segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Apresentação de Diário de Guerra (1917-1918) de João Pina de Morais


Apresentação da obra “A quem encontrar este Livro... João Pina de Morais, Diário de Guerra (1917-1918)”
organização de João Luís Sequeira Rodrigues
dia 12 de Setembro de 2015, sábado, pelas 21h00
apresentação de António José Queirós
com a presença de João Luís Sequeira Rodrigues
organização do stand n.º 66 da livraria Traga-Mundos
no Salão Independente, Biblioteca Municipal Almeida Garrett
Feira do Livro do Porto 2015, Jardins do Palácio de Cristal, no Porto


«O relato inédito do soldado João Pina de Morais, que participou na I Grande Guerra (1914-18) é revelado pela primeira vez, numa obra organizada por João Sequeira Rodrigues.

O manuscrito encontrava-se num cofre na Casa das Quintãs, no concelho de Baião, no Douro Litoral, e permaneceu inédito por vontade do autor, disse à Lusa fonte editorial.
O escritor Pina de Morais abordou o quotidiano da I Grande Guerra no romance "Ao parapeito", publicado em 1919, dois anos depois da sua estreia literária com "Ânfora partida". O cenário da I Guerra marcou ainda o seu terceiro livro, "O Soldado - Saudade na Grande Guerra", publicado em 1921.
Segundo o organizador da obra, o diário foi escrito por Pina de Morais entre abril de 1917 e junho de 1918, "atravessando a totalidade da presença do jovem oficial no Corpo Expedicionário Português, nos campos da Flandres [Bélgica], durante a I Guerra Mundial", que findou a 11 de novembro de 1918.
O Diário destinava-se a Lídia da Assunção Monteiro, "com quem o jovem oficial veio a casar-se em finais de novembro de 1923".
"Foi por indicação de uma amiga de Lídia Monteiro, que se chegou ao cofre", afirma o organizador, segundo o qual "era vontade do casal que este testemunho, dado o seu caráter intimista, apenas viesse a ser publicado após a morte de ambos". João Pina de Morais, que foi discípulo da corrente literária Renascença Portuguesa, morreu em 1953, e a mulher, Lídia Monteiro, em 1998.
Sequeira Rodrigues, realça o papel de Lídia Monteiro, que foi "fulcral no atribulado percurso biográfico de Pina de Morais, assegurando a estabilidade familiar possível nos períodos de exílio e ostracismo que o político e escritor sofreu, em consequência da sua luta em defesa dos ideais da República e da democracia".
João Luís Sequeira Rodrigues afirma que, com a publicação do Diário, pretende "dar mais um contributo para o conhecimento da vida e obra de Pina Morais, bem como das condições que envolveram a participação do Corpo Expedicionário Português na guerra das trincheiras".
"O título atribuído, retirado do pedido expresso pelo autor na abertura deste diário, tem como objetivo convocar à leitura todos aqueles que com ele se cruzarem, não no fundo de uma trincheira, como pressagiava Pina de Morais, mas no escaparate de uma livraria", explica Sequeira Rodrigues.
No seu entender, fica-se "a conhecer o drama de amor e de guerra de um dos mais generosos soldados das tropas portuguesas".


João Luís Sequeira Rodrigues, 49 anos, é licenciado em Filosofia, pela Faculdade de Filosofia da Universidade Católica Portuguesa de Braga, e mestre em Cultura Portuguesa, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
É autor, entre outras, das obras "João Pina de Morais: Vida, pensamento e obra", "Pina de Morais -- Crónicas no Jornal de Notícias (1942-1950)" e "Viajar com... Pina de Morais", tendo coordenado a publicação da Obra Poética de Aires Torres. Atualmente dirige o Espaço Miguel Torga, em São Martinho de Anta, no concelho de Sabrosa.

O escritor e político João Pina de Morais estudou na Academia Politécnica do Porto, foi amigo do filósofo Leonardo Coimbra, e incorporado no regimento de Vila Real. Depois da I Grande Guerra, lutou contra as investidas monárquicas de Paiva Couceiro.
Em 1922 foi eleito deputado e, dois anos depois, aderiu ao Partido Republicano Português, do qual foi expulso por incompatibilidades políticas. Após o golpe militar do general Gomes da Costa, em 1926, fez parte da oposição, pelo que se exilou entre 1927 e 1932. Regressado a Portugal, não publicou durante cerca de 20 anos.
"Ânfora partida" (1917), "Ao parapeito" (1919), "O soldado Saudade na Grande Guerra" (1921), "A paixão do maestro" (1922) são algumas das suas obras, a que se seguiram "Sangue plebeu" (1942) e "Vidas e sombras" (1949).
Escreveu para o jornal A Democracia (1917) e, além da Renascença Portuguesa, foi também um dos nomes iniciais da Seara Nova.» [Lusa]


António Alberto Alves
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
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Próximos eventos:
- de 1 a 30 de Setembro de 2015: exposição de fotografia “Douro” de Miguel Schreck, na Traga-Mundos em Vila Real.
- dia 15 de Setembro de 2015, terça-feira, pelas 18h00: Tiago Patrício, “Trás-os-Montes” e a sua obra, na Feira do Livro do Porto 2015, Jardins do Palácio de Cristal, no Porto;
- dia 20 de Setembro de 2015, domingo, pelas 16h00: tertúlia “Trás-os-Montes e Alto Douro e os seus escritores”, com autores convidados, na Feira do Livro do Porto 2015, Jardins do Palácio de Cristal, no Porto.

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