Foi há alguns anos que
deixei de ter um televisor em casa...
Na altura, aderi a
uma campanha que nos incentivava a desligar o televisor por uma noite e
(re)descobrir o prazer de fazer outras coisas: ler, estar com amigos, caminhar,
contar uma estória a uma criança, escrever uma carta, etc...
Coincidiu mudar de
casa, de Messejana para Entradas, no Baixo Alentejo. Teria que subir ao telhado
para montar uma antena. Chegando tarde do trabalho a casa, à noite não o
poderia fazer. Foram passando dias. Ao fim-de-semana foram sempre aparecendo
outros afazeres, mais prementes e interessantes. Foram passando semanas, um
mês, dois meses, etc. Até descobrir que um televisor não me fazia falta
nenhuma!
Continuei a mudar
de casas. De lugares e países – Kiel, Norddeutchland, Cantchungo, Guiné-Bissau.
Um televisor continuou a não fazer parte da minha habitação.
Há cerca de 13 anos
que não vejo televisão...
A Rádio, pelo
contrário, sempre foi para mim uma presença importante em cada casa. A música,
os programas, os jornalistas e apresentadores, a sonoplastia, as suas vozes.
Em Portugal, há uma
personagem da rádio, um jornalista, um cidadão, sobretudo uma voz, que sempre
se destacou: FERNANDO ALVES. Neste momento, nos últimos anos, ouvir diariamente
o seu espaço “Sinais” é um pequeno grande prazer de que não prescindo. É
iniciar os dias com o alento de alguém que sabe olhar, sentir, reflectir,
encantar, analisar Portugal e o Mundo – que sobretudo o sabe contar, dizê-lo: é
uma VOZ, única...
[fotos de Alexandre
Parafita]
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