sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Convite: 3.º aniversário



3.º aniversário da traga_mundos
5 de Novembro de 2014
das 10h00 às 23h00
na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, em Vila Real


OBRIGADO!

A 5 de Novembro de 2011 abrimos a porta pela primeira vez na Rua Miguel Bombarda 24 – 26 – 28, em Vila Real, com objectivos que traçamos inicialmente: «queremos construir uma referência quando se pensa na região do Douro, seus autores e cultura, vinhos, e tradições, produtos e artesanato...» Ao longo deste três anos – dia a dia, semana a semana, mês a mês – fomos consolidando o nosso espaço consagrado a Trás-os-Montes e Alto Douro – o Reino Maravilhoso.



CONVITE...

No dia 5 de Novembro de 2014, quarta-feira, pretendemos reunir clientes e produtores, acima de tudo amigos, que de alguma forma contribuíram para o sucesso ao longo destes 3 anos. Também poderá ser uma simpática oportunidade para virem conhecer o espaço e ambiente da Traga-Mundos.

O evento será realizado ao longo do dia, com o forte das actividades direccionado para o final do dia e noite – como todas as quartas-feiras, estaremos abertos até às 23h00. 
Existe a notável possibilidade de termos castanhas assadas, música ao vivo, declamação de poesia, conversa com produtores, bebida e comida para degustar.

APAREÇAM!

António Alberto Alves
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
Rua Miguel Bombarda, 24 – 26 – 28 em Vila Real
2.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª, Sáb. das 10h00 às 20h00 e 4.ª feira das 14h00 às 23h00
259 103 113 | 935 157 323 | traga.mundos1@gmail.com

Próximos eventos:
- dia 31 de Outubro de 2014 (sexta-feira), pelas 21h00: inauguração da exposição de fotografia de Eduardo Silva Alves, na Traga-Mundos em Vila Real;
- dia 1 de Novembro de 2014: participação com uma banca de livros, mais algumas coisas e loisas, no VRUM – Urban Market de Vila Real, no Teatro Municipal de Vila Real;
- Novembro e Dezembro: exposição de fotografia de Eduardo Silva Alves, na Traga-Mundos em Vila Real;
- dias 7 e 8 de Novembro de 2014 (sexta-feira e sábado): participação com uma banca de livros, mais algumas coisas e loisas, no II Fórum do Interior, na UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em Vila Real;
- dia 8 de Novembro de 2014 (sábado): participação com comunicação e com uma banca de livros, mais algumas coisas e loisas, no Fórum “Que Posso Fazer Por Trás-os-Montes?”, em Varge, Bragança;
- dia 16 de Novembro de 2014 (domingo): participação com uma banca de livros, mais algumas coisas e loisas, no Magusto da Fundación Vicente Risco, em Allariz (Ourense, Galiza);
- dia 22 de Novembro de 2014 (sábado), pelas 21h00: apresentação do livro “Relevos” de Virgínia do Carmo, na Traga-Mundos em Vila Real;
- dia 23 de Novembro de 2014 (domingo), pelas 15h00: participação no I Encontro Livreiro do Porto e do Grande Porto, na livraria Lello, no Porto;
- dia 30 de Novembro de 2014: Dia da Livraria e do Livreiro;
- dia 6 de Dezembro de 2014 (sábado): apresentação do livro “Manual de Saudades” de Xavier Frías Conde, no âmbito do Festival 6 Continentes 2014, na Traga-Mundos em Vila Real;
- de 8 de Dezembro de 2014 a 6 de Janeiro de 2015: Bazar de Natal e dos Reis da Traga-Mundos, na Traga-Mundos em Vila Real;
- dia 13 de Dezembro de 2014 (sábado), pelas 21h00: 2.ª sessão de Traga-Contos, com o contador transmontano Vítor Fernandes, na Traga-Mundos em Vila Real.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Nettles and roses, a picture book about spring time



“Nettles and roses” is a picture book about spring time, written by Fernanda Botelho, illustrated by Sara Simões

This picture book invites us to spend a day with four children at an organic farm.
Sarah's friends live in apartments and are very surprised when they discover the wonder and magic of the plant world.
They learn about plant companions, plant families and their Latin names, and realize their resemblance to people.
They discover nettles and all their uses, learn how to make compost and the advantages of not using chemical fertilizers.
They discover the meaning of conservation and biodiversity, the uses of some medicinal plants and the great importance of bees, butterflies, ladybirds and earthworms.
Before going home they delight themselves with a special picnic of local, homemade organic goodies like elderflower juice, honeysuckle pancakes and a delicious salad with flowers.
They promise to return in the autumn to learn more and bring their parents to try Sarah's mum yummy nettle soup.


Twelve pages of watercolour botanical illustrations are well worth the value of this story written with care, dedication, botanical and herbal knowledge.
The book is recommended for children from the age of seven and to adults of any age willing that are willing to go a bit deeper into the practice of an organic way of living.

'Nettles and roses' was translated from the original Portuguese 'Salada de flores'.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também da autora os títulos: “Sementes à Solta”, “Hortas Aromáticas” e “Salada de Flores”, ilustrações de Sara Simões; “As Plantas e a Saúde – Guia prático de remédios caseiros”]

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Roteiros literários: Camilo Castelo Branco e António Cabral em Vila Real



Exm.@ Senhor@s

Como aluno do 3º ano da licenciatura em Línguas, Literaturas e Culturas, penso poder afirmar que tenho, já estabelecidas, as motivações e os objetivos necessários para determinar o meu futuro profissional.

Uma vez que a Licenciatura que frequento, ao longo destes dois anos, desenvolveu e aprofundou em mim, de forma notável, as competências que ambicionava, proporcionando um novo gosto pelo mundo literário e cultural, principalmente o gosto pela região, que nos transcende emocionalmente e culturalmente, Trás-os-Montes, nomeadamente do Alto Douro.

Achei por bem, que dentro destes objetivos, quer ao nível pessoal quer profissional, seria benéfico contactar de perto com algo que estivesse ligado a esta região. Foi, então, nesse sentido, reconhecendo a Traga-Mundos como a empresa ideal, que solicitei a oportunidade de estagiar na empresa.

Na Traga-Mundos pretendo não só expandir os meus conhecimentos, como também, obter uma visão real do mercado de trabalho: como funciona o interior de uma empresa neste ramo, como lidar com a cultura da região e, mais que tudo, como enaltecer uma região tão rica culturalmente, mas até à data um pouco esquecida.

Durante este período (1 de Outubro – 31 de Dezembro) na Traga – Mundos espero dinamizar um roteiro literário, sob orientação do António Alberto Sampaio Figueira Alves (sociólogo e proprietário da Traga- Mundos) e da Profª Doutora Henriqueta Maria Gonçalves (Profª Catedrática de Literatura Portuguesa na Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro).

Todos nós sabemos que os escritores: Camilo Castelo Branco e António Cabral contribuíram muito para os dossiers de prestígio da Literatura Portuguesa. Mas nem todos sabem que o celebre Camilo Castelo Branco viveu parte da sua vida em Vila Real. Portanto cabe-nos a nós realizar um roteiro literário, no qual iremos vaguear pelas ruas históricas de Vila Real, demonstrando pontos históricos que fizeram parte da vida deste escritor romântico. Neste percurso vamos fazer as pessoas recuar um pouco no tempo e imaginar que ali escreveu, viveu e caminhou Camilo.

No que respeita ao percurso literário de homenagem a António Cabral, temos um objetivo muito semelhante: caminhar pela cidade, dar ênfase aos pontos que marcam a sua passagem e teremos ainda o privilégio do atual testemunho da sua esposa Dr.ª Alzira Cabral.

Ademais, espero que estes percursos literários possam, ainda mais, enaltecer o nome desta região e levar as pessoas a pensar, sobretudo, as de Vila Real, que é uma cidade com muitos anos e com muitas estórias para contar, que se sensibilizem e que ajudem a preservar este Jardim Cultural.


João Batista | UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Dois Comunistas Transmontanos: Bento Gonçalves, Militão Ribeiro



“1950-2010 – 60 anos do assassinato na Cadeia Penitenciária de Lisboa às ordens da PIDE do destacado dirigente do Partido Comunista Português Militão Ribeiro”

A 2 de Janeiro de 1950, Militão Ribeiro, membro do Comité Central e do Secretariado do PCP, morria na Cadeia Penitenciaria de Lisboa, nove meses depois de ter sido preso pela PIDE conjuntamente com Álvaro Cunhal e Sofia Ferreira, numa casa clandestina, no Luso.

O dia 2 de Janeiro de 1950 passaria à história como o dia em que o fascismo cometeu um dos mais brutais crimes dos muitos cometidos contra os comunistas e outros antifascistas.

Militão Ribeiro e Álvaro Cunhal foram sujeitos a um regime prisional brutal, um regime de excepção, de arbitrariedade e violência, mesmo para os padrões fascistas: incomunicabilidade rigorosa durante meses, proibição de receber livros e material de escrita, visitas e assistência médica especializada e de sua confiança, bem como a proibição de recreios, de utilizar papel higiénico, de poder tomar banho e mudar de roupa semanas a fio, vigilância de 24 sobre 24 horas e a luz da cela permanentemente acesa.

As consequências para a saúde dos camaradas eram inevitáveis. Militão Ribeiro sofria de grave doença do fígado contraída no Campo do Tarrafal, onde passara seis anos. A falta de uma alimentação e medicação adequadas tornaram-se fatais.

Militão descreveu de forma circunstanciada o tratamento brutal que lhe foi infligido, numa carta que fez chegar clandestinamente ao Partido e onde se pode ler: «Tenho sofrido o que um ser humano pode sofrer. Nem sei como tenho tido forças para tanto (…). Desde sempre mantive a disposição de dar a vida pelo Partido em todas as circunstâncias assim como a dou de uma forma horrível e cheia de sofrimento. Mesmo quase já um cadáver ainda fui esbofeteado por um agente. Dores, insónias, fome, agonias, tudo tenho sofrido nestes sete meses».
 
Militão Ribeiro só viria a morrer dois meses mais tarde, dois meses durante os quais se multiplicaram as torturas e os sofrimentos, mas que apesar disso ainda encontrou forças para enviar uma última carta ao Partido, escrita com o seu próprio sangue. Uma carta de denúncia do crime fascista que era a sua morte, mas também uma mensagem de confiança na luta do Partido e do povo português.

Com o assassinato de Militão Ribeiro, o seu nome juntava-se à já então longa lista de comunistas e antifascistas assassinados pelo regime fascista, e a classe operária portuguesa perdia um militante que dedicou o melhor da sua vida à luta pela libertação dos trabalhadores de todas as formas de opressão e exploração. Um militante cuja vida se confundia com a vida e a luta dos trabalhadores e do nosso povo, com a vida do Partido.

O brutal regime a que os camaradas Militão Ribeiro e Álvaro Cunhal foram sujeitos era a expressão da raiva da PIDE pelos sucessos organizativos e políticos alcançados pelo Partido como resultado da reorganização.

Os movimentos grevistas de 1942 e em particular os da Covillhã e da corda da Beira, as greves de Julho-Agosto de 1943 em Lisboa, Margem Sul do Tejo e S. João da Madeira, estas classificadas pela própria PIDE «como o primeiro grande sucesso da regorganização no Norte do País», as acções de massas em princípios de 1944 contra a falta de géneros, as grandes greves de 8 e 9 de Maio de 1944 na região de Lisboa e do Ribatejo, mobilizando dezenas de milhares de trabalhadores, as greves de 1945 e as grandiosas manifestações populares nesse ano em todo o país comemorativas do fim da II Guerra Mundial, transformadas em grandes acções populares contra o fascismo, pela libertação dos presos políticos, pela liberdade e a democracia, representaram, pelos níveis de mobilização, combatividade e natureza das reivindicações, um salto gigantesco na história da resistência ao fascismo.


A unidade antifascista com a criação do MUNAF e do MUD, com a campanha do general Norton de Matos à Presidência da República, registou igualmente avanços até então nunca alcançados.

Na raiz destes sucessos estava naturalmente o PCP, tornado na vanguarda reconhecida da classe operária e da resistência antifascista.

A realização com êxito de dois Congressos clandestinos, o III e o IV Congressos, respectivamente em 1943 e 1946, constituíram grandes vitórias políticas do Partido.

As brutais condições prisionais a que foram sujeitos e a violência física e psíquica excercidas sobre Álvaro Cunhal e Militão Ribeiro traduziam a raiva e o ódio policial pelos êxitos alcançados pelo Partido naqueles anos.

Militão Ribeiro, mais debilitado por uma longa vida de sacrifícios, muitos anos de Tarrafal e clandestinidade, acabou por sucumbir às mãos da PIDE.

Militão Ribeiro que teve um porte firme frente ao inimigo, recusando-se a fazer quaisquer declarações à PIDE sobre o Partido, enfrentou a morte com enorme coragem. Até aos últimos momentos da vida manteve uma grande confiança no Partido, na sua luta e na do nosso povo, como se comprova por esta outra passagem da carta já referida: «Tenho confiança – diz-nos Militão – que sabereis vencer todos os obstáculos e levar o povo à vitória, mantendo essa disciplina e controlo severo de uns sobre os outros em trabalho colectivo, como vinham fazendo e aperfeiçoando. Que infelicidade a minha, só aos 50 anos ter começado a trabalhar desta forma. Quantos defeitos ainda consegui corrigir em mim como homem. Felizes os que vêm novos ao Partido e o encontram a trabalhar assim. Ele é o grande educador e aperfeiçoador do nosso carácter».

A vida dura de Militão Ribeiro começara muio cedo. Nascido duma família modesta de camponeses, emigrou para o Brasil com 13 anos. Tornou-se operário têxtil. Ainda muito jovem, com apenas 15 anos, começou a participar nas lutas da classe operária brasileira, foi dirigente sindical e aderiu ao Partido Comunista Brasileiro.

Expulso do Brasil, Militão Ribeiro prosseguiu em Portugal o mesmo combate, aderindo ao Partido Comunista Português, no qual militou durante 26 anos.

Conheceu praticamente todas as cadeias fascistas: Aljube, Peniche, Angra do Heroísmo, Tarrafal, cadeia da PIDE no Porto e Penitenciária de Lisboa, cadeias nas quais passou 10 anos da sua curta vida.

Militão Ribeiro fez parte do núcleo de camaradas que se lançaram na reorganização do Partido nos anos 40/41, reorganização cujas orientações fundamentais discutira no Tarrafal com Bento Gonçalves e outros dirigentes aí presos.

Mas Militão Ribeiro não foi um simples participante na reorganização do Partido, que, posteriormente desenvolvida com Álvaro Cunhal e outros camaradas , transformaria o PCP num grande partido nacional, força fundamental da resistência ao fascismo.

O nome e a actividade de Militão Ribeiro estão igualmente ligados a essa grande conquista da reorganização que foi o relançamento da publicação clandestina de «O Avante», efectuada em Agosto de 1941 e que jamais deixou de publicar-se clandestinamente até Abril de 1974, sempre impresso no país. A sua colaboração na imprensa do Partido foi activa e regular.

Foi um militante que pautou sempre a sua actividade partidária por um princípio que salienta na sua carta ao Partido, quando já tinha a morte como coisa certa: «Fiz tudo o que pude pelo Partido, bem ou mal, foi sempre julgando que fazia o melhor». [Revista “O Militante”]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponível: “Dois Comunistas Transmontanos: Bento Gonçalves, Militão Ribeiro” de Sérgio Vilarigues”]

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Exposição "Douro, o homem e Deus"



Exposição de fotografia “Douro, o homem e Deus”
por Eduardo Silva Alves
inauguração: dia 31 de Outubro de 2014 (sexta-feira), pelas 21h00
exposição: Novembro e Dezembro de 2014
na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro, em Vila Real


«Eduardo Silva Alves, 53 anos, engenheiro florestal, funcionário público. Criado na serra imediatamente antes do mar, em terras de Gondomar, nas serranias durienses aquiesceu a sua alma ao sagrado, e lá permaneceu desde que as conheceu.
Tomador de imagens. Premiado em alguns concursos fotográficos, sobretudo em contexto académico na década de 80. Após período prolongado de desabituação da fotografia analógica, inicia uma nova aprendizagem. Sem o som do disparo do obturador mecânico, insubstituível, a compensação da substituição do carreto de 35 mm por um smartcard.
Outro título não seria possível para esta exposição pública que não “Douro, o homem e Deus”.» [Vila Real, setembro de 2014]


António Alberto Alves
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
Rua Miguel Bombarda, 24 – 26 – 28 em Vila Real
2.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª, Sáb. das 10h00 às 20h00 e 4.ª feira das 14h00 às 23h00
259 103 113 | 935 157 323 | traga.mundos1@gmail.com


Próximos eventos:

- dia 1 de Novembro de 2014: participação com uma banca de livros, mais algumas coisas e loisas, no VRUM – Urban Market de Vila Real, no Teatro Municipal de Vila Real;

- dia 5 de Novembro de 2014 (quarta-feira): 3.º aniversário de porta aberta da Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro na Rua Miguel Bombarda 24 – 26 – 28 em Vila Real;

- dias 7 e 8 de Novembro de 2014 (sexta-feira e sábado): participação com uma banca de livros, mais algumas coisas e loisas, no II Fórum do Interior, na UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro em Vila Real;

- dia 8 de Novembro de 2014 (sábado): participação com comunicação e com uma banca de livros, mais algumas coisas e loisas, no Fórum “Que Posso Fazer Por Trás-os-Montes?”, em Varge, Bragança;

- dia 16 de Novembro de 2014 (domingo): participação com uma banca de livros, mais algumas coisas e loisas, no Magusto da Fundación Vicente Risco, em Allariz (Ourense, Galiza);

- dia 22 de Novembro de 2014 (sábado), pelas 21h00: apresentação do livro “Relevos” de Virgínia do Carmo, na Traga-Mundos em Vila Real;

- dia 23 de Novembro de 2014 (domingo), pelas 15h00: participação no I Encontro Livreiro do Porto e do Grande Porto, na livraria Lello, no Porto;

- dia 30 de Novembro de 2014: Dia da Livraria e do Livreiro;

- dia 6 de Dezembro de 2014 (sábado): apresentação do livro “Manual de Saudades” de Xavier Frías Conde, de participação no Festival 6 Continentes 2014, na Traga-Mundos em Vila Real;

- de 8 de Dezembro de 2014 a 6 de Janeiro de 2015: Bazar de Natal e dos Reis da Traga-Mundos, na Traga-Mundos em Vila Real;
- dia 13 de Dezembro de 2014 (sábado), pelas 21h00: 2.ª sessão de Traga-Contos, com o contador transmontano Vítor Fernandes, na Traga-Mundos em Vila Real.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

3.º aniversário: festejemos...

[cartaz de Bruno Rodrigues e Cris Ferro]


obrigado!


António Alberto Alves
Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro
Rua Miguel Bombarda, 24 – 26 – 28 em Vila Real
2.ª, 3.ª, 5.ª, 6.ª, Sáb. das 10h00 às 20h00 e 4.ª feira das 14h00 às 23h00
259 103 113 | 935 157 323 | traga.mundos1@gmail.com

Próximos eventos:
- dia 31 de Outubro de 2014 (sexta-feira), pelas 21h00: inauguração da exposição de fotografia de Eduardo Silva Alves, na Traga-Mundos em Vila Real;
- dia 1 de Novembro de 2014: participação com uma banca de livros, mais algumas coisas e loisas, no VRUM – Urban Market de Vila Real, no Teatro Municipal de Vila Real;
- Novembro e Dezembro: exposição de fotografia de Eduardo Silva Alves, na Traga-Mundos em Vila Real;
- dia 5 de Novembro de 2014 (quarta-feira): 3.º aniversário de porta aberta da Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro na Rua Miguel Bombarda 24 – 26 – 28 em Vila Real;
- dia 8 de Novembro de 2014 (sábado): participação com comunicação e com uma banca de livros, mais algumas coisas e loisas, no Fórum “Que Posso Fazer Por Trás-os-Montes?”, em Varge, Bragança;
- dia 16 de Novembro de 2014 (domingo): participação com uma banca de livros, mais algumas coisas e loisas, no Magusto da Fundación Vicente Risco, em Allariz (Ourense, Galiza);
- dia 22 de Novembro de 2014 (sábado), pelas 21h00: apresentação do livro “Relevos” de Virgínia do Carmo, na Traga-Mundos em Vila Real;
- dia 23 de Novembro de 2014 (domingo), pelas 15h00: participação no I Encontro Livreiro do Porto e do Grande Porto, na livraria Lello, no Porto;
- dia 30 de Novembro de 2014: Dia da Livraria e do Livreiro;
- dia 6 de Dezembro de 2014 (sábado): apresentação do livro “Manual de Saudades” de Xavier Frías Conde, de participação no Festival 6 Continentes 2014, na Traga-Mundos em Vila Real;
- de 8 de Dezembro de 2014 a 6 de Janeiro de 2015: Bazar de Natal e dos Reis da Traga-Mundos, na Traga-Mundos em Vila Real;
- dia 13 de Dezembro de 2014 (sábado), pelas 21h00: 2.ª sessão de Traga-Contos, com o contador transmontano Vítor Fernandes.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Nadir Afonso, dados fotobiográficos

“Nadir Afonso: O Futuro Renascimento” concepção e coordenação Sara Cristina Silva

Esta obra nasce de um convite da Câmara Municipal de Odivelas para fazer um livro sobre Nadir Afonso e a exposição de 16 obras inéditas ao público da sua autoria e da sua Fundação no Centro de Exposições de Odivelas, entre Abril e Novembro de 2008. Pretende dar a conhecer ao público em geral a obra do Pintor e dar oportunidade aos seus admiradores poderem contactar mais uma vez com os seus quadros. O livro contém o catálogo da Exposição, dados fotobiográficos do Pintor e uma antologia crítica sobre sua carreira e actividade artística. 


Se o contacto com os quadros de Nadir Afonso o deixar deslumbrado, como decerto irá acontecer, pode prolongar o seu encantamento, folheando «Nadir Afonso: o Futuro Renascimento». Para além de reproduções magníficas, este livro oferece-lhe ainda textos críticos imperdíveis, saídos da pena de intelectuais de renome, caso de José-Augusto França e Luís de Sttau Monteiro.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponível: “Nadir Afonso conversa com Agostinho Santos” e “Era uma vez um menino chamado Nadir” texto de Agostinho Santos, desenhos de Nadir Afonso]


quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Pólen: comportamento altamente especializado das abelhas


pólen 110gr. e 220gr.
pelas artes de Apibéricos – Beekeeping

«Todo o processo de recolha, acomodação e transporte do pólen revela um comportamento altamente especializado e dependente de uma sofisticada estrutura morfológica. O pólen que fica retido no revestimento plumoso que reveste o corpo é arrastado pelas patas anteriores para as médias e destas para as escovas do lado interno do basitarso das patas posteriores do lado oposto. O pólen é depois retido pelo ancinho e com a ajuda da prensa, que existe no extremo da tíbia, na fenda tíbio-tarsal, passa para o lado exterior da pata posterior onde fica preso por compridas sedas especializadas. Estas constituem o designado açafate, onde o pólen se acumula, formando a característica “bola de pólen” que as abelhas transportam para a colmeia» José Passos de Carvalho, Exposição A Entomologia pela Pintura, UTAD

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...


terça-feira, 21 de outubro de 2014

Eduardo Guerra Carneiro: livros, amores, deambulações, vagabundagens, cervejolas, empregos vários, carolices : uma generosidade (arrebatada, lírica, desmedida) que lhe alimenta a poesia (dor mais funda, alegria em sol maior) e lhe dá cabo da gravata.

“A Noiva das Astúrias” de Eduardo Guerra Carneiro
capa e vinte e oito desenhos de Carlos Ferreiro
&etc.


Erguem-se as casas


Erguem-se as casas nas colinas
e, como as árvores, entristecem
naquele Outono em que partiste.
As aves, essas, riscam o céu,
mas tão rendidas à nostalgia
que parecem apenas traços serem
em teu silêncio que ainda
ouço. O bronze das estátuas
enegrece e as figuras agigantam-se
nas praças onde as pombas
apodrecem. Olha, se voltares,
a tempo desta cidade renascer,
farei outros poemas. A luz
será um espelho bem diferente.


Procuraste, caminhante

Procuraste, caminhante, essas veredas
ainda libertárias, na Ibéria. Mas
misturaste, na errância, a estrada larga
com caminhos de formigas rastejantes.
Põe-te de pé, poeta!, nunca de joelhos,
pois nem as virgens ouvem teus lamentos,
atolado em lameiros como um verme.
Serve-te da verve que encontraste
nos insurrectos cantos das tabernas
e, reinadio, caminha, pois caminho,
lá diz o outro, e com razão, se faz
apenas caminhando. Não tenhas pena- alegria!
- mas proclama que é nesta terra amiga
que ainda pode renascer a utopia.


Jazes, poeta


Jazes, poeta, em teu discurso
pífio quando tentas poéticas
alheias. A meias vou tentar,
e a ti tentar dar melhor ar,
outra tristeza alegre. Jazes poeta,
mas vá lá!, vá lá!, ainda resolves
as palavras cruzadas desta vida.
Vidinha airada, como assim convém
a quem no campo tem um batatal.
Mas, olha lá bem!, bens ao luar
não tens, pois na voragem foram
eirôs, pinhais e bacelinhos. O canastro
vigilante – andor! – também se foi.
Trovas de uma história – tanto lastro!



"O Eduardo nasceu em Chaves, em 42. Depois foi à vida: perdeu-se um vossa excelência (4º ano incompletíssimo de história), ganhou-se um poeta (...) Livros, amores, deambulações, vagabundagens, cervejolas, empregos vários, carolices (o & etc agradece, no que lhe toca): uma generosidade (arrebatada, lírica, desmedida) que lhe alimenta a poesia (dor mais funda, alegria em sol maior) e lhe dá cabo da gravata. Assim o Eduardo é um poeta visceral. Talvez que já não saiba (nem possa) ser outra coisa) ..." [in & etc, nº 9, 15/05/1973]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Curso de vinho para verdadeiros apreciadores


“Curso de Vinho Para Verdadeiros Apreciadores” João Afonso

Como reconhecer um bom vinho, as principais castas, regiões e produtores de vinho de Portugal e do Mundo, os instrumentos de um enólogo e as dicas essenciais para saber comprar.

«Apreciar o vinho é uma arte, cujos segredos são revelados nas páginas deste livro. Passo a passo, o enólogo e crítico de vinhos João Afonso ensina-lhe todos os truques, técnicas e conhecimentos para se tornar num verdadeiro apreciador de vinho. Depois do sucesso do seu primeiro livro Entender de Vinho, João Afonso traz-lhe o mais completo Curso de Vinho que lhe vai permitir perceber não só como se prova um vinho - do cheiro ao sabor, passando pela cor e pela temperatura - mas também introduzir o leitor no conhecimento das principais castas nacionais, dos seus produtores e das regiões vinícolas mundiais. Sabia que a casta Cabernet Sauvignon é a casta tinta mais famosa, plantada em todo o mundo e tem a sua origem em França? O país que acredita ter os melhores vinhos do mundo! Enquanto fica a saber quais são os vinhos do Porto que fazem parte da lista do top 10, aprenda as técnicas para degustar este vinho recheado de história? Por falar em História, falemos do Vinho da Madeira, o vinho mais antigo e exótico do mundo. Fique ainda com a lista dos vinhos velhos que não devem faltar na sua garrafeira. Sem esquecer os vinhos nacionais e os seus principais produtores, este livro leva-o numa verdadeira viagem de degustação pelos vinhos de todo o mundo. O inconfundível vinho espanhol como o Cavas do Pénedes ou os maravilhosos brancos das Rias Baixas e os soberbos tintos de Ribera del Duero, Rioja e Priorato. Os vinhos de Itália, o paraíso do bom gosto e de qualidade. O complexo mundo dos vinhos alemães. Os surpreendentes vinhos dos países do denominado Novo Mundo como Austrália, África do Sul ou Nova Zelândia. Com este curso, terá a sua escolha facilitada na altura de comprar um bom vinho, para uma festa, um jantar ou simplesmente para ter na sua garrafeira, como um bom investimento. Um livro indispensável, para todos os que apreciam o vinho e querem saber mais sobre este fascinante mundo.»

O enólogo e crítico de vinhos João Afonso revela, no livro "Curso de Vinho para Verdadeiros Apreciadores, todos os truques, técnicas e conhecimentos para que qualquer pessoa se transforme num verdadeiro apreciador de vinho.

Este livro é uma verdadeira viagem de degustação pelos vinhos de todo o mundo, sem esquecer os vinhos nacionais e os seus principais produtores, deixa conselhos sobre os vinhos velhos que não devem faltar nas garrafeiras, sobre o vinho que melhor combina com alguns momentos de celebração, entre outros segredos que só os especialistas conhecem.

Com este curso, terá a sua escolha facilitada na altura de comprar um bom vinho, para uma festa, um jantar ou simplesmente para ter na sua garrafeira, como um bom investimento. Um livro indispensável, para todos os que apreciam o vinho e querem saber mais sobre este fascinante mundo. [Boas Notícias]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponível do autor: “Entender de Vinho”]


sexta-feira, 17 de outubro de 2014

quando for grande quero ser uma árvore

“Pertence à água a escolha dos náufragos” de Maria José Quintela

As palavras são esteios que se apartam das biografias íntimas. se não à nascença pelo menos quando se movem independentes dos juízos de bem e de mal. concebo a existência de lugares interditos à inconsciência das mãos que escrevem. que para cada pestanejo incidem-me mil pensamentos. e nada se finda na razão.
A escolha é um caminho infinitamente bifurcado. não escolher é já uma escolha. no mínimo existem dois lados. o que aponta um sentido e o que aponta o seu contrário. Tudo se joga nesta linha dicotómica. tudo o mais são desvios gratuitos.
Eu porém não sou barco nem sou leme. a água desdiz-me o rumo. como certo tenho os espelhos e as rememorações. os véus infindáveis e os ínfimos sopros. um exílio onde a respiração é um esforço ferido de precariedade e a dor não tem código de entendimento.
É íngreme a escalada cuja sombra resvala para o intervalo abrupto onde nunca se delata. Mas sempre haverá uma palavra a ousar a escarpa onde o eco se sobrepõe ao delírio das vozes. uma palavra que interrogue apenas e resista como epígrafe suspensa. porque todos os dias são dias de adormecer no colo ávido do abismo.
A mim interessa-me o embalo da água no esforço do náufrago. sobretudo interessa-me narrar a corrente como quem vem à tona respirar. E me perguntam de que se alimentam as ilhas eu respondo com a sede.

«...
não é nada. é só uma súbita isquémia a apagar a memória das coisas não importantes. porque a vida também é encenação e as boas intenções não são exclusivas do inferno.
quando a cegueira for vidência e a verdade uma missão talvez emerja o contorno da virtude que não é representável. entretanto e entre uns e outros salva-se o silêncio dos inocentes. mais tarde corrigem-se os ângulos do erro. mesmo que seja tarde.
não é nada. é só um pensamento líquido na margem do esquecimento. como se a morte já tivesse começado a expropriar-nos.
...»

«...
acredito no amor sem adjectivos e na flor que não promete a eternidade. no rasto dos anjos e dos pássaros do sul. nos eclipses e nas searas de trigo.
acredito em ti e não acredito no tempo. nem nas poses ostensivas dos falsos profetas que nos ignoram para nos diminuir. adivinho-lhes o trejeito calculado no conforto do disfarce.
e no entanto tudo é tão pouco e tão breve. e nem a pele é resgate.
falta-me o entendimento dos videntes. que a mais tenho a evidência do chão.
...»

«...
dentro do texto não se desfazem os nós nem se sangram os segredos.
escava-se até à raiz e prova-se o sabor da terra.
antes do texto é preciso morrer por dentro.
...»


Natural de Vila Real, onde nasceu em 1955, Maria José Quintela reside em Lamego, desde 1959. Licenciada em Enfermagem pela Escola de Enfermagem de S. João no Porto, exerce atualmente funções na unidade hospitalar de Lamego, do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, com a categoria profissional de Enfermeira Supervisora.

Apenas tem a declarar que quando for grande quer ser uma árvore.

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também disponível da autora: “O mundo fica irreal, mas não me importa”; “Vozes do Douro – Antologia de Textos Durienses”, “palavras que o Douro tece – antologia de textos durienses contemporâneos” organização e coordenação José Braga-Amaral]


quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Terra Parda

“Terra Parda” de Hélder Rodrigues

“Terra Parda” é o último título publicado por Hélder Rodrigues. Trata-se de um livro de contos que conduzem os leitores pela ruralidade e tipicidade características do Nordeste Transmontano. Tal como escreve A. M. Pires Cabral no prefácio da obra “os seus contos são como um documento fidedigno, como uma escritura notarial, da realidade física, paisagística, ambiental, humana, do meio de que está rodeado. (…) Os contos de “Terra Parda” fazem-nos viajar por barrocais alpestres, onde tanto é possível encontrar lobos como quadrilhas de bandoleiros, assistir a feiras e negócios de feira, a partos e a mortes e a actos de vingança, acompanhar pequenos e grandes dramas pessoais. Alguns repercutem a realidade política da época, com a Pide e a PSP, todas poderosas, que iam ao ponto de controlar até o nome dos bois!”


O escritor é natural de Morais, Macedo de Cavaleiros, e divide a sua residência ente Mirandela e Carrazeda de Ansiães. É professor licenciado (aposentado) do ensino básico e em letras, pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. É Mestre em Antropologia Cultural e Social e Doutorando em Educação, na Universidade Lusófona do Porto. Foi cofundador de algumas rádios e jornais regionais e colaborou, em tempos, com o Jornal de Notícias. É também cofundador da Academia de Letras de Bragança.

São aldeias e lugares «recônditos da serrania transmontana», estórias que contam as vivências de gentes que «apenas conhecem o trabalho duro de 'sol a sol' e que, no livro «Terra Parda», se apresentam como «protagonistas rudes da sua própria identidade cultural». É desta forma que Hélder Rodrigues, autor da obra, fala do livro de 22 contos e que mostra tradições únicas desta região.

«Terra Parda» surgiu da necessidade que Hélder Rodrigues sentiu em «desenvolver a temática da vida difícil e anónima da população rural transmontana». Uma realidade, vinca o autor, que retrata todas as suas tradições e falares regionais e que «urge preservar para memória futura dos vindouros que hão-de preencher esta terra magnífica…».

Trata-se de um livro de contos que abrange, de forma generalizada, toda a região transmontana, sobretudo, «os dois distritos que a identificam, Bragança e Vila Real».

Hélder Rodrigues, mestre em Antropologia Social e Cultural pela Universidade de Santiago de Compostela, adianta que esta é uma obra que conta «estórias de vida das populações locais, normalmente, de aldeias e lugares recônditos da serrania transmontana; estórias da realidade física, humana, ambiental e paisagística de gente que apenas conhece o trabalho duro de sol a sol e que aqui se apresentam como protagonistas rudes da sua própria identidade cultural, contando, na sua própria linguagem, histórias ora extraordinárias ora banais, ora trágicas ora humorísticas, mas sempre carregadas de humanidade e realismo».


O autor salienta que estes contos foram «fabricados» numa espécie de criação literária baseados no contacto directo do autor (natural de Mirandela) com as comunidades rurais de Trás-os-Montes e também «“por ouvir dizer”, em especial nos contos dedicados à diáspora transmontana».

A obra, constituída por 22 contos e lançada no final de 2012, mostra a região transmontana através de um tríptico assim definido, como explica o autor: «o Capítulo I é dedicado ao tema ‘Terras de Ledra’ (Mirandela e seu concelho); o Capítulo II designa-se por ‘A Pulo’ (contos da emigração clandestina, concretamente nas décadas de 60/70); o Capítulo III dedicado à ‘Terra Parda’ (que dá o título ao livro, com contos transmontanos mais abrangentes geograficamente)».

Já o período temporal que abrange a totalidade dos contos vai desde a década de 1940 até ao 25 de Abril de 1974, «período salazarista que engloba a Segunda Guerra Mundial, a emigração clandestina e a guerra ultramarina, com todas as suas nefastas consequências», resume Hélder Rodrigues.

Para o autor, «Portugal é um país riquíssimo no seu património imaterial, (re)construído e, em particular, a região transmontana, que se caracteriza por estar sempre muito distante dos grandes centros da portugalidade, mas onde ainda resistem vestígios e marcas das raízes identitárias que nos moldaram e nos fazem sentir únicos e genuínos da nossa nacionalidade».

É por isso, defende, «que se torna importante, mesmo fundamental, deixarmos registos escritos, nas nossas vidas, das multivivências deste povo, desde que a terra transmontana os viu nascer, até que a mesma terra transmontana os há-de consumir e transformar em húmus». [Ana Clara, Café Portugal]

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