“Comércio
Tradicional – memórias futuras” de Duarte Carvalho
«O Comércio
tradicional foi uma forma de fazer e viver que passou com(o) o tempo, e mudou,
ou antes acabou, com o progresso, e a globalização, o aparecimento das grandes
superfícies e a sua economia de mercado e condições atrativas, que desviaram os
clientes. Os seus estabelecimentos tinham características próprias e
distintivas, uma aparência arcaica e um mostruário próprio em termos de
organização e conteúdo, generalista ou específico. Apresentavam ainda um
intrínseco carácter de proximidade com o cliente em termos de relação
comunitária, identidade e comunicação, que já não existem hoje, com o ser
impessoal do hipermercado.
Tudo isso
passou de forma inapelável e já ninguém trata os clientes pelo nome…
A não ser
nos poucos exemplos desta outra forma de fazer o comércio, que ainda resistem
por teimosia, por saudosismo ou por necessidade de subsistência, apesar da
fraca rentabilidade financeira.
É aquilo que
ainda existe, numa homenagem e agradecimento franco aos seus proprietários, que
mantêm o valor patrimonial que têm em mãos sabe-se lá como, que mostrámos em
diaporama e livro.
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estabelecimentos, generalistas ou específicos, do mais variado ramo, desde o
vestuário às papelarias, dos utensílios e miudezas aos artífices, do material
de construção e agrícola à eletricidade. Já não há mercearias em Vila Real, mas
mostrámos a única que ainda está equipada, e de que maneira…
E o futuro?
Esperamos que haja futuro, mas a realidade demonstra que é quase impossível…
Talvez as
modas virem e possam chegar a este comércio de outros tempos.
Para já fica
este este nosso contributo, estas MEMÓRIAS FUTURAS!» [Arquivo de Memórias]
Disponível
na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila
Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an
Bila Rial...
[também
disponíveis as seguintes obras do autor: “Barbearias” exposição de fotografia e
objectos de Duarte Carvalho;“Construtores de instrumentos musicais de Trás-os-Montes
e Alto Douro” Texto de Salustiano Lopes, com 43 fotografias de Duarte Carvalho
e Salustiano Lopes, Cadernos do Museu do Som e da Imagem (n.º 10)]
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