quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Fórum do Interior - territórios de baixa densidade




A Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real foi convidada para estar presente com uma banca de livros, e mais algumas coisas e loisas, no II Fórum do Interior que decorrerá dia 7 (sexta-feira) e 8 (sábado) de Novembro de 2014, na UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em parceria com a Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local (Animar).

«"Sentimos que o interior do país, as zonas mais rurais do interior do país estão claramente a morrer. Tem havido uma sangria populacional enorme, os jovens estão todos a sair, a procurar emprego noutros locais e sobretudo no estrangeiro, e estão a ficar os idosos e uma enorme solidão por parte dos que ficam", afirmou hoje a responsável pela associação, Maria do Carmo Bica.
Em conferência de imprensa destinada à divulgação do fórum, a dirigente considerou que a sangria destes territórios é uma consequência da diminuição dos rendimentos das pessoas, das dificuldades no acesso aos serviços públicos, decorrentes do fecho de escolas e tribunais, da introdução de portagens e até do preço das propinas.
Maria do Carmo Bica referiu ainda que o Orçamento de Estado proposto pelo Governo para 2015 é "inimigo" do interior e destacou a "triplicação do IMI para as propriedades florestais incultas" prevista para o próximo ano.
Para o combate a esta "tragédia nacional", a dirigente quer mobilizar toda a sociedade.
O Fórum do Interior vai juntar em Vila Real técnicos, dirigentes associativos, académicos e políticos, entre presidentes de câmara e o ministro-adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro.

"Pretendemos sair daqui com propostas concretas que possam servir de base para a viragem política que o país precisa com urgência. Políticas que possam ser usadas pelos partidos na próxima campanha eleitoral, que possam ser usadas pela oposição como bandeira nos seus combates", salientou.


O vice-reitor da UTAD, Artur Cristóvão, considerou precisamente que o "diagnóstico está feito" e que o que é preciso agora é "que se encontrem respostas na economia, nas políticas sociais, na agricultura, em todas as áreas, envolvimento das universidades".
O responsável lembrou as respostas pontuais promovidas, por exemplo, pelas autarquias, a nível do apoio à natalidade ou aos casais, e referiu que estas medidas "não têm conseguido dar uma solução ao problema da perda de população".
"O salto principal que falta dar é o do trabalho e emprego. De dinâmicas que permitam criar trabalho sobretudo para os jovens e permitam fixar as pessoas e produzam riqueza localmente, essa é que é a chave", sublinhou.

A organização e os participantes no fórum querem ainda aproveitar a presença do ministro Poiares Maduro, responsável pela aplicação dos fundos comunitários, para reivindicar mais verbas no próximo quadro comunitário para ajudar à sobrevivência destes territórios de baixa densidade.» [Notícias Ao Minuto]

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