sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Manual de sobrevivência moral da humanidade

“O Sétimo Sentido” de António Fortuna

Quando se desce ao inferno da mente, é-se forçado a descobrir quão ténue é a barreira entre a vida e a morte. Devemos, então, impressionar-nos com a morte?
Parece-me que não.
Os cobardes é que se impressionam com a morte física, sem se incomodarem com a morte moral que os ceifou. Esses, apenas se movem em um corpo com armação de vida fátua, deambulando embrulhados em capas de mentira, não sabendo, os tristes, que o diabo tem uma capa para tapar e um chocalho para tocar, que é o mesmo que dizer:tudo se descobre neste mundo, sobretudo se se está moralmente morto.
Não, a mim não me impressiona a morte! A morte, em mim banalizou-se e parece-me que não a temo. Venha, quando vier! Venha, quando quiser! Enfrentá-la-ei, sem lhe conhecer o rosto, nem a alma. Encaro-a com a banalidade com que encaro um nascimento.
Por isso, estou vivo, são e escorreito para enfrentar as maleitas de que padece a Condição Humana. Mas, por favor, não me peçam para pactuar com ferozes hipocrisias.
Texto do Prólogo, por António Fortuna

«António Fortuna, que junta à sua condição de pedagogo as de poeta e ficcionista, acaba de publicar o seu sexto livro, saído, como os restantes, na Tartaruga, a operosa editora de Chaves, com capa de Espiga Pinto.
Intitula-se O sétimo sentido e é um livro de difícil catalogação. Pode-se pensar que se trata de uma pequena novela, aliás de acção muito escassa e lenta, centrada na figura do advogado Dr. Daniel. Mas na verdade, esta obra é mais um ensaio, um conjunto de reflexões oportuníssimas sobre a busca de valores como a autenticidade, a honestidade, a solidariedade, e o rebater dos vícios opostos. Poderíamos de certa maneira defini-lo como um manual de sobrevivência moral da humanidade.
Como diz Henrique Morgado, no texto da contracapa: «Há livros que veiculam mensagens e tocam fundo na alma humana. Livros, cujas páginas ressumam vida e fomentam os ideais de justiça, liberdade e altruísmo, ao mesmo tempo que apelam à lucidez e denunciam a maldade, a ganância, o egoísmo.» [Grémio Literário Vila-Realense]

Disponível na Traga-Mundos – livros e vinhos, coisas e loisas do Douro em Vila Real... | Traga-Mundos – lhibros i binos, cousas i lhoisas de l Douro an Bila Rial...
[também os títulos “Da Rua dos Poetas” (poesia) de 2006, “A Chave do Degredo” (sonetos) de 2007 e “Sonata ao Douro” (poesia) Prémio Nacional de Poesia 2010 Fernão de Magalhães Gonçalves,  e “Frescos da Memória” (contos) de 2010]

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