“Fotografias”
de António Barreto
António
Barreto dedicou à imagem fotográfica uma parte da sua vida e dos seus
interesses. Com raras interrupções, fotografou durante mais de cinquenta anos.
Este livro, organizado por Ângela Camila Castelo-Branco, reúne cerca de
quarenta provas a preto e branco das fotografias feitas.
«(…) O
sociólogo e analista do tempo que passa é também um fotógrafo compulsivo, mas
discreto e sempre distante. Como quem está “de passagem”.
As mulheres
da Nazaré surpreendidas no seu mundo negro de pranto sempre iminente; dois homens
a conversar na berma da estrada, sobranceiros à cidade de Montreux e ao lago
Léman, na Suíça; uma rapariga a posar displicentemente na esquina de um
passeio, em Londres; três jovens na Praça do Povo em Roma, seguidos à distância
por alguém de quem apenas se entrevê um braço?...
Mas estes
instantâneos poderiam mesmo, no limite, multiplicar-se por 12.442 vezes, o
número de negativos que o autor e principalmente a historiadora da fotografia
Ângela Camila Castelo- Branco respigaram da colecção de Barreto para a
realização deste seu primeiro livro e da consequente exposição (que poderá ser
visitada até 30 de Dezembro).
Nela (e no
livro, editado pela Relógio d’Água) encontraremos mais de quarenta anos de
actividade fotográfica de António Barreto, o ex-ministro, sociólogo e
observador atento da sociedade portuguesa (e do mundo) que nos habituámos
principalmente a ler (é cronista do PÚBLICO desde o lançamento do jornal) e a
ouvir nas televisões. E poderemos continuar a viajar, “de passagem”, pelo mundo
inteiro: uma cena de Inverno em Champigny, em França; as pirâmides e a esfinge
em Gizé, no Egipto; um vulto furtivo numa praça de Berlim, ainda no tempo da
RDA; um homem solitário à espera de um comboio, em Londres; reformados a jogar
às cartas junto ao mar, no Porto; e, claro, a sempre presente paisagem do
Douro, a terra onde António Barreto (n. Porto, 1942) “viveu a sua infância
entre escarpas e vinhedos”, e onde “ganhou corpo num ambiente familiar de província
antiga, sob uma disciplina e uma austeridade que lhe forjaram o carácter”, como
recorda Ângela Camila Castelo- Branco no texto Ler fotografia, a apresentar o
livro e a exposição.» Público
Disponível
na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... |
Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponível do autor
os seguintes títulos: “Anos Difíceis”, "Novos Retratos do Meu
País", "Tempo de Mudança", “Uma Década – retrato da semana, 1991
– 1999”, “Sem Emenda”, "Tempo de Incerteza"; "Fotografias",
"Douro - Rio, Gente e Vinho"]
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