“Nem o Tempo Nem a Distância” - Correspondência entre o 4º Morgado de Mateus e sua mulher, D. Leonor de Portugal (1757-1798)
D. Luís António de
Sousa Botelho Mourão, quarto Morgado de Mateus, casa-se em 1756 com D. Leonor
Josefa Ana Luísa de Portugal, nobre de Lisboa, da família do Conde de Redondo,
numa união que perdurará por quarenta e dois anos, até à morte do Morgado, em
1798.
Foram muitos os períodos de distanciamento do casal, com D. Luís António a desempenhar o cargo de Governador da Capitania de São Paulo no Brasil, onde permanece dez anos. D. Leonor gere a partir de Mateus e da corte, onde se mexe com à-vontade, os interesses da família.
As missivas
trocadas pelo casal ao longo de quatro décadas chegam às três centenas e
espelham uma união sempre marcada por grandes desentendimentos mas também por
extremo afecto e cumplicidade. Essas cartas – hoje conservadas no arquivo da
Casa de Mateus – representam um testemunho valiosíssimo para a história do
século XVIII e não se limitam às questões familiares e da vida quotidiana:
registam, por exemplo, as intrigas da corte, revelando as manobras políticas na
Lisboa pombalina, em torno de Pombal e seus dois irmãos Paulo de Carvalho e
Francisco Xavier de Mendonça Furtado, relatadas por D. Leonor que a eles tinha
acesso directo; e deixam entrever a vida quotidiana de um governador colonial
em São Paulo, que ficou conhecido para a historiografia brasileira como «O
Restaurador», por ter restaurado, por ordem de Pombal, em
Com transcrição, introdução e notas de Heloísa Liberalli Belotto.
Disponível na
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