“Café Com Letras” –
revista de literatura, Abril 2016, n.º 1
«O dia em que
assinalamos o nascimento da Revista “Café com letras”. Não é que tenha sido um
parto fácil, pois implica dedicação, empenho, abdicação e uma intensa
colaboração de todos quantos figuram e contribuem para o projecto. Trata-se,
sim, da concretização de uma ideia que implica uma visão de alcance amplo: não
apenas o panorama nacional, no qual existem já várias publicações de grande
qualidade e mérito, mas também de alcance mais abrangente e que contém uma dose
de risco assinalável: a da própria lusofonia.
O que nos une (e
nos diferencia simultaneamente)? A língua e o modo como através dela e
nela construímos a nossa identidade. E também a nossa cultura comum.
Dizê-lo não nos remete, de forma alguma, para uma afirmação de uma identidade monolítica,
mas antes de um património rico e antigo que encontra o seu lastro na própria
história comum, uma história que também se constrói pelos afectos.
Língua e história
são “territórios” que confinam, se interseccionam, tangenciam ou talvez tudo
isso seja simultâneo. E ainda bem! Hoje, mais do que nunca, é importante
reconhecermo-nos nessas diferenças que nos desafiam, ao invés de nos afastar,
que nos convocam ao debate e nos convidam à leitura e à reflexão.
Realidade compósita, a língua -referindo-me aqui à língua materna, a
portuguesa – é o solo do nosso pensamento e as suas raízes são múltiplas e
férteis, cada vez mais fundas, à medida da própria tradição.
Não há
projecto que vingue sem voo nem risco, sem ousadia. Ele é provocador porque se
constrói ao arrepio do que se vai fazendo e que, pouco a pouco, vai desfazendo
a massa crítica, o pensamento, a resistência. E esta ousadia é contagiante,
pois os que nos acarinham, nos lêem e nos apoiam sentem bem o quão
imprescindíveis são, nesta rede de partilha – não apenas social e essa também é
importante – de ideias, de debate e reflexão sobre temas da actualidade. E não
nos referimos apenas à literatura, mas igualmente do pensamento, nas suas mais
diversificadas variantes: política, social, estética, etc. O futuro nos
dirá se esta forma de tactear o nosso próprio tempo terá valido ou não a pena.
Por ora, só o presente, talvez efémero, mas sempre glorioso.
Título: Café com
letras
Directora: Maria
João Cantinho
Director-Adjunto:
João Oliveira Duarte
Capa: Joana Almeida
Paginação: Joana
Almeida
Revisão: Rita Gomes
Colaboradores
Permanentes: Filipa Melo (Escritora, crítica, diretora da revista “Epicur”),
António Cabrita (Escritor, Poeta e argumentista), Ana Raquel Fernandes
(Professora e ensaísta), João Morales (Jornalista), Maria João Cabrita
(Ensaísta e investigadora), Marta Soares (Investigadora e ensaísta), Cláudia
Lucas Chéu (Poeta, Argumentista), Mário Santos (Jornalista e crítico), Maria da
Conceição Caleiro (Escritora e Crítica), Samuel Pimenta (Escritor e jornalista);
Fotografia: Inês Lourenço
Sem comentários:
Enviar um comentário