sexta-feira, 6 de outubro de 2023

no Textemunhos | festival literário, Museu de Lamego

A livraria Traga-Mundos foi convidada a participar com uma banca de livros no evento Textemunhos, dias 12, 13 e 14 de Outubro de 2023, no Museu de Lamego, Portugal.

«Para 2023, e tirando partido de um outro projecto desenvolvido pelo Museu de Lamego, designado Sala Colonial, pretendemos abordar a questão das memórias deixadas pela descolonização, no sentido de debater o que não é dito, o que não é falado, o silêncio que tantas vezes sobrepõe o debate, um certo recalcamento colectivo que perpassa por várias dimensões – histórica, política, afectiva.»

Segundo programa, os escritores, investigadores, artistas, etc. convidados para este ano são os seguintes: Álvaro Laborinho Lúcio, António-Pedro Vasconcelos, Catarina Simão, Daniel Blaufuks, Gociante Patissa, Isabela Figueiredo, Jessemusse Cacinda, João Morales (moderador), José Roseira, Luís Filipe Castro Mendes, Maria Manuela Cantinho Pereira, Olinda Beja, Raquel Lima, Raquel Ochoa, Zetho Cunha Gonçalves.

 


«Com um formato original em relação a eventos congéneres, desde logo, por ser promovido por um Museu, TEXTEMUNHOS promove o Livro e a Literatura, como ponto de partida para um debate multidisciplinar sobre o papel da memória e dos museus na sociedade contemporânea, em torno de conversas abertas, encontros com escritores, exposições, leituras, cinema, dança, música e workshops. Mantendo firme o propósito do Festival, como um espaço de construção e transformação, comprometido com o futuro, que se pretende melhor, a programação da 2.ª edição destina-se a revisitar Sala Colonial, alargando a outros domínios, além da Literatura, o projeto da artista Catarina Simão, conhecida por uma prática de confronto com o Arquivo, desenvolvido no Museu de Lamego e Escola Secundária de Latino Coelho de Lamego.

A 2.ª edição do Festival Literário, a acontecer entre 12 e 14 de outubro, no Museu de Lamego, apresenta um cartaz que aposta na diversificação e internacionalização do painel de convidados, para um diálogo, que se pretende alargado a outros domínios de expressão artística, entre Museu e Literatura.

Aliás, é nesse sentido que o elenco deste ano conta com diversos convidados estrangeiros, nomeadamente, de países africanos. «Observar a colonização e a descolonização pela lente dos países que foram o seu palco permite ampliar o quadro mental em que tudo isto se discute e introduz perspetivas, por vezes, obliteradas por um eurocentrismo enraizado, ainda que algo inconsciente. O objetivo é refletir sobre as consequências das decisões no passado, amplamente identificáveis no presente, com vista a contribuir para um futuro distinto», João Morales, programador do Textemunhos 2023.

O festival arranca dia 12, pelas 18h00, com a inauguração da exposição MELANCOLIA TROPICAL ou A ILHA QUE PERDEU O EQUADOR, de Daniel Blaufuks, seguida de conversa com o autor e João Pedro Fonseca, artista visual multidisciplinar, que já trabalhou em teatro, ópera e dança. O programa prossegue à noite, no Centro de Tropas e Operações Especiais, onde, às 21h30, vai ser exibido o filme OS IMORTAIS, de António-Pedro Vasconcelos

 

Sexta-feira, dia 13, pelas 10h00, começa com uma sessão destinada aos alunos do Ensino Básico, protagonizada pela escritora são-tomense Olinda Beja, trazendo o imaginário e as histórias de paragens distantes. Às 11h30, António Alberto Alves, o livreiro da Traga-Mundos (que este ano é a livraria responsável pela Feira do Livro que acompanha o festival), protagoniza a sessão seguinte (destinada aos alunos do Ensino Secundário), contando-nos as suas aventuras no âmbito da promoção e dinamização da “Língua e Cultura Portuguesas na Guiné-Bissau”, revivendo a BANKADA ANDORINHA, iniciativa que coordenou neste país.

Às 15h30, teremos uma conversa em torno do documentário SALA COLONIAL, realizado por Catarina Simão, que estará à conversa com José Roseira, figura ligada às letras e às artes. Filme e exposição, “Não visitem a Sala Colonial” serão apresentados no Museu de Lamego, em 2024. Este momento do festival é complementado com O AMOR EM TEMPO COLONIAL, uma leitura de textos pelo ator João Pereira e pela professora universitária Maria Cláudia Henriques, contextualizados por esta docente.

Às 17h00, Manuela Cantinho (diretora da Sociedade de Geografia de Lisboa) e a escritora Raquel Ochoa protagonizam a conversa PARTIR INCERTO, VOLTAR OUTRO.

Às 18h30, a poeta e académica Raquel Lima (que, atualmente, desenvolve investigação sobre oratura, escravatura e movimentos afro diaspóricos) junta-se a Olinda Beja e trazem-nos HISTÓRIAS HERDADAS PELA SEIVA. Seguir-se-á uma performance de Raquel Lima, designada ASAS COM RAÍZES, pelas 21h30.

O dia encerra com a conversa agendada para as 22h00, entre a escritora Isabela Figueiredo (autora de Cadernos Coloniais) e o escritor e jornalista Jessemusse Cacinda, que acaba de publicar em Moçambique, país onde reside, o seu livro Kwashala Blues. Este momento recebeu por título LITERATURA – MEMÓRIA E IMAGINAÇÃO EM CONSPIRAÇÃO.


Sábado, 14 de outubro, pelas 11h00, a manhã é ocupada por RAIZES um workshop de Expressão Corporal, pelo coreógrafo Roberto Sabença, destinado a um público heterogéneo, de todas as idades.

Da parte da tarde, pelas 16h30, o programa inicia com dança, HERANÇA COLONIAL, uma narrativa visual e emocional que utiliza movimentos corporais para transmitir mensagens e emoções, encenada por Roberto Sabença e protagonizado pelos seus alunos.

Pelas 17h00, o angolano Zetho Cunha Gonçalves, poeta, estudioso da poesia e da literatura africanas, autor de vários e antologias (de poesia e para a infância), junta-se ao escritor e jornalista angolano Gociante Patissa para dar voz à penúltima conversa, LÍNGUA TENTACULAR.

Pelas 18h00, Álvaro Laborinho Lúcio, romancista e antigo Ministro da Justiça, junta-se a Luís Filipe Castro Mendes, poeta, diplomata e igualmente antigo Ministro, com a pasta da Cultura, para a sessão PELA PALAVRA PARTILHAMOS.

Pelas 19h30, o festival encerra com o concerto SONS EM VIAGEM, de Reinis Jaunais, músico e compositor nómada, natural da Letónia.

Promovido pelo Museu de Lamego, Textemunhos é um Festival Literário que conta com a parceria do Agrupamento de Escolas Latino Coelho – Lamego, Município de Lamego, Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego, CTOE, Livraria Traga-Mundos, Teatro Solo, Nos, AD Dance Compagny e Galeria Vera Cortês. Media partner: O Grito e o Cochicho – Podcast.

A ENTRADA É GRATUITA em todos os eventos.»

Sem comentários:

Enviar um comentário