“A Linha do Tua” de
Duarte Belo
O livro é um
registo fotográfico da paisagem que a linha percorre e constrói, do quilómetro
0 na foz do Tua até ao seu término em Bragança. O livro tem 212 páginas e 347
fotografias, organizadas em séries temáticas, percurso e panorama geral da
linha.
Este livro é um
levantamento fotográfico da Linha do Tua. Do quilómetro 0, na foz do rio Tua,
ao quilómetro 133, em Bragança, a linha oferece o caminho e o objecto que nos
guia o olhar. As imagens registam o processo de conquista do vale do Tua pela
natureza agreste, e a ambiguidade entre a violência e a delicadeza que o
rasgamento da linha infligiu na morfologia do terreno. Essa construção permitiu
o estabelecimento de um traçado contínuo e homogéneo, onde circularam comboios
durante 121 anos, articulando paisagens que seriam naturalmente diversas. O
abandono progressivo da linha pôs em marcha uma apropriação no sentido inverso,
um tempo em que a Natureza e o Homem começaram a tomar conta dos materiais e
das suas formas. O olhar de Duarte Belo regista estes processos sem complexos,
com a calma e o tempo do percurso pedestre e com particular reverência ao valor
patrimonial dos objectos e da paisagem. O resultado é um registo extensivo do
que foi a Linha do Tua.
Duarte Belo (Lisboa, 1968). Iniciou actividade como arquitecto e desde 1989 trabalha como fotógrafo. Tem levado a cabo um levantamento fotográfico sistemático da paisagem portuguesa, tendo publicado vários livros sobre o tempo e a forma do território português.
Duarte Belo (Lisboa, 1968). Iniciou actividade como arquitecto e desde 1989 trabalha como fotógrafo. Tem levado a cabo um levantamento fotográfico sistemático da paisagem portuguesa, tendo publicado vários livros sobre o tempo e a forma do território português.
«A Linha do Tua é,
no seu início, paralela à Linha do Douro, e ao próprio rio Douro, mas com um
declive ascendente acentuado. Ao infletir para norte, deixa o vale do Douro, e
entra no vale do Tua, pela margem esquerda do rio. Numa curta inflexão do
trajeto ferroviário, há uma paisagem que se transforma profundamente. Pelo seu
carácter inesperado, a vista que se colhe da ponte rodoviária, de onde Orlando
Ribeiro fez a fotografia, é das mais impressionantes de todo o percurso da
linha ferroviária. Para montante temos o vale do Tua, que neste troço se
apresenta muito cavado. É a porta de entrada de um universo surpreendente e
único que vamos percorrer. A Ponte das Presas e o túnel com o mesmo nome, que imediatamente
se lhe segue, são a primeira expressão de uma intervenção humana que constituiu
um dos maiores desafios da engenharia portuguesa do século XIX. Todo o conjunto
se encontra perfeitamente enquadrado na paisagem, pois todo ele acaba por
revelar uma singular delicadeza face à grandiosidade do vale. No local avançam
agora as obras de construção da Barragem de Foz-Tua.» (pp.102-103) [Duarte
Belo, Portugal – Luz e Sombra]
Disponível na
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... |
Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila
Rial...
[disponível também do
autor: “Os Rostos de Jesus – uma revelação” com José Tolentino Mendonça]
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