A Traga-Mundos –
livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real foi convidada para estar
presente com uma banca de livros, e mais algumas coisas e loisas, no II Fórum
do Interior que decorrerá dia 7 (sexta-feira) e 8 (sábado) de Novembro de 2014,
na UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em parceria com a
Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Local (Animar).
«"Sentimos que
o interior do país, as zonas mais rurais do interior do país estão claramente a
morrer. Tem havido uma sangria populacional enorme, os jovens estão todos a
sair, a procurar emprego noutros locais e sobretudo no estrangeiro, e estão a
ficar os idosos e uma enorme solidão por parte dos que ficam", afirmou
hoje a responsável pela associação, Maria do Carmo Bica.
Em conferência de
imprensa destinada à divulgação do fórum, a dirigente considerou que a sangria
destes territórios é uma consequência da diminuição dos rendimentos das
pessoas, das dificuldades no acesso aos serviços públicos, decorrentes do fecho
de escolas e tribunais, da introdução de portagens e até do preço das propinas.
Maria do Carmo Bica
referiu ainda que o Orçamento de Estado proposto pelo Governo para 2015 é
"inimigo" do interior e destacou a "triplicação do IMI para as
propriedades florestais incultas" prevista para o próximo ano.
Para o combate a
esta "tragédia nacional", a dirigente quer mobilizar toda a sociedade.
O Fórum do Interior
vai juntar em Vila Real técnicos, dirigentes associativos, académicos e
políticos, entre presidentes de câmara e o ministro-adjunto e do
Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro.
"Pretendemos
sair daqui com propostas concretas que possam servir de base para a viragem
política que o país precisa com urgência. Políticas que possam ser usadas pelos
partidos na próxima campanha eleitoral, que possam ser usadas pela oposição
como bandeira nos seus combates", salientou.
O vice-reitor da
UTAD, Artur Cristóvão, considerou precisamente que o "diagnóstico está
feito" e que o que é preciso agora é "que se encontrem respostas na
economia, nas políticas sociais, na agricultura, em todas as áreas,
envolvimento das universidades".
O responsável
lembrou as respostas pontuais promovidas, por exemplo, pelas autarquias, a
nível do apoio à natalidade ou aos casais, e referiu que estas medidas
"não têm conseguido dar uma solução ao problema da perda de
população".
"O salto
principal que falta dar é o do trabalho e emprego. De dinâmicas que permitam
criar trabalho sobretudo para os jovens e permitam fixar as pessoas e produzam
riqueza localmente, essa é que é a chave", sublinhou.
A organização e os
participantes no fórum querem ainda aproveitar a presença do ministro Poiares
Maduro, responsável pela aplicação dos fundos comunitários, para reivindicar
mais verbas no próximo quadro comunitário para ajudar à sobrevivência destes
territórios de baixa densidade.» [Notícias Ao Minuto]
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