quinta-feira, 26 de junho de 2014

Aos olhos de Eduardo Teixeira Pinto



“Aos Olhos de Eduardo” – catálogo de exposição

«Exposición del fotógrafo portugués Eduardo Teixeira Pinto en Ourense

A media mañana del sábado, 14 de junio, tendrá lugar en el Museo Municipal de Ourense la inauguración de la exposición “A os olhos de Eduardo. El artista que retrató Amarante”. Esta muestra está organizada conjuntamente por la Fundación Vicente Risco y por la Associaçao para la criação del Museu Eduardo Teixeira Pinto (Amarante) y se desarrollara dentro de los actos de la Capital de la Cultura del Eixo Atlántico.

Durante el acto inaugural tendrá lugar la firma de un protocolo de colaboración entre ambas instituciones.

Se trata de una selección de fotografías representativas del trabajo de Eduardo Teixeira (1933-2009), uno de los mejores y más galardonados fotógrafos portugueses del siglo XX. Los temas principales que trata son la naturaleza y la figura humana.

Esta exposición podrá visitarse hasta el próximo 30 de septiembre.» [Eixo Atlântico do Nordeste Peninsular]
 

«UM HOMEM NA NÉVOA

O século passado foi o século da imagem. Um tempo em que percorremos o caminho da magia e da desconfiança em direção ao prestígio e à arte. Foram décadas de pesquisa, de documentarismo, de experimentação, de vanguarda e transgressões, de pioneiros que percorreram o mundo ao encontro de uma realidade que se esvaía e arriscados criadores que alicerçaram as bases para os profissionais, as escolas e os grandes movimentos artísticos. E também de espaço para a partilha, para o diálogo com outras artes e com inúmeras formas de expressão.


A par de tudo isso, num mesmo tempo e compartilhando afetos, dúvidas e inquieta­ções, desenvolveram o seu trabalho os grandes fotógrafos num mesmo tempo. Au­todidatas na maioria das vezes, e outras vezes herdeiros de uma tradição familiar, os mestres da luz percorreram todos os caminhos e habitaram todos os géneros: da reportagem social à vida política ou desportiva, dos ofícios e costumes (que se iam perdendo) às festas, dos desastres naturais ao bucolismo das paisagens.

Eduardo Teixeira Pinto foi um desses mestres, um artista que fez de Amarante o seu universo e do Rio Tâmega um objeto de desejo — o amigo e companheiro com quem dialogou toda a sua vida. O homem que caminhava entre a névoa para a água, na busca dessa luz que transmutava o rio, as gentes, as edificações e a natureza em cenas mágicas, em imagens que nos resgatavam um paraíso perdido. A fotografia converteu-se em história pela sua mão.

O que dizem os homens que conversam à noite, acovilhados pelos fantasmas sob a sombra do mosteiro, os Amarantinos que carregam as pipas e os barris pelas ruas, os bois que se perdem por esse mar de pedra, as crianças que jogam, as roupas a soalhar, os moinantes, as festas tradicionais, os ciganos, a vida dos bairros pobres e os galãs nos dias de lazer. E para além das verdades líquidas que nascem do Tâme­ga — esse rio que marca a vida de Amarante e do seu fotógrafo — o espaço de trabalho, da pesca, dos jogos, de amores e de tragédias.

Eduardo foi, num só, todos os fotógrafos do século, e Amarante o seu cenário de de­leitação. O seu olhar e mestria geraram uma obra que é parte fundamental da história do seu povo e que, na sua essência, o coloca ao lado dos grandes fotógrafos que foram fiéis a um princípio imortal da imagem: o de fixar uma realidade que começa a ser passado no exato momento de fotografar.»

Xosé Manoel Rodríguez, jornalista de La Voz de Galícia

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