a
véspera do primeiro dia" e "Lôá perdida no paraíso", sobre a
criação do mundo e sobre Adão e Eva.
Nas duas histórias,
Dulce Maria Cardoso inventou uma "menina-deus"- Lôá -, "de
aparência frágil", que desenhou o mundo com um lápis num livro em branco.
A escritora,
conhecida sobretudo como romancista e contista, escreveu seis histórias para
crianças a partir da Bíblia, desafiada por Teresa Paixão, programadora da RTP.
"Saí da minha
zona de conforto, mas não quis fazer leituras bíblicas para crianças. Não tenho
temor à Igreja embora goste de ler a Bíblia, porque dramaticamente é muito
interessante. O que foi mais desafiante foi encontrar outros significados na
Bíblia, porque estamos imersos neste caldo judaico-cristão que é portador de
imensos preconceitos", explicou Dulce Maria Cardoso.
Há o pecado, o
castigo, a culpa, mas a autora procurou novas leituras, como por exemplo a
questão de género na Bíblia, porque os textos religiosos nela inscritos
"menorizam muito a mulher".
Não é por acaso que
a protagonista é uma mulher, criadora do mundo à sua imagem e semelhança,
"uma figura bastante solitária e que cria através da arte", sendo a
arte "a possibilidade de mudança".
"Não tenho
pretensões de mudar a tradição secular de preconceito e 'A Bíblia de Lôá' pode
ser lida por crentes e não crentes, de acordo com a sua fé", afirmou.
Nos livros, com
vários níveis de interpretação para leitores iniciais e leitores autónomos,
Dulce Maria Cardoso recorre a vários trocadilhos, referindo-se por exemplo a um
"orvil" (lê-se "livro" ao contrário), e brinca com a
linguagem, procurando as semelhanças entre "querer" e
"crer" e inventando o "Para-isso" (Paraíso).
Nestas obras Dulce
Maria Cardoso sentiu necessidade "de blindar o texto" e teve uma
"preocupação diferente" na escrita, a pensar nos jovens
destinatários.
"As crianças e
os jovens são como umas esponjas, absorvem tudo, é difícil prender-lhes a
atenção e tive uma outra preocupação no que escrevia, porque também queria
diverti-los, ter 'ganchos' para lhes prender a atenção", afirmou.
Para a coleção
"A Bíblia de Lôá", Dulce Maria Cardoso escreveu seis histórias, sendo
publicadas agora as duas primeiras.
Cada um dos livros
apresenta, no final, as passagens da Bíblia que inspiraram as histórias e
inclui "sugestões de exploração para educadores".» [LUSA]
Disponível na
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... |
Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponível da
autora os títulos: “Os Meus Sentimentos”, “O Chão dos Pardais”, “Tudo São
Histórias de Amor”, “O Retorno”]
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