sábado, 17 de dezembro de 2011

A cabra e o Parque Nacional Peneda-Gerês

“A Cabra Imigrante” texto Manuel Jorge Marmelo ilustração Miguel Macho

O escritor Jorge Marmelo e o ilustrador Miguel Macho aceitaram o desafio "Pintar o Verde com Letras" que a Delegação Regional da Cultura Norte lhe lançou e, em conjunto, construíram uma história que nos fala do Parque Nacional Peneda-Gerês como área protegida. Na sua classificação como zona protegida estiveram importantes valores naturais (fauna e flora) e culturais (património histórico-arqueológico, património construído e paisagem) que se encontram um pouco por todo o território. O projecto " Pintar o verde com letras" veio de encontro à intervenção educativa desenvolvida pelo PNPG, ao procurar aproximar as crianças que residem nesta área à história da sua região e ao imaginário de uma comunidade que sempre viveu em profunda ligação com a terra e com os animais. Ao fazê-lo com recurso à palavra de Jorge Marmelo e à ilustração de Miguel Macho, desenvolvem o gosto pela escrita e pelos livros, contribuem para a partilha de informação e para o contacto com o exterior, constituindo assim uma forma agradável de conhecimento e sensibilização para a conservação de um património que é de todos e todos devem preservar. É um projecto transfronteiriço.

«O urso e a cabra são personificados no último exemplar de cada espécie, aos quais é atribuído nome - o urso Barnabé e a cabra Alfredina. Esta parece ser uma estratégia de aproximação afetiva ao leitor e um artifício retórico que visará a condenação da destruição das espécies animais que partilham o habitat planetário com o homem. Esta condenação não tem somente uma orientação retrospetiva e lamentosa, mas incorpora uma orientação prospetiva e ativa: afirma o narrador, dirigindo-se diretamente narratário (e ao leitor), que «se não tiveres cuidado, é também isto que acontecerá às últimas águias-reais que ainda resistem nas fragas, aos lobos-ibéricos, às gralhas-de-bico-vermelho, ao bufo-real, ao falcão-abelheiro, ao garrano ou à salamandra-lusitânica. Ou ainda ao lírio-do-gerês ou ao azevinho». Esta nomeação de espécies animais e vegetais atribui-lhes relevo, torna-as presentes no imaginário e na vida mesmo dos que não pisam o Parque, e pode contribuir para o reconhecimento da sua importância e das ações a favor da sua preservação. A biodiversidade é, pois, evocada neste texto, assim como a necessidade da adoção de modos de vida que a respeitem e mantenham.»
Ramos, R. & Ramos, A. M., 2010

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real...

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