domingo, 5 de março de 2017

Teatro de Abel Neves


“Teatro” de Abel Neves

«Abel Neves (nascido em Montalegre, em 1956, mas a viver em Lisboa desde os anos 70) é um dos principais dramaturgos portugueses em actividade, com mais de 50 peças de teatro escritas nos últimos 30 anos. Os seus textos têm sido feitos um pouco por todo o país, em produções das mais variadas companhias, em especial a Comuna, a Escola da Noite e o Teatro do Montemuro, mas não só. As peças breves do conjunto Além as Estrelas São a Nossa Casa (2004) são montadas frequentemente, de Norte a Sul, em diferentes combinações, e o texto Nunca Estive em Badgad (2006), incluído nesta edição, foi já traduzido e encenado em sete línguas. Com Luísa Costa Gomes, Jaime Rocha, Jorge Silva Melo e Mário de Carvalho, todos maiores de idade em 1974, Abel Neves faz parte de uma geração de autores teatrais forjada entre o desencanto colectivo e a esperança pessoal (ou o inverso) nas mudanças sociais em Portugal.

A colectânea de textos ora editada pela Companhia das Ilhas — com apoio da Sociedade Portuguesa de Autores — na colecção de teatro dirigida pelos dramaturgos Rui Pina Coelho e Carlos Alberto Machado tem oito peças, todas já estreadas: a acima mencionada Nunca Estive em Bagdad (2006), Querido Che (2007), Este Oeste Éden (2009), Clube dos Pessimistas (2010), Flores para Mim (2011), Olhando o Céu Estou em Todos os Séculos (2012), Cruzeiro (2015) e Purgatório (2015). A leitura das peças aumenta a vontade de as ver em cena, mas o leitor terá satisfação em imaginá-las na sua cabeça. A selecção prova que a musa inspiradora de Abel Neves tem sido generosa. O volume contém pérolas que confirmam os seus poderes e a vitalidade da dramaturgia de expressão portuguesa.

Há temas e motivos recorrentes: a casa que não é bem uma casa, em Nunca Estive em Bagdad (um apartamento em mudanças), Flores para Mim (uma sala decorada como quarto de hotel) e Purgatório (uma antiga roullote de circo e de farturas); a mulher grávida de outro, em Este Oeste Éden (do agora cunhado) e em Cruzeiro (do agora sogro); a gaiola, em Querido Che, em Flores para Mim e em Purgatório, onde aparece também uma antiga jaula de circo; há flores oferecidas que são tratadas com descaso, há a ameaça de abandono do lar, há corações só aparentemente desencontrados.» Jorge Louraço Figueira, “Público”

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[disponível também do autor o seguinte título: “Úsnea”]


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