“A Batalha – Jornal de Expressão Anarquista” n.º 300, Jan / Mar 2024
«Número redondo.
Trezentas edições de A Batalha publicadas desde 1974, quando um grupo de velhos
militantes da CGT se juntou a uma nova geração para voltar a pôr de pé o
histórico título do anarquismo em Portugal. Número redondo que sai para as
bancas no preciso dia em que lembramos os redondos 90 anos do movimento
insurreccional de 1934. Nesta edição, dedicamos especial atenção ao 18 de
Janeiro, com um artigo de Hermínio de Freitas Nunes sobre a história do
operariado vidreiro da Marinha Grande e uma breve genealogia da lenta, mas
decidida organização do patronato, que acabou por dar o golpe de misericórdia
no sindicalismo livre com a criação do modelo corporativista. Mas não só de
velhas insurreições é feita esta edição de A Batalha. Traçamos um retrato da
vida militante de Alfredo Bonanno, que morreu no final do ano passado, e
através dele procuramos compreender o significado ético da sua insurreição de
conduta.
Destaca-se, também,
uma importante entrevista do CrimethInc. a Jonathan Pollak, antigo activista
dos Anarchists Against the Wall, sobre a resistência palestiniana e a
normalização de dispositivos extra-judiciais na punição de dissidentes à
máquina de guerra colonial do Estado israelita. Por cá, o colectivo Vozes de
Dentro foi um dos organizadores de manifestações de apoio a pessoas presas em
Lisboa e Coimbra no dia 31 de Dezembro. Juntamos o seu testemunho sobre os acontecimentos
desse dia, que resultou na detenção de um manifestante e na agressão de um
jornalista, em mais um exemplo da naturalização da violência policial que ficou
ostensivamente demonstrada ao longo do último ano.
Entre o aparato securitário neo-liberal, que já se vislumbra também na Argentina, com Milei, receitas antropofágicas, um retrato à la minuta de Schiele, a reabertura do debate em torno do identitarismo e o regresso da Subida da Rampa do Vale de Santo António, eis o número 300 de A Batalha a abrir 2024, ano em que celebramos os 50 anos do ressurgimento do nosso jornal. Mas mais sobre isso depois da gritaria e da canícula.»
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