“A
Cidade e as Serras” de Eça de Queirós
A
Cidade e as Serras, conta-nos a história de Jacinto, um indivíduo de
posição social elevada e extremamente rico, que, tendo vivido uma existência de
tédio em Paris, apesar de rodeado por todo o conforto, decide mudar-se para sua
propriedade rural de Tormes, na serra portuguesa, encontrando aí o equilíbrio e
a felicidade.
Um
romance de Eça, pertencente à última fase do escritor, que é caracterizada pela
pacificação do artista, pela sua visão mais optimista, pelo corte com a
corrente literária do realismo e o abandono do tipo de romance crítico.
O
livro foi editado postumamente, em 1901, e denuncia um
aspecto importante da vida do escritor nos seus últimos anos de vida nos
quais Eça escreveu várias cartas aos seus amigos em que denuncia essa
ânsia por uma vida de família que o retempere do «descampado do
sentimentalismo» de que estava cansado.
Nesse
contexto Queirós faz uma comparação entre a vida módica e agitada de Paris
(cidade em que viveu desde 1895, exercendo o cargo de cônsul, até à sua
morte em 1900) e a vida tranquila e pacata na cidade serrana de Tormes num
percurso de regresso às origens. É pois um romance que
assume várias conotações simbólicas ideológicas
e simbólicas sobretudo a oposição cidade-campo.
Eça
criou este romance a partir de um conto seu chamado “Civilização” que faz
Zé Fernandes, personagem-narrador do conto, a contar a história de Jacinto, o
protagonista do livro.
É um
romance denso, belo, ao longo do qual Eça de Queirós ironiza ferrenhamente
os males da civilização, fazendo elogio dos valores da natureza.
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