“Portugal, o Mediterrâneo
e o Atlântico” Orlando Ribeiro
Capa de Inês Mateus
sobre fotografia de Orlando Ribeiro, de 1938, «Pastor tocando flauta em
Fratel», Beira Baixa
«A Letra Livre
acaba de reeditar durante a Feira do Livro de Lisboa o clássico de Orlando
Ribeiro «Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico», que esteve esgotado
durante vários anos. A obra considerada por António Barreto «uma verdadeira
pérola da cultura portuguesa, certamente um dos melhores livros de toda a
cultura portuguesa do século XX», o que é reforçado pelas palavras do
antropólogo João Leal quando designa o livro como «um dos clássicos
absolutos da cultura portuguesa do século XX», insere-se nas comemorações
do centenário do nascimento do mais importante geógrafo português. O
livro que influenciou gerações de geógrafos, historiadores e antropólogos
e que segundo José Mattoso «trouxe a demonstração que em Portugal não há
unidade, mas diversidade» é prefaciada pela geógrafa Suzanne Daveau.»
[Letra Livre]
Em 1945, Orlando Ribeiro escreveu o livro que é considerado pelo sociólogo António Barreto “uma verdadeira pérola da cultura portuguesa”. No documentário produzido para celebrar o seu centenário, da autoria de Manuel Gomes e António Saraiva - «Orlando Ribeiro, Itinerâncias de um Geógrafo» - o sociólogo diz que «Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico» é “um dos melhores livros de todo o século XX e um dos grandes livros da literatura portuguesa, científica ou não. Maravilhosamente bem escrito”, tem “precisão, rigor e modéstia académica e universitária”. Para o sociólogo, esta obra devia ser sempre lida nas escolas.
O livro, “o primeiro ensaio de síntese na destrinça de influências e relações que se entrelaçam na terra de Portugal”, como o próprio autor o definiu, fala de um Portugal diversificado, descrevendo-se a sua geografia e relacionando-a com as pessoas que a habitam. O seu talento literário pode distinguir-se em passagens como esta, sobre a Beira Baixa: “O contraste é impressionante entre as serrarias que, pelo norte, barram o horizonte próximo e o planalto a que se não vê o fim: sobre ele, as manchas de verdura vão se tornando cada vez mais desbotadas, indecisas e distantes. Na verdade, é o Alentejo que se anuncia”.» [Cantinho das Aromáticas]
«Não sei se a
presença de obras fundamentais nas livrarias é um dos índices definidores do
grau de civilização de um país, mas se não é, devia ser. Nesse índice, Portugal
teria pontos tão baixos, sobretudo em relação à sua própria produção cultural,
que nem os senhores da troika saberiam que medidas de austeridade propor para
corrigir a situação (isto, claro, se os senhores da troika tivessem como função
ajudar os países que visitam, em vez de arranjarem formas de aumentar as
dívidas e enterrar para muitas décadas qualquer esperança económica, mas agora
já me estou a dispersar…). Uma dessas obras fundamentais andava há muito
arredada dos escaparates das livrarias, quase sempre cheios de néons e
novidades que hã-de ser o último grito durante, vá lá, uns três dias, até serem
substituídas pelo último grito seguinte, numa sucessão de gritaria que acaba
por ensurdecer quem procura livros mesmo, mesmo relevantes. Portugal, o Mediterrâneo e o Atlântico,
de Orlando Ribeiro, acaba de ser reeditado pela Letra Livre, e se isto não for
uma notícia capaz de provocar um êxodo assinalável até à Calçada do Combro, em
Lisboa, ou até às livrarias que costumam receber os livros editados pela Letra
Livre, então o melhor é baixarmos os braços e entregarmos a alma ao FMI.» [Sara
Figueiredo Costa, blogue Cadeirão Voltaire, Maio 31, 2011]
Boa tarde. É possivel adquirir este livro? Cumprimentos Maria Louro
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