“A Igreja Matriz de
Torre de Moncorvo” de Eugénio Cavalheiro e Nelson Rebanda
«O presente trabalho pretende ser um modesto contributo para o conhecimento e compreensão da igreja matriz de Torre de Moncorvo.
Avultando no meio do casario, ela é motivo de veneração e orgulho, por parte dos moncorvenses, de curiosidade e interesse, para os visitantes.
Num momento em que se verificam maiores solicitações, com um relativo aumento da procura turística, e em que o poder local aposta na valorização da sua envolvente, tornava-se urgente o preenchimento do vazio de informação sobre este monumento.
A igreja matriz surge, assim, como a pedra-de-toque de um programa cultural mais vasto, tendo por cenário o centro histórico exterior ao castelo. À sua volta gravitam já instituições culturais como o Museu, Biblioteca e o Arquivo Municipal.
"Monstro de pedra desafiando os séculos", no dizer de um escritor local, a igreja matriz, nunca passou despercebida aos escritores de viagens, corógrafos e dicionaristas, repetindo-se estes, muitas vezes, sem sequer a verem. Por outro lado, os historiadores de arte, seja por falta de documentação ou pelo pouco purismo do monumento, parece não se terem interessado muito pelo mesmo. Assim, este trabalho pretende ser também uma chamada de atenção aos investigadores, para esta igreja.
Os autores, não sendo especialistas, procuraram apenas compilar um conjunto de conhecimentos dispersos e, juntamente com algumas observações superficiais do edifício, tentaram extrair algumas conclusões sobre a sua fundação, seus autores e características.
Dissemos que este
trabalho não se destina a especialistas. Admitimos, no entanto, que seja pouco
acessível ao cidadão comum, talvez mais interessado numa leitura mais
aligeirada sobre a igreja. Assim sendo, e num momento em que se espera que o
IPPAR (Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico)
contrate um guarda/guia para este monumento, é indispensável a elaboração de
uma brochura ou folheto (gratuito), para informação do publico em geral. Aqui
fica a proposta.
Quanto ao trabalho que se segue, compõe-se de três partes essenciais: a primeira, sobre os antecedentes da igreja e as hipotéticas razões da sua construção; a segunda é um conjunto de especulações sobre as fases e modo da sua construção; a terceira é composta por uma descrição geral da igreja e de alguns aspectos artísticos mais notáveis, tanto a ftível estrutu¬ral como de peças interiores (retábulos de talha). Não se tratou a parte de imaginária religiosa, por serem peças móveis e que, só por si, justificarão um outro trabalho.
Para uma visão mais global e complementar da "vida" da igreja, juntam-se em Anexos, um conjunto de Descrições feitas por diversos autores ao longo dos séculos, e uma Cronologia dos principais eventos com ela relacionados.
Para uma
maior facilidade de leitura, entendemos conveniente inserir nos Anexos, um
breve Glossário que explicitasse alguns termos técnicos empregues ao longo do
texto.Quanto ao trabalho que se segue, compõe-se de três partes essenciais: a primeira, sobre os antecedentes da igreja e as hipotéticas razões da sua construção; a segunda é um conjunto de especulações sobre as fases e modo da sua construção; a terceira é composta por uma descrição geral da igreja e de alguns aspectos artísticos mais notáveis, tanto a ftível estrutu¬ral como de peças interiores (retábulos de talha). Não se tratou a parte de imaginária religiosa, por serem peças móveis e que, só por si, justificarão um outro trabalho.
Para uma visão mais global e complementar da "vida" da igreja, juntam-se em Anexos, um conjunto de Descrições feitas por diversos autores ao longo dos séculos, e uma Cronologia dos principais eventos com ela relacionados.
As siglas referentes a Arquivos e outras instituições são desdobradas no capítulo de Documentação e Bibliografia. Quanto às referências bibliográficas foi usado ao longo do texto, um sistema de referências compostas pelo apelido do(s) autor(es), seguido da data de publicação. Estas referências serão descodificadas na lista bibliográfica inserida no final.
A finalizar, importa dizer que os autores são membros do PARM (Projecto Arqueológico da Região de Moncorvo), uma associação que desde há anos, com grande dose de carolice, tem vindo a estudar, divulgar e lutar pela preservação do património cultural da região. Esta publicação é também um resultado deste esforço. Resta-nos envolver num agradecimento colectivo todos os colegas e amigos que, de uma maneira ou de outra, deram a sua colaboração. Permitam-nos destacar o Dr. Armando Lopes Gonçalves que nos transmitiu preciosas informações documentais, recolhidas em diversos arquivos, e a D.ra Maria João Moita, por todo o apoio logístico. A Susana Bailarim e jovens formandos do Curso de Património Cultural coordenado pelo PARM, devemos o auxílio nas medições da igreja. Ao Arq.t0 João Carlos Santos, do IPPAR, agradecemos o fornecimento da planta da igreja e à Foto-Bento, algumas fotografias. À família Félix, agradecemos terem posto amavelmente à nossa disposição o desenho à pena do seu antepassado Bernardo Doutel. Ao Sr. Cardenha a autorização de reprodução da fotografia do tríptico de S.ta Ana. Para todos os nosso muito obrigado.» [da “Introdução”, Eugênio Cavalheiro e Nelson Rebanda]
Eugénio Cavalheiro nasceu
em Lisboa em 1935, embora com origens no concelho de Torre de Moncorvo e Freixo
de Espada à Cinta, descendente dos antigos proprietários da Quinta do Campo,
perto da barragem do Pocinho. Tendo frequentado a academia da Marinha, é
capitão-de-mar-e-guerra na situação de reforma. Desde sempre interessado em
História de Arte e nos temas de Cultura em geral, o comandante Cavalheiro
frequentou um curso de História de Arte na Open University inglesa,
complementado depois na Universidade Aberta portuguesa. É autor de monografias
sobre monumentos de Trás-os-Montes e Alto Douro; além disso, tem vários artigos
dispersos em obras colectivas ou publicações periódicas.
Nelson Henrique de Campos Rebanda nasceu em Angola, em 01 01 1962. Mas as suas raízes radicam em Mazouco, concelho de Freixo de Espada à Cinta e em Vilarinho de Galegos (Mogadouro). E toda a sua actividade profissional tem sido ao serviço de Trás os Montes. Licenciou se em História, na variante de Arqueologia. É técnico superior do IPPAR. Trabalha, como arqueólogo, no programa arqueológico da região de Moncorvo. Foi professor do ensino secundário. Em 1990 ingressou no antigo IPPC. Em 1992 transitou para a direcção regional do Porto do mesmo serviço que passou a chamar se IPPAR, onde ainda se encontra. Frequentou, em 1990/91 o Mestrado de Arqueologia da Faculdade de Letras do Porto. Também fez uma outra pósgraduação na mesma área. Esteve (e está) ligado a diversas acções no âmbito de estudos e escavações, um pouco por toda a região do Norte. Escreveu e publicou variadíssimos trabalhos científicos sobre a sua especialidade. Fez inúmeras comunicações.
Sem comentários:
Enviar um comentário