quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Crónica Triste de Névoa


“Crónica Triste de Névoa” de João Madureira

Esta crónica inicia-se na Feira dos Santos de 1941, quando um homem pretende mudar a sua vida. É o tempo do volfrâmio. E por terras de Trás-os-Montes ele aparece em todo o lado, tal como os pobres, as crianças e os cães.

 Depois tudo acontece em Névoa: a visita de um ministro, cinco pragas, uma matança, uma castração, um dilúvio universal, o desbobinar do ultramar, a psicose da imigração, o perigoso sol de Agosto, um herói que defende a sua dama, o pesadelo dos deuses, o fabrico do ouro negro (pedra filosofal), sessões de fado, divagações filosóficas, discussões futebolísticas, idas à bruxa, várias alucinações, a revelação de dois segredos de Estado, soldados portugueses que vão para a guerra (é que os houve mesmo), exercícios de faquirismo, bodos aos pobres, procissão dos fiéis defuntos e outros préstitos, um advogado que faz correio sentimental, fome que põe os pobres a rir, jantares de Lúculo, alucinações de uma senhora muito virtuosa e de uma cabeça voadora, um Cristo de madeira que chora e outro que anda, casamentos e loucos que os interrompem, várias dietas, guerra em Cafés, guerrilheiros e guerrilhas, várias dissertações de se lhe tirar o chapéu, o milagre das Caldas, a desgraça do vinho, uma explicação da diferença entre pobres e miseráveis, uma polémica sobre festas e romarias, romagens de fé e patriotismo, discursos de alma ajoelhada, sandes de vitela assada e copos de vinho tinto, a fárria do volfrâmio, a rivalidade entre duas aldeias, o roubo do túmulo do filho do Mestre de Avis, os pios Carlos, a festa de aniversário de um jornal de província, o inefável nome de Deus em todas as línguas, a triste história do Juan, do João e do Manuel e ainda outras histórias verdadeiras contadas por uma avó ao seu neto que incluem a hora da catequese, videntes, profecias, adivinhações, fórmulas mágicas para quase tudo, o Rui da Mata, o Frei Toino e o João Lorde, a prima Ivone, o René, a senhora Marquinhas da Ajuda, o cow-boy Kelly, a sua namorada Laura, os Sioux, uma nave interestelar que transporta almas... e por aí fora até ao final, para tudo começar de novo.

João Augusto Madureira Ferreira nasceu na aldeia da Torre de Ervededo, concelho de Chaves, no ano de 1958. É professor do 1º CEB licenciado pela UTAD. Foi dirigente estudantil e associativo. Realizou curtas-metragens em super8 e vídeo. É fotógrafo amador premiado. Publicou poesia e prosa em jornais e revistas e a plaqueta "Margem de Silêncio". Em cooperação com o Grupo Dólmen (Galiza) colaborou, produziu e editou a colectânea de poetas transmontanos e galegos "Poesia dos Aléns". Produziu e editou catálogos de pintura e escultura enquanto coordenador da Galeria Faustino; redigiu e foi o responsável gráfico da monografia "15 Anos da Casa de Cultura Popular de Outeiro Seco"; fundou, dirigiu e editou a revista "Nunca é Tarde" (Educação de Adultos); foi assessor cultural da Câmara Municipal de Chaves a título gracioso; membro de júris internacionais de BD; orientador e divulgador do projecto "Banda Desenhada nas Escolas"; pertenceu à comissão organizadora e coordenadora do simpósio "Galaicos nas Fontes e na Memória Oral", realizada em Chaves e Allariz; é sócio honorário e correspondente em Portugal da associação cultural galega Vicente Risco. Foi também membro fundador e elemento da direcção do Cine Clube Flaviense; da Cooperativa Flaviense de Radiodifusão (que chegou a presidir); do Centro de Promoção Educativa e Desenvolvimento para o Concelho de Chaves; da Antena Radiante (da qual foi director de programas); foi ainda fundador e Subdirector do Jornal de Chaves; membro fundador e presidente da "Corrente - Associação de Amigos do Rio Tâmega"; Produziu, dirigiu e realizou, durante vários anos, dois programas semanais sobre educação e cultura na Rádio Larouco. É membro do Sindicato de Jornalistas com a carteira de equiparado (nº259) e pertence à direcção regional do Sindicato dos Professores do Norte. Em colaboração com Luzia Oliveira, elaborou um estudo analítico sobre o Couto Mixto publicado em opúsculo editado pela CIG - Ensino (Galiza) intitulado "O Local como Recurso Didáctico na Interculturalidade" (2006). Em colaboração com a Associação Amigos da República, de Ourense, cooperou na edição do livro "O Cambedo da Raia - 1946", editado em 2004. É autor do romance "Crónica Triste de Névoa". É ainda autor e editor do "blog", com edição diária, "TerçOLHO".

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...


Sem comentários:

Enviar um comentário